Paginas

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Versos lá de nós - Memória Varzealegrense

Carlos Maurício no Barracão Cultural


SOUZA  E  A  CULTURA - Por Carlos Maurício


Poema recitado por Carlos Maurício por ocasião da abertura do Barracão da Cultura

É grande a minha alegria
Aqui nesse Barracão,
Peço do público atenção
Para a minha poesia.
Uma coisa que eu queria
Que vale a pena lembrar,
É que aqui nesse lugar
Já esteve um irmão meu.
Que era bem melhor que eu
Na arte de recitar.

Estou nesse Barracão
Me achando embaraçado,
Porque sinto do meu lado
A imagem do meu irmão.
É grande a minha emoção
Por está nesse lugar,
Onde posso me lembrar
Daquele que está em alta.
Mas que tá fazendo falta
Na cultura popular.

Eu nunca me imaginei
Fazendo essa homenagem,
Onde demandou coragem
Que não sei onde encontrei.
Mas agora aqui eu sei
Olhando essa multidão,
Como é grande a gratidão
Estampada em cada rosto.
Recebo com muito gosto
Essa manifestação.

A cultura anda sofrida
Desde que Souza partiu,
Mas o céu adquiriu
Uma nova alternativa
Pra somar com Patativa,
Bidim e Zé Clementino.
Zé que compôs nosso hino
E soma nos feitos seus,
Hoje compondo pra Deus
O santo hino divino.

A cultura é relevante
Para o bem de uma cidade,
A emoção me invade
Nesse trabalho importante.
Num passado, não distante
Souza era pro sertão,
Como a casa é pro botão
E a cabeça é pro chapeu.
Hoje rima lá no céu
Relembrando o seu torrão.

Souza ganhou a missão
De cerimonialista,
Pra receber o artista
Que vai daqui do sertão.
Cuida da recepção
Junto com Luís Davi,
E quem chega vê alí
Luís e Souza Sobrinho
Recebendo com carinho
O músico que vai daqui.

Dominguinho foi chegando
Com a sanfona de lado,
São Pedro tava ocupado
Deixou o músico esperando.
Dominguinho alí tocando
Sem querer aparecer,
Mas um anjo foi dizer
Que barraram Dominguinho.
Chamaram Souza Sobrinho
E Souza foi receber.

Quando entrou o Dominguinho
O Souza estava na frente,
O músico disse: - Ôxente!
E é o Souza Sobrinho?
Me diga aqui bem baixinho
Onde é que tem um salão?
Pra nós tocar um baião
Para o padre Antônio Vieira.
Que a que vou tocar primeira
É o Jumento Nosso Irmão.

É um crime desprezar
A cultura desse povo,
Precisa um projeto novo
Pra manter e conservar.
O bom mesmo é divulgar
Nos quatro cantos do mundo,
Com sentimento profundo
Os costumes culturais.
E não esquecer jamais
Da terra de São Raimundo.

A quem me deu atenção
Eu me sinto comovido
E termino agradecido
Do fundo do coração.
Cumpri a minha missão
Paguei o preço cobrado
E agora me sinto honrado.
Para esse público presente
Que me escutou paciente
Eu digo: - Muito obrigado.

Carlos Maurício.

Um comentário: