VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Voltando !!

O nosso Blog está de volta, tivemos um problema que já foi resolvido.

Peço desculpas aos que tentaram acessar e não conseguiram.
Obrigada.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Memorial de Casas e Casarões de Várzea Alegre

Nossas Arquiteturas - Memória Varzealegrense 


(Em construção)

Casarão de Francisco Alves Bitu ( Seu Meninim) e D. Ana Leandro, no bairro Sanharol. Casa construída na década de 40.

Casa que pertenceu a HONÓRIO VIEIRA DE OLIVEIRA, localizada no Gato do Mato, ainda hoje, (12.01.2017), original, conservando a mesma planta e com a sua estrutura preservada, apesar de ter sido construída antes de 1890, posto que os filhos de Honório Vieira de Oliveira nasceram nesta casa. Tem-se registro do nascimento de Vicente Vieira de Oliveira ocorrido em 1895.

Casa do Senhor Chico de Caldas no Sítio Caldeirão. Casa existente.

Casa do Senhor Ze de Acelino e Dona Antônia Sales no Sítio Chico. Casa conservada pela familia.
Casa de taipa construída em 1882, no sítio Vazante, para o casal Joaquim Alves Bezerra (Quinquim da Vazante) e Maria José da Exaltação (Mariquinha). Ainda conserva a estrutura e pintura originais, embora algumas paredes de taipas tenham sido substituídas por tijolo ao longo do tempo. Na frente e na lateral que dá para o nascente foi construída uma calçada que funciona também como muro de arrimo.
Casa do Senhor João Alves de Menezes. A porta de entrada do Sanharol, a casa dos meus avos materno - Joao Alves de Menezes (Joao do Sapo) e Soledade Batista de Menezes!

Esta casa foi contruida por Jose Duarte de Freitas, (Ze de Freitas) no sitio Mocoto, filho mais velho de Andre Jose Duarte (Papai Andre) e Balbina Raulina do Sacramento (Mae Dondom)

Estas casas são da familia Batista no Mocoto,também da minha origem materna! A 1a a esquerda e a casa de Andre Jose Duarte e Balbina Raulina do Sacramento. E uma construcao ainda do seculo XIX, de taipa e tijolo. A 2a era a casa de Andrezinho Batista e Julia Mendes, hoje demolida. A 3a. E a casa de Quinco Batista e Maria.

Casa de Joaquim Felix Vieira e Terezinha Vieira - Sítio Varzea de Dentro distrito de Canindezinho - Construída na década de 1970.

Casa da Senhora Antônia de Lúcio (in memorian) em Sítio Brejo

Casa do Senhor Joaquim Bastião(carrapicho) e Antonieta Vieira do Sítio Chico. Casa habitada ainda pelo casal.

Casa do Senhor Joaquim Fiuza e Isabel no Sítio Chico. Casa conservada e habitada por familiares Fiuza.

Casa de Joaquim e Dona Rita Vieira no Sítio Chico. Casa conservada e habitada pela familia.

Casa do Senhor Joaquim Oliveira (Seu Quinco) no Sítio Chico. Casa conservada e habitada pela familia.

Casarão Familia Fiuza. De Vincente Gomes Fiuza no Sitio Chico. Hoje existente 

Casa do Senhor Joaquim Andre de Menezes e Isabel Fiúza no Sitio Chico. Atualmente moram André Fiuza e Iris Fiuza. 

Casa da familia Fiuza, onde nasceu Dona Dozinha Fiuza. Morava o senhor Zé Môco no Sítio Chico. Hoje em ruinas.

Casarão do Senhor Joaquim Vieira Costa do Sítio Chico. Cidadão de muitas histórias.Casa ainda existente.

Casarão do Senhor Chico Lino no Sitio Chico. Casa esta onde acontecia as assembleias daquela região com seus moradores. A mesma ainda existente 

Casa do Senhor Vicente Vieira e Dona Vicencia Lourenço no Sitio Chico. Casa esta ainda habitada pelos mesmo.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Nossas Histórias - Memória Varzealegrense

052 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Raimundo Alves Bezerra, Raimundo Sabino.

Vige maria! Com licença da palavra Raimundo Sabino. São tantas histórias que para se saber a melhor só botando o baralho. O homem era genial nesse aspecto, foi o maior botador de apelidos da historia do Sanharol. 

Os meninos comiam tampado com ele. Derna que achasse ruim, o apelido estava sacramentado.

Em 1965 quando as máquinas estavam fazendo a antiga CE-55, Estrado do Algodão, hoje CE-060, ninguém por aqui tinha visto um trator ou outra máquina qualquer. 

Eram as máquinas devastando tudo, derrubando cercas e o povo a olhar. Era aquela multidão, vinha gente de longe ver os serviços. 

Um dia Nicolau Sabino achou um farol que caiu de uma patrol Caterpillar. Levou para casa e Raimunda Sabino colocou dentro de uma cristaleira para servi de enfeite. 

Certo dia, quando o Raimundo Sabino saiu da bodega para tomar um café em casa, que ficava ao lado, deparou-se com Raimunda Gibão, a parteira que me trouxe ao mundo,  se benzendo e rezando em frente à cristaleira.

Oxente, Dona Raimunda, tá ficando doida?

Doida o que Raimundo Sabino? Respeite! Não está vendo que eu estou rezando pra Nossa Senhora Aparecida?

Nossa Senhora Aparecida o que Dona Raimunda? Isso aí é um "oi" de caterpilla!

Antonio Morais 

sábado, 4 de março de 2017

Major Ildefonso Correia Lima

ASCENDÊNCIA MATERNA DO MAJOR ILDEFONSO CORREIA LIMA, ESPOSO DE D. FIDERALINA AUGUSTO LIMA – Por George Ney



1. Ana Maria de Passos, mãe do Major Ildefonso, conforme já registramos, nasceu em 22.07.1805 no São Caetano, Várzea Alegre. Casou-se com o Ten. Raimundo Duarte Bezerra "Papai Raimundo", filho do Alferes Francisco Duarte Bezerra e de Bárbara Vieira da Rocha.

Ana Maria era filha de:

2. Antônio Correia Lima, natural da freguesia do Crato, e
3. Damiana de Passos Rego.

Neta (paterna) de:

4. Inácio Correia Lima e
5. Ana de Azevedo e Melo.

Neta (materna) de:

6. Ten. Antônio da Costa Siebra, casado em 09.09.1762 na capela de Senhora Santana, Iguatu, com
7. Ana de Passos Rego, natural dos Inhamuns.

