Povo de formação cristã e obediente à doutrina da Igreja Católica Apostolica Romana. Não há registros de discórdia entre igreja e paroquianos. Entre 1917 e 1920 aconteceram fatos que deixaram à população do município chocada e abalada. O suicídio do Padre José Gonçalves Pereira e a venda do patrimônio de São Raimundo Nonato pelo Padre José Alves de Lima.
Em 1919 a Diocese do Crato, decidiu criar o Banco do Cariri S.A, a primeira instituição de credito da região. O Bispo aconselhou as paróquias a capitalizarem valores em ações nominais com direito a voto. O padre José Alves de Lima, vigário de Várzea-Alegre, decidiu vender o patrimônio de São Raimundo que contava entre outras coisas 400 braças quadradas de terras, na sede urbana, doadas desde a criação da paróquia pelo Major Joaquim Alves, sua esposa e outros. O Padre não encontrou apoio do poder político muito menos na população que revoltada protestou com veemência e fez surgir o primeiro foco de protestantes do município com as familias Aniceto e Camilo do sitio Vacaria.
O Padre não desistiu da idéia e vendeu o referido patrimônio ao Senhor Dirceu de Carvalho Pimpim.
No sitio Varzinha, residia o Manuel Antonio de Sousa, o conhecido poeta Manuel Antonio, que protestou com um verso intitulado “A venda do Patrimônio de São Raimundo” uma obra prima que por muito tempo foi cantada e decantada por dezenas de homens nos adjuntos de apanha de arroz e nos maneiros paus da cultura popular já muito esquecida. São 20 estrofes bem rimadas, fundamentadas e razoadas em fatos que, hoje em dia, pouca gente conhece. Uma obra importante que serviu de protesto para todo aquele que não concordava com a venda do patrimônio do nosso santo podroeiro.
(am)
(am)