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segunda-feira, 17 de junho de 2013

024 - Do Tempo do Bumba - Memória Varzealegrense

CACHORRO  TAMBÉM  TEM  PAI.

Em Várzea Alegre-Ceará, uma vez o machante AnTônio Pagé, cortou uma carne de gado, chamou seu Filho Luizão e recomendou:
- Luiz. Vá deixar essa carne de gado na casa de Zé Cardoso lá no Gravié. Mas tenha muito coidado com Totó, qui ele custuma atacar as pessoa.
- E quem é Totó?
- Totó é o cachoro dele.
- Marrói a eguage de pai. O segredo pra cachorro é só a gente num ter medo dele.
- Mais tenho coidado, que cachorro num sabe quem é qui tá cum medo não.
- Era só o qui fartava. Eu desse tamãe ter medo dum vira-lata.
Luizão partiu com a carne, quando chegou no Gravié, bateu a cancela e foi até a casa grande. Chegou na calçada e no momento que ele bateu palmas, partiu um cachorrinho pequeno danado latindo perto dele.
Luizão olhando para aquele cacchorro tão pequeno e tão atrevido falou:
- Vai crescer infiliz!
Levantou o cachorro pela orelha dizendo:
É tu qui faz medo o povo?
Era o cachorrinho grunindo e Luizão gritando:
- Cadê tua valentia. Totó?
Quando acabou de dizer Totó. Sentiu as duas patas  de outro cachoro no seu ombro. O cachorro ainda não tinha atacado o pescoço de Luizão porque estava com a boca ocupada latindo.
Naquele momento apareceu a salvação de Luizão.
Zé Cardoso chegou gritando:
- Larga Totó! Larga Totó!
Totó obedecendo ao seu dono largou mais ainda levou a gola da camisa de Luizão. Se não fosse a chegada repentina de Zé Cardoso, Luizão teria sido sangrado por Totó.

Aquele susto serviu para Luizão saber que cachorro também tem pai.

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