Bisavós:

12. Paulo da Costa de Araújo, natural de Portugal, casado com
13. Antônia Maria de Araújo, nascida por volta de 1712 na Bahia e falecida a 05.05.1772 na fazenda Cacimbas.

14. José de Araújo Rego, alagoano.
15. Narcisa de Oliveira.


Fonte da Imagem: http://dimasmacedo.blogspot.com.br/2013/10/notas-historia-politica-de-lavras-nas.html

Fonte: Genealogia CEVALA

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O Jornalismo no interior da Província do Ceará surgiu com a publicação, na metade do decênio de 1850, do impresso O Araripe (1855-1864), jornal de cunho liberal de grande notoriedade, redigido e publicado por João Brígido dos Santos, político e jornalista de ampla atuação. Segundo Nobre (2006), é considerado, até hoje, uma das maiores expressões da referida atividade no Brasil, superando qualquer outro jornal cearense.

Através das páginas de O Araripe, Brígido escreveu e publicou também documentos e apontamentos sobre fatos do passado, artigos sobre os homens e episódios ocorridos na zona meridional do Ceará (ALVES, 2010). Dentre os fatos, alguns passados em Lavras da Mangabeira, à época, Vila das Lavras, mentoreada já pelo clã dos Augustos, hegemonia que perdurou por cerca de um século. 

Ressaltemos aqui, sem prolegômenos, o que noticia o periódico cratense em 1857 (nº 37, p. 3), acerca de persistente querela entre o então Vigário Colado de Lavras, Padre Luis Antônio Marques da Silva Guimarães (Padre Luis do Calabaço), e o então Delegado de Polícia local, Ildefonso Correia Lima, em nota publicada a pedido do Sacerdote, endereçada ao Presidente da Província:

Não podendo eu soffrer a persiguição atrós, que me fez o delegado dessa Villa, Ildefonso Correia Lima, vou queixar-me a V. Exc. e o motivo passo a expôr. Não merecendo eu as simpathias desta authoridade, pelo simples facto de pertencer á opposição, tem este persiguido meos moradores com recrutamento, mandando escoltar os casados, que vivem em vida marital, os filhos unicos de lavradores, que tem isenção da lei, só com o fim de saciar odio, que contra mim tem, e muito mais aquelles que commigo votarão, dando isto lugar, Exm. Sr., a que andem foragidos pelo matto os meos trabalhadores, soffrendo assim a agricultura. V. Exc. conhece mui bem quanto esta industria tem deminuido com a falta dos escravos, e que indispensavelmente se fasem precisos braços livres, principalmente a mim, que trabalho em quatro sitios differentes, em cada um dos quaes já tenho engenho de moer canas, esforço este bastante pesado; e vivendo eu Exm. Sr. com meos moradores persiguidos da policia, que lucro tirarei e elles para manterem suas familias e pagar de disimo 300$ a 400$ rs. annuaes?

Exm. Sr. a vida sedentaria, em que era occupado, como vigario desta freguesia, me tendo feito adquerir a molestia Diabetis, fui aconselhado pelos medicos a que viesse para o campo, afim de transpirar com o trabalho, e com licença do Rd. Visitador me acho no sítio Calabaça legoa e meia da Villa, onde me é preciso ter por meos moradores homens, que usão do trabalho ex vi de que tenho nelle um engenho alem dos tres outros ja mencionados, e nestas circustancias a policia só acha a elles para seos desabafos, mandando um individuo de nome João Francisco, meo desafecto cercar as suas casas à meia noite abrindo portas e entrando pelo interior das casas allumiando-as com fachos pelos quartos e assoalhos, que os camponeses costumão faser em suas cabanas para deposito de seos legumes: não respeitando mesmo as famílias em seos agasalhos, como as senhoras de casa e suas filhinhas môças. Entretanto a nada se move essa authoridade não respeitando nem a lei, que prohibe correr casas à noite, nem o sagrado das famílias.

Por tanto Exm. Sr., imploro a V. Exc. dê remedio a essas persiguições com que desde março não cessão de me faser todo o mal. Tudo provarei, se necessario for. Deos Guarde & ampare. Engenho Calabaça, 26 de Janeiro de 1857. Illm. e Exm. Sr. Dr. Francisco Chavier Paes Barreto, Presidente da Província. O Vigário Luis Antônio Marques da Silva Guimarães. 


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Frisemos, por ser relevante, a exposição do motivo alegado pelo Sacerdote Paraibano em residir no sítio Calabaço: indicação médica de se "exercitar na roça", por ser vítima de diabetes. É verdadeiro, porém, que o levita residiu por muito tempo em um sobrado ainda hoje existente próximo à confluência do Riacho das Emas com o Riacho do Rosário, nas férteis terras de São Vicente das Lavras, onde desfrutou de vida marital, e foi pai de cinco filhos, o que consta nos autos de seu testamento. Poderia ter sido este, portanto, um motivo mais "intenso" de se morar no Calabaço e não na Casa Paroquial na sede da Vila das Lavras.

Podiam-se constatar em outros noticiários da época, evidências sobre as pendengas políticas entre o Padre e o então delegado de Lavras, Ildefonso Correia Lima, um colecionador de adversários e esposo da lendária Fideralina Augusto Lima. Admitindo-se o predito, atentemos ao que comenta O Araripe sobre correspondência redigida por "O Lavrense", em 12 de janeiro de 1857, enviada ao redator do jornal caririense:

Me é preciso diser-lhe que não tinha vistas algumas de occupar as paginas de seu conceituado jornal, e a rasão puderosa e forte para assim o faser é minha fraca e limitada intelligencia; porem, sr. Redactor, chegando me ás mãos uma folha do Pedro 2º cujo numero ignoro (que um meu amigo fes me o especial favor de mandar me) vi um (ilegível) em título de correspondencia sem nenhum estilo, sem encadiamento de ideias, com erros de Retorica, Grammatica, e Orthografia; em fim obra que mostra evidentemente quem seja o seu dono - sendo a sua epigrafe um dos membros da família Favella. Antes pois de entrar na analyse dos factos da correspondencia desse Favella é da mais estreita precisão declarar ao publico sensato quem foi este Favella e quem é a sua decendencia. Esse herói foi um pobre matuto, q' morava no Riacho do Machado, alli vivia lutando com a fome com a miseria, e com a nudez, o Major João Carlos Augusto compadecendo-se delle chamou-o para esta Villa e obteve para elle o lugar de Delegado, o qual não soube desempenhar, porque a sua vida publica foi uma serie de corrupção não interrompida.

Pela morte desse Delegado succedeu seu Sobrinho Ildefonso Correia Lima: este matuto não só aqui como na Cidade de Icó serve de espetaculo publico pelos seus continuados desfrutes, é um individuo bastante pobre, e dis que está muito bem, que tem muitos contos de reis, e com toda esta fortuna colossal apenas toma no Icó, a credito, um conto e poucos mil reis. Se elle não tivesse casado com uma filha do Major João Carlos estaria redusido a sua triste condição de 1848 - 1849, que era vender nos sambas garrafinhas de aguardente enfiadas estas na ponta de uma tualha. Chega a tal o estado de sua desmoralisação neste lugar, que um negro desta Villa de nome José Branco contou-o na folha chamando-o mentiroso. É pois a um homem destes que o Governo encarrega de grande puder de prender e processar. Temos mais aqui um membro da família Favella, o qual é Sub-delegado , e muitissimo conhecido pelo Vicente Burundanga, este espoleta tem sido muitas veses sensurado no Cearense e as qualidades que o cercam são a crapula, a devassidão, a corrupção, a trapaça, a manha e a velhacaria. Agora passo a responder os factos da correspondencia desse Favella. Diz elle que nesta Villa tem quatro chimangos sem familia, sem prestigios, e sem fortuna, um deste é o Tenente Coronel José Joaquim da Silva Brasil, cidadão muitissimo respeitável, bem conhecido nesta Província nascido no Icó, e filho legítimo de paes ilustres e que tem prestado relevantes serviços no estado nas commoções políticas, como fosse em 17, 21, e 32, e tem occupado alem disto os empregos mais vantajosos no município em que mora, cujos empregos tem sabido desempenhar com toda honradêz, e dignidade e bastante actividade; o segundo de que trata-se, é o ajudante  José de Sousa Mattos, este benemerito cidadão é muitissimo conhecido nesta província pelos seus precedentes honrosos, dedicou-se a carreira militar, prestou bastantes serviços a Patria e ao Estado. O terceiro é o Vigario collado desta Freguesia Luis Antônio Marques da Silva Guimarães, homem este bastante rico e de uma posição elevada, a sua família é uma das primeiras da província da Parahyba, os seus manos o Vigário José Antônio, e o Dr. Açanã, passão por uma das illustrações daquella província. O quarto que menciona-se que é filho do Rio do Peixe e que é bem conhecido pela sua família do Umary, esta pessoa responde-vos que não o enxerga, e nem o ouve, e que só se lembra deste membro Favella, assim como lembra dos porcos quando os incontra na rua; que para não o imporcalhar da-lhe com os saltos dos botins nas ventas. São estes infelises e manivellas que tem a coragem de quererem menoscabar a reputação de homens que tem sabido adquirir em tempos e epochas em que o espírito da corrupção se tem mais estendido. Não quero ser mais infadonho aos meus leitores e por isto quero findar esta no firme propósito de não dar o menor cavaco a estes desgraçados, o que se agora faço foi em satisfação ao publico, pois acosto-me a maxima do Marquês de Maricá, - quem disputa com a canalha fica a nível  com ella. Tenha pois a bondade de inserir estas linhas que são de seu constante leitor. O Lavrense.

Enfatizemos o que comenta O Cearense de 4 de abril de 1856 (p. 4), no quadro Notícias da Província, acerca do famigerado Padre Luis Antônio Marques, figura emblemática dessa fase provinciana regional: “O vigário de Lavras o revd. Luis Antônio Marques da Silva Guimarães acaba de ser insultado em sua própria matriz por uma sedição promovida pela autoridades policiais, tirando-lhe a chave da matriz, e passando a outro sacerdote, a quem investirão de jurisdição paroquial” (CALIXTO JÚNIOR, 2012).

Como visto, eram frequentes as notícias e acusações por divergências políticas nas edições dos jornais regionais, sobretudo no liberal O Araripe. Para Alves (2010), tornou-se perceptível, em vários números do periódico cratense, o cuidado em rebater as ofensas feitas pelos políticos de cunho conservador através de outro jornal regional, a Gazeta do Cariri, bem assim como o de publicar em seus números (O Araripe) insultos e comentários sobre os artigos publicados pelos oponentes. 

Desta forma, os jornais haviam se tornado espaços em que os políticos não apenas discutiam seus projetos, já que se acusavam mutuamente e expunham, naquele meio, as respectivas representações acerca da índole e dos comportamentos particulares de personagens que, por condescendência, a própria história fez questão de omitir.

Referências:

ALVES, Maria Daniele. Desejos de Civilização: Representações Liberais no Jornal O Araripe (1855-1864). Dissertação de Mestrado em História e Cultura. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará, 2010.
CALIXTO JÚNIOR, João Tavares. Venda Grande d'Aurora. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2012.
NOBRE, Geraldo. Introdução à História do Jornalismo Cearense. Fortaleza: Edições NUDOC (Departamento de História – UFC), 2006

Fonte:Dimas Macedo

A Família Correia Lima de Várzea Alegre

A FAMÍLIA CORREIA LIMA DE VÁRZEA ALEGRE - por George Ney

Assim se pronunciou o médico e escritor José Ferreira sobre a família CORREIA LIMA de Várzea Alegre, Ceará:
“Não serei eu, um modesto pesquisador de bactérias, platelmintos, glicose e outras coisinhas, que irei buscar, entre cinzas e colunas partidas, as raízes da família Correia Lima, de Várzea Alegre, a que pertenço, na ilustre qualidade de tetraneto de Papai Raimundo. Meu Deus, como eu gosto pouco - ou nada - de chafurdo! Transfiro, assim, o encargo a especialistas no assunto, mestres na arte, a quem sou muito grato pela colaboração que oferecem.”
“Maria Hilma, a historiógrafa da família - que privou com Cleópatra e dançou "rock'n roll" com Ptolomeu - se confessou "incapaz" e eu tive que recorrer a outras cabeças. Acidentalmente, descobri Acelino Leandro da Costa, casado com minha prima Maria Luiza, sujeito "bisbilhoteiro" e de memória assombrosa, que vive atolado pelos meandros mais escusos das coisas de Várzea Alegre. A ele associei os conhecimentos do meu colega e parente, o douto Olavo Correia Lima, professor de antropologia da Universidade Federal do Maranhão.”
Sobre essa família, asseveraram os mesmos:
“Entre outros filhos, teve o casal Antônio da Costa Siebra - Ana Maria dos Passos uma filha de nome DAMIANA, que se casou com ANTÔNIO CORREIA LIMA, filho de Bernardino Correia Lima (Bernardino Gordo) e que residia no sítio Batateira, no Crato. Casados DAMIANA e ANTÔNIO CORREIA LIMA vieram morar no sítio Brejo, onde lhes vieram os filhos, em número de quatro, uma das mulheres com o mesmo nome da avó: - Ana Maria dos Passos - E que foi a segunda esposa de Raimundo Duarte Bezerra, nosso já conhecido Papai Raimundo. Tendo morrido Damiana e sendo Antônio Correia Lima ainda muito moço, casou-se, então, com Clara da Taboca (de Lavras), nascendo desta união:
(1) Felinho;
(2) Fidelzinho; e
(3) Antônia Correia Lima.”
FERREIRA, José. Várzea Alegre: Minha Terra e Minha Gente. Fortaleza, Ed. Henriqueta Galeno, 1985, pp. 49 - 51.



Como complemento ao que ficou exposto supra, transcrevo o consignado em 1837 no título de herdeiros do processo de inventário de Antônio Correia Lima, cuja inventariante era sua segunda consorte, Clara Maria de Araújo (Clara da Taboca).
Filhos do primeiro matrimônio de Antônio Correia Lima:
(1) José Luis Correia, solteiro;
(2) Manoel Antônio Correia;
(3) Francisco Correia Lima;
(4) Antônio Correia Lima (filho);
(5) Joana, casada que foi com Francisco Correia da Silva; e
(6) Ana Maria dos Passos, segunda consorte de Papai Raimundo.
Do segundo enlace matrimonial de Antônio Correia Lima, dessa feita com Clara da Taboca, houve:
(7) Vidal Correia Lima, casado;
(8) Félix Correia Lima, 14 anos;
(9) Manoel Félix Correia, 16 anos;
(10) Antônia Correia Lima, consorciada com Joaquim Alves Bezerra; e
(11) Angélica, 18 anos.

Fonte: Genealogia CEVALA

sexta-feira, 3 de março de 2017

Documentos da História Varzealegrense

Documentos da história varzealegrense – pesquisa feita por George Ney Almeida Moreira



Cronologia varzealegrense

1857 

28 de fevereiro

Declaração feita por Joaquim Alves Bezerra, filho de Papai Raimundo, relativa ao patrimônio de São Raimundo Nonato.

"Eu, abaixo assinado, como administrador do glorioso São Raimundo, declaro que meu Santo possui quatrocentas (400) braças de terra de patrimônio no sítio Várzea Alegre, extremando da parte do Nascente com terras de José Bezerra da Costa, ao Poente com João Alves Bezerra, ao Sul com Joaquim Alves Bezerra, ao Norte com Antônio Duarte Bezerra.

Lavras, 28 de fevereiro de 1857
Joaquim Alves Bezerra
Conferido e registado, do que pagou 50 réis

Lavras, 4 de março de 1857
O Vigário Luís Antônio Marques da Silva Guimarães

[APEC]

28 de julho

"São lidos e julgados objetos de deliberação e mandados imprimir os seguintes projetos:
(...)
Nº. 12 - A assembleia legislativa provincial do Ceará resolve:
Art 1º. Ficam criadas cadeiras do ensino primário para o sexo masculino na povoação de S. Raimundo da Várzea Alegre nas Lavras, no Quixadá de Quixeramobim, na Venda do município do Icó (...)"
(...)
[Pedro II, nº. 1705, 28 jul. 1857, p. 3]

1860 

19 de julho


Argumenta o Sr. Mendes Guimarães ao presidente do poder legislativo em sessão ordinária neste dia [19.07.1860]:

"Tendo, senhor presidente, de apresentar também à consideração da casa uma emenda transferindo o distrito de paz da povoação de S. Caetano para a da Várzea Alegre, termo das Lavras, direi por esta razão suscintamente algumas palavras.
O distrito de S. Caetano vai sem contestação em uma grande decadência, é um antigo povoado, mas que todos sabem tem perdido completamente de sua importância ao passo que a povoação da Várzea Alegre é talvez a mais importante das povoações n'esta província.
Tem um grande comércio, alimentado pela muita população que ali já existe, e no meio do qual conta-se não pequeno número de pessoas capazes de bem desempenharem aquelas funções, que terão de exercer pela criação do distrito de paz."

Finalmente assegura:

"Várzea Alegre é superior em tudo a S. Caetano."

Vai à mesa e apoia-se o seguinte artigo aditivo:

<>

[Pedro II, nº. 2048, 21 jul. 1860, p. 2]

1861

11 de maio

Segundo portaria:

"O presidente da província em virtude do art. 2 da resolução provincial n°. 900 de 11 de agosto de 1859; remove a bem do serviço público os professores Raimundo Nonato Pontes Pereira e José Sismundo Batista Xenofonte, aquele da cadeira do ensino primário de Santana do Brejo Grande, para a cadeira do mesmo ensino na Várzea Alegre no termo das Lavras, e este para a de Santana, assim como marca a cada um dos referidos professores o prazo de dois meses afim de que dentro dele tomem posse das referidas cadeiras, de conformidade com o que determina o art. 5º. da citada lei: o que se comunicará a quem competir."
[Pedro II, nº. 117, 23 mai. 1861, p. 2]

O professor Raimundo Nonato de Pontes Pereira viria a casar-se com uma neta de Papai Raimundo, a senhora D. Teresa de Jesus Maria (Dondon), filha esta do Major Joaquim Alves Bezerra e de Antônia Correia Lima. O casal retromencionado gerou, dentre outros, Amélia Máximo de Pontes (a esposa de Francisco Moreira de Carvalho Pimpim - Major Pimpim). Vejamos abaixo uma breve relação da prole do professor Raimundo Nonato e de D. Teresa:

1.Maria    [*18.01.1866]    [~23.01.1866]
2.José    [*10.06.1867]    [~23.06.1867]
3.Sérgio    [*13.01.1869]    [~22.01.1869]
4.Amélia    [*13.06.1863]    [~24.06.1863]
5.Joaquim    [*??.09.1868]    [~15.09.1868]
6.Benedito    [*19.10.1871]    [~19.12.1871]
                

03 de setembro

É desta data portaria:

"Nomeando sob proposta do Dr. chefe de polícia para o cargo de subdelegado do distrito da Várzea Alegre ao cidadão Antônio Gonçalves de Araújo, ficando exonerado daquele lugar, a bem do serviço publico, o cidadão que o exercia."
[Pedro II, nº. 209, 12 set. 1861, p. 2]

Dito cidadão Antônio Gonçalves de Araújo era genitor do "escritor analfabeto" Pedro Tenente.

1862

17 de julho

É desta data uma nota de obituário colérico da província cearense dando conta de 210 vítimas em terras varzealegrenses.
[Pedro II, nº. 164, 17 jul. 1862, p. 2]


15 de novembro

Transcrição da reunião da Assembléia Provincial cearense registra a fala do Sr. Theodulpho, onde declara que:

"A freguesia de Lavras é povoada por 27 a 28 mil almas, nela existem além de outras, uma importante capela na povoação da Várzea Alegre, povoação que oferece vantagens consideráveis não só para merecer a categoria de vila, como ser elevada a matriz.

Foi dirigida ao Prelado Diocesano uma petição dos habitantes daquela povoação pedindo a criação de uma freguesia, criação tanto mais necessária e conveniente, quando não oferece dificuldade alguma, por isso que se limitava a separar-se da freguesia de Lavras, o território necessário, compreendendo doze mil almas, e ficando a de Lavras com 16 mil sem ofender outras freguesias limítrofes: o Diocesano ouvindo informações sérias com relação a freguesia de Lavras e a de uma outra freguesia na Boa Vista, e em outros lugares, sempre respondeu que não podia assentir visto como esperava pôr-se a par das necessidades, para então poder resolver satisfatória e conscienciosamente."
[Pedro II, nº. 265, 19 nov. 1862, p. 2]


1870

09 de setembro

A Assembléia Legislativa Provincial do Ceará resolve:

Art. 1°. Fica elevada a categoria de vila a povoação de Várzea Alegre, tendo por limites do respectivo termo os mesmos da freguesia.

Art. 2º. Haverá um escrivão do crime, cível, órfãos e mais anexos no mencionado termo.

Revogam-se as disposições em contrario.
[Pedro II, nº. 193, 14 set. 1870, p. 3]


1871

09 de setembro

Publicada resolução provincial:

“Nº. 1.422 da mesma data [09.09.1871] marcando os limites do município de Várzea Alegre, que serão os seguintes:  partindo da Aba da Serra, da casa do finado Lourenço da Costa Lima, onde sempre confinou com a freguesia de Lavras, pela estrada que segue para a cidade de Icó, conservem não só as primitivas divisões, como também compreendam os sítios Baixio, Olho d’Água, Gangorra, Mulungu e Marrecas, sendo que este último sempre foi a linha divisória entre a primeira freguesia e a do Icó”.
[O Cearense, nº. 109, 22 set. 1871, p. 1]

1872

28 de maio

Dos mais sangrendos o clima que circundava o nascente município de Várzea Alegre. Em matéria publicada nesta data dá-se conta dos crimes seguintes:

1  Na Serra Nova Manoel Joaquim assassinou a Luiz Bernardo.
2  No lugar Mundo Novo Luiz Carlos assassinou a Pedro Inácio.
3  Na Serra dos Cavalos Raymundo Correia e seu filho João Raymundo assassinaram ao inspetor de quarteirão Raymundo José.
4  Na povoação da Venda Manoel Antônio Mendes assassinou a João de tal.
5  No sítio S. Vicente um tal Régio assassinou a Antonio de tal.
6  Na Venda Maria Alexandrina assassinou o próprio filho.
7  No Umary Paulino José de Castro tentou assassinar ao padre Claudino.
8  Vicente Garra tentara assassinar a Francisco Pedro.
9  No sítio Pimentas Antônio Vicente espancou barbaramente a Maria Cidreira e cortou-lhe os cabelos.
10  Caetano Patrício Barbosa e outros espancaram a Vicente Reinaldo.
11 No sítio Junco João Antônio Ferrer espancou a Ana Teresa de Jesus.
12 No lugar Lages Joaquim Pereira espancou a viúva Maria Joaquina.
13 Joaquim Bandeira, no Tabuleiro da Cruz, espancou gravemente a Ana Joaquina.
14 No Tabuleiro Alegre Marcos de tal espancou mortalmente a Pedro Antônio Ribeiro.
15 Antônio Pelado e outros espancaram a uma patrulha que fazia a ronda.
16 No sítio Unha de Gato Fidélis Moreira da Silva espancou a sua enteada de nome Cândida.
17 Alexandre Pinto, na Venda, deu uma punhalada no subdelegado.
18 Na Canabrava José Furtado de Lacerda surrara ao oficial de justiça João Manoel Cavalcante.
19 Na Venda Pedro Gonçalves espancou a Pedro Brito.
20 21 No Juazeiro Antônio da Silva surrara a seu cunhado Manoel da Silva e este por sua vez espancou aquele.
22 No sítio Roça Velha Francisco Palhano e Cesário Batista esfaquearam a João Correia Lima.
23 Vicente Ferreira esfaqueou ao liberto Alexandre.
24 O coletor provincial Bemvenuto Boa Ventura Bastos, foi agredido em sua casa sofrendo uma formidável cacetada.
25 No lugar Acauã José Eleutério e seus filhos esbordoaram gravemente a José Pereira de Queiroz e filhos.
26 No sítio Emas foi barbaramente espancado João de tal.
27 Na povoação de S. Caetano um filho de T?? deu uma facada em José Antônio Marques da Silva Guimarães.
28 No Cedro, Bernardino Correia Lima espancou barbaramente a seu irmão Teotônio Correia Lima.
29 No Saco dos Bois Agostinho de tal esfaqueou a sua cunhada Eugênia.
30 No Trapiá Henrique de tal esfaqueou a um seu morador.
31 José da Silva espancara e ferira a Joana Maria da Conceição.
32 Vicente Parnaíba furtou de pastos de criar 2 rezes.
33 João Antônio Linhares passou e fabricou cédulas falsas.
34 Norberto Félix de Sousa passou notas falsas na povoação de Várzea Alegre. Preso, o criminoso foi solto pelo subdelegado.
35 Sebastião Correia Lima na Várzea Alegre tomou à força bruta do poder de uma escolta um preso.
36 Na Venda Abel Pedro de Alcântara tomou do poder do subdelegado o preso Alexandre Pinto.


[O Cearense, nº. 43, 28 mai. 1872, p. 2]

Este o estado de terror que grassava aquele infame território.

1887

27 de junho.

Em data supra referida foi exonerado do cargo de subdelegado de polícia do distrito de S. Caetano do termo de Várzea Alegre João de Holanda Cavalcante. Nomeado em seu lugar o alferes José da Costa Vilar Filho.
[Pedro II, nº. 53, 03 jul. 1887, p. 1]

1889

03 de janeiro

Em carta endereçada ao Bispo os paroquianos varzealegrenses queixam-se sobre o Pe. Joaquim Manoel de Sampaio, e citando caso anterior ocorrido na freguesia de Milagres pedem seu afastamento.

"Continua o vigário Joaquim Manoel de Sampaio a afastar-se cada vez mais do caminho que devia trilhar como sacerdote, e sacerdote encarregado de promover o bem das almas dos fiéis de uma paróquia.
Não somos inimigos de padres, Exm. Sr. Bispo.
Conhecemos alguns que, infelizmente, são o terror das famílias e vivem entregues a todos os vícios, especialmente ao da embriaguez, e que não ocultam, pelo contrário ostentam o seu ódio à moralidade e aos bons costumes.
Conhecemos outros que, acobertados com a capa da hipocrisia, querem ser tidos na conta de virtuosos, quando são mais perigosos do que aqueles, pois se pode evitar-se muito bem a mordedura de um cão danado, é difícil evitar-se a de um que morde de furto.
Lastimamos, porém, que isso se dê e, se estivesse em nossas mãos, a igreja católica, a quem temos por mãe, não seria obrigada tantas vezes a envergonhar-se das misérias de alguns dos seus ministros.
O vigário Joaquim não é um homem perdido, como muita gente talvez suponha; mas é incapaz de exercer o cargo de que se acha investido.
Completamente falto de bom senso, e amante da paraty, não liga aos deveres de seu cargo a devida importância, e ei-lo a descompor e a injuriar aos seus paroquianos, ora de púlpito, ora pelas colunas de jornais, obrigando a muitos a afastarem-se da igreja e a pedirem a S. Exc. que os livre de tamanha praga, como já pediu e felizmente obteve o povo da freguesia de Milagres, onde o vigário Joaquim chegou ao ponto de excomungar do púlpito ao juiz de direito d’aquela comarca, Dr. Barros, como afirmou o Dr. Cartaxo em artigos publicados no Cearense.
Não somos inimigos de padres, Exm. Sr. Bispo, repetimo-lo, e a prova é que até hoje temos tratado com a maior consideração a todos os padres que tem estado n'esta freguesia.
NAo somos inimigos de padres, mas não podemos ser amigos do vigário Joaquim, que não o quiz, ser nosso, e que está incompatibilizado conosco.
E como nada nos contriste mais do que sermos obrigados a fugir da igreja, por sabermos que em lugar do um bom pastor iremos encontrar lá um inimigo, pedimos a S. Exc., pelo amor de Deus e da nossa santa religião, que nos dê um vigário que tenha juízo, porque o que o tiver saberá cumprir os seus deveres e conseguintemente conquistará o respeito e a amizade de todos os seus

Paroquianos.

Várzea Alegre, 3 de Janeiro do 1889."


[Pedro II, nº. 14, 1º. fev. 1889, p. 2] Publicado originalmente no Facebook de George Ney Almeida Moreira

Antonio Morais

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Preciosidades - Antonio Morais

030 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Porque hoje é Domingo.

Esta era a equipe do Alvorada Futebol Clube, treinada pelo técnico e desportista José Ataíde. Criada e mantida pelos empresários Azarias Martins e Antônio Rolim de Morais, nos fins da década de 1960.

Em pé, da esquerda para direita: Pedro, Vitorino, Raimundo de Borginho, Buíta, Raimundo Vaca Velha, Tigela. Sentados mesma ordem: Olímpio, João de João Doca, Negrinho de seu Totô, Ronaldo e Vicente Boca de Fogo.

Como tantos outros, Pedro, meu irmão, era um craque. Craque como irmão, craque como filho, craque como pai, craque como amigo, de tão bom atleta Deus o convocou precocemente e está ao lado do Eterno gozando as virtudes de suas eximias jogadas.

Esses meninos deram muitas alegrias aos desportistas de Várzea-Alegre, o campo ficava  onde hoje existe o Creva.

Dedico esta postagem ao amigo José Ataíde grande desportista de nossa terra.

Antonio Morais

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Mathias Alves Bezerra - Memória Varzealegrense

Legado de Mathias Alves Bezerra 



MATHIAS ALVES BEZERRA, - Várzea Alegre, (Sitio Vazante, 24.02.1877 - Roçado de Dentro 23.02.1971). Casado com Hermelinda Alves Bezerra filha de Joaquim Alves Bezerra, (Quinquim da Vazante). Mathias foi delegado civil de Várzea Alegre por 24 anos, de 1930 a 1954. É tetraneto de Papai Raimundo.



JOSÉ ALVES BEZERRA, Filho de Mathias Alves Bezerra e Hermelinda Alves Bezerra, Várzea Alegre (Sítio Vazante 19.03.1.899 - Sítio Vazante 07.11.1960)



THEREZA VIEIRA DE OLIVEIRA, Várzea Alegre (Sítio Gato do Mato, 02 de novembro de 1902 - Fortaleza, 1º de agosto de 1988). Filha de Honório Vieira de Oliveira e Francisca  Gertrudes de Lima. A criança de colo é a neta Ilana (filha de Luiz Bezerra de Oliveira) com dois meses de idade (Fortaleza, 23.11.1981).



Casa que pertenceu a HONÓRIO VIEIRA DE OLIVEIRA, localizada no Gato do Mato, ainda hoje, (12.01.2017), original, conservando a mesma planta e com a sua estrutura preservada, apesar de ter sido construída antes de 1890, posto que os filhos de Honório Vieira de Oliveira nasceram nesta casa. Tem-se registro do nascimento de Vicente Vieira de Oliveira ocorrido em 1895. Antes de Vicente nasceu também nesta casa a filha Maria Tereza (Lê).  



Casa de taipa construída em 1882, no sítio Vazante, para o casal Joaquim Alves Bezerra (Quinquim da Vazante) e Maria José da Exaltação (Mariquinha). Ainda conserva a estrutura e pintura originais, embora algumas paredes de taipas tenham sido substituídas por tijolo ao longo do tempo. Na frente e na lateral que dá para o nascente foi construída uma calçada que funciona também como muro de arrimo. 

Nesta casa nasceu Hermelinda Alves Bezerra mãe dos filhos José Alves Bezerra (Zezinho de Mathias, casado com Thereza Vieira de Oliveira) e Leolina casada com Mestre Antônio Souza pais dos conhecidos sanfoneiros Matias e Pedro Souza e, também, do tocador de Zabumba Antonio Souza (Antonito).

Só foi habitada (residência fixa) até esta data (18.01.2017) por duas famílias: 1ª) Major Joaquim Alves Bezerra e Maria José da Exaltação (Mariquinha) e 2ª) José Alves Bezerra (este neto de Joaquim Alves e Mariquinha, posto que filho de Hermelinda Alves Bezerra) e Thereza Vieira de Oliveira. 

Nesta casa nasceram os onze (11) filhos do casal Zezinho de Mathias e Thereza Vieira, todos assistidos pela parteira Antônia Cabeleira, carinhosamente chamada por nós e por todos os que vieram ao mundo através das mãos dela de madrinha Antônia Cabeleira. Só existiam na Vazante, no final do século XIX (dezenove) e princípio do século XX (vinte)século XXXX duas casas.

Esta da foto e a casa de Joaquim Piau (Piau "velho", o Pai que tinha um filho por nome de Joaquim Piau, também). Nunca se soube ao certo qual das citadas residências foi construída primeira. Mas lá elas estão e, afora pequenos reparos para mantê-las de pé, lá permanecem superiores ao tempo. 

Os seus antigos moradores, alguns já na morada dos Deuses outros em terras distantes conservam a educação recebida de seus ancestrais e trabalham para tornar este planeta digno do milagre que chamamos vida.



Os filhos de José Alves Bezerra e Thereza Vieira de Oliveira, em 1991, por ocasião da festa de agosto. Viagem que se repetiu por várias vezes na década de 90. Da esquerda para a direita: Vicente, Elpídio, Nadir, Anizia, Caetano, Hermelinda e Honório. Agachados da esquerda para a direita: Raimundo, Luiz, José e Paulo. A caravana, se bem podemos tratar por este denominação, saía de Fortaleza rumo a Várzea Alegre com esta faixa cujos dizeres são: REVIVENDO VÁRZEA ALEGRE.



LUIZ BEZERRA DE OLIVEIRA com a Professora Theodora (Professora Dozinha), em 30.08.2003. Ela com noventa e dois (92) anos de idade. Foto feita na casa dela, na hora do almoço. Esta que foi a primeira Professora oficial considerada por Luiz Bezerra no Grupo Escolar José Correia Lima, sem nenhum demérito aos demais professores: Valquírio Correia Lima, Toinha de Joaquim Francisco, Caxinha, Ernestina, Luizinha Correia e Iracy de Pedro Piau. Estes, porém, foram professores isolados. Demonstrando verdadeiro sacerdócio pela arte de ensinar, ministravam suas aulas em suas próprias casas, geralmente na sala de visita permitindo o convívio dos alunos com os membros da própria família.

E o mais pitoresco de tudo: nossa mãe THEREZA, pagava a estes abnegados mestres, com produtos da roça: queijo, leite de vaca, doce de leite e costuras de algumas roupas para eles.

Devo muito a estes mestres. Guardo na memória os seus ensinamentos como o mais precioso tesouro. E lembro, muito bem, de suas figuras e dos castigos que nos impunham ao açoite da palmatória, reconhecidamente merecidos e por merecidos, aceitos sem contestação àquela época, porém hoje inaceitáveis.

Brasília, 18 de janeiro de 2017

Responsáveis pelas informações: Luiz Bezerra de Oliveira, 9º (nono) filho de José Alves Bezerra e de Thereza Vieira de Oliveira.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Época do ouro branco - Memóra Varzealegrense

Os caminhões carregado de algodão da esquerda pra direita estão os motoristas seu Toto, Zé Bicudo, Assis Jucá e José Avelino


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Várzea Alegre Mundo Afora

Crocheteiras de Várzea Alegre no Encontro 


Projeto Rondon - Kleber Dakson Fiuza



Chegada do Projeto Rondom 


O Projeto Rondon marcou muito a nossa carente vida do interior, naquela época de  1975, onde se faltava quase tudo para o crescimento e formação da criança.

O Projeto nos enchia de orgulho, ao trazer novas perspectivas de vida e esperança de dias melhores, principalmente pela clara disposição em investir na construção de novos conhecimentos e no acesso à cidadania.

Rezávamos para o dia não acabar, pois ali éramos muito felizes, através da socialização e da troca de conhecimentos com os diversos participantes.

Não me esqueço das diárias e incansáveis atividades lúdicas, recreativas e esportivas, que tinham prosseguimento após uma pausa para o gostoso e bem preparado lanche, servido na hora e na medida certa.

Semanalmente, somavam-se a tudo isso uma minuciosa avaliação médica e odontológica jamais vistas por uma criança carente de quase tudo.

No final de semana, havia as pré-olimpíadas para se descobrir os grandes talentos dentro de cada modalidade esportiva: salto simples e triplo; com vara; corrida de 50, 100 e 200 metros; revezamentos, futsal, etc. No encerramento, havia a grande competição com entrega de medalhas.

Éramos muito bem tratados e cuidados. Por isso, retribuíamos em dobro todo o carinho recebido de cada profissional.

A tia Sheila e o tio João, por serem educadores físicos e cuidarem da parte mais prazerosa do projeto - a recreação, tornou-se a dupla de quem mais gostávamos.

A comoção era tamanha quando chegava o momento da despedida, que acontecia no restaurante Ponto Frio, de propriedade de Vitorino Sousa.
A cidade inteira chorava...

Há poucos dias pudemos ver uma foto do tio Ronald, feita e enviada para mim e Aline, diretamente de Beberibe, onde atua como médico. Ao falar no Projeto Rodon, ele se mostrou felicíssimo. Relembrou bons momentos da nossa cidade e da vida dele, ao lado dos amigos Dr Raimundo Sátiro e Dr Lincoln.

Saudade desse bom tempo que muito marcou a minha geração, chamada Projeto Rondon.

Kleber Dakson Fiuza

Preciosidades antigas - Antonio Morais

024 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais


Da direita para esquerda parte do corpo da esposa Mariquinha, Zuza Bizerra e quatro gerações depois deles

De passagem por Várzea-Alegre, por volta de 1869, o Major Eufrásio Alves de Brito, do sitio Malhada em Crato, se hospedou na casa de José Raimundo Duarte, o conhecido José Raimundo do Sanharol.

Vendo aquela fartura de rapazes e moças, 24 ao todo, propôs casar uma de suas filhas com um deles. A preferencia recaía por Manuel Leandro Bezerra, o segundo filho do casal José Raimundo e Maria Anacleta, porém este estava comprometido para Clara Alves de Morais Feitosa filha de Manuel Alves de Morais Feitosa, Manuelzinho do Pita em Arneiros.

José Raimundo ofereceu Vicente Alves Bezerra, um ano mais moço. Sendo aceito de bom agrado.

"Em vinte e cinco de novembro de mil oitocentos sessenta e nove, no sítio Malhada desta freguesia do Crato, em cumprimento da provisão do excelentíssimo bispo diocesano, datada em quatro de setembro deste ano, em casa de Eufrásio Alves Bezerra, em presença das testemunhas Manuel Vieira de Araújo e Manuel Leandro Bezerra, uni em matrimônio, e dei as bênçãos nupciais a Vicente Alves Bezerra com Isabel Pereira de Menezes, brancos, ele natural e morador da freguesia das Lavras, d’onde apresentou certidão de batismo e banhos correntes; e ela desta do Crato dando seu pai licença em banhos, de que no parentesco de consanguinidade, que se ligam pelo excelentíssimo bispo em quatro de setembro deste mesmo ano, do que para constar, fiz este acento em que mi assigno. (Livro 7, f. 39)".

Manuel Joaquim Aires do Nascimento - Pároco.

Os noivos se encontraram e se conheceram no dia do casamento. Deste enlace nasceu José Bezerra de Brito, Zuza Bizerra, foto, este vulto prestimoso que honrou nossa terra como jamais teve outro. Foi um estudioso de nossa família, nosso leme, nosso ponto de partida, nenhum varzealegrense, fosse Meneses, Brito, Morais, Rego, Alves, Bezerra, Costa, Sátiro, Primo, Mendes, Correia, Bitu, Silva etc, tomava qualquer decisão sem antes ouvi-lo. Muitos foram os vencedores que seguiram os caminhos indicados por tio Zuza.

Depois sucederam-se vários casamentos entre as duas famílias. Farei registro posteriormente. Esse foi a primeiro.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Nossas Historias - Memoria Varzealegrense

017 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais


Vi na pagina do Memória Varzealegrense uma foto de Dona Domicilia, uma personalidade prestimosa de minha terra. 

Lembrei-me do café onde era servido o melhor doce de leite do mundo. 

Era uma especie de cera de caramelo, o pirex era guardado emborcado e o doce não caía. O sabor também pedia passagem ao fino paladar, admirável como a lhaneza no trato de Dona Domicilia com os seus fregueses.

Mas, eu peço permissão para contar uma historinha bem engraçada :

Estando eu em Crato, preparei uma caixa com umas encomendas  para mandar para o meu pai no Sitio Sanharol, hoje um bairro de Várzea-Alegre. "Escrevi  fora : para José André. Entrega a domicilio"! Enviei pelo  nobre amigo de saudosa memória Miguel Marcelo. 

10 dias depois recebi a informação que a encomenda não havia sido entregue no destino. 

Procurei o Miguel Marcelo que de pronto respondeu - Estava escrito fora  da caixa : "Entrega a domicilia, eu entreguei lá no café".

Fui apanhar, recebi tal qual foi entregue e degustei um doce de leite, como disse  em minha narrativa: o melhor do mundo.

Fonte: Antonio Morais

sábado, 28 de janeiro de 2017

Sitio Fechado - Várzea Alegre

Sitio Fechado Distrito de Naraniú Várzea Alegre



Sitio Fechado - é uma comunidade situada no Distrito de Naraniú, município de Várzea Alegre na região do Cariri, sul do Ceará. 

Distante a 26 Km da sede Municipal, a localidade detém de rede elétrica rural monofásica, projeto esse implantado pela Prefeitura de Várzea Alegre na gestão do ex-Prefeito João Eufrásio Nogueira, foi também em seu governo que foi construída a Escola de Ensino Fundamental Maria Juvanir Lima Bezerra. Nos meados de 2002 o então prefeito na época João Eufrásio deu início á construção de uma passagem molhada, obra essa realizada também pela Prefeitura de Várzea Alegre. 

Já a Escola Clara de Souza Guedes, obra construída pelo ex-prefeito Dr. José Iran Costa, foi outra escola que recebia alunos da vizinhança, nos meados de 1998 a 2001, momento que houve grande índice educacional. Lembrando que a Clara de Souza foi construída na década de 1980. Em 2014 a Associação Comunitária José Ferreira de Araújo conseguiu um grande feito, a instalação da seção eleitoral, a mais recente criada no município de Várzea Alegre, a de Nº 179 pela 62ª Zona Eleitoral do Ceará sediada em Várzea Alegre, o colégio eleitoral compreende mais de 65 eleitores aptos a votar, sonho realizado.

A comunidade possui na área religiosa a Capela de São Francisco, templo católico que suas festividades alusivas ao Santo padroeiro acontecem no mês de outubro, a coordenadora é Socorro Sampaio, pertencente á Paróquia de São Raimundo Nonato da Diocese de Crato. O desenvolvimento chegou ao sítio Fechado quando a energia elétrica rural começou a ser implantada, também a melhoria nas estradas e a manutenção de serviços básicos a população.

Na área hídrica a comunidade possui o açude “Cacimba do Gado” que é um pequeno reservatório central da localidade, lugar  verde e de gente hospitaleira, pessoas humildes que tem no coração a esperança de dias melhores, confiantes na fé em seu padroeiro São Francisco, o sítio Fechado é berço de talentos, onde saem de lá nomes que brilham.

Durante as lutas do associativismo local, destacaram-se os lideres José Ferreira de Araújo (Deco) ex-presidente da comunidade (in memoria), Socorro Sampaio (coordenadora de capela) e Abnner Ferreira (ex-presidente e atuante pela luta comunitária). As entidades e seu povo construíram grandes obras e a melhoria de serviços á população.

Fonte:
*Mapa da Zona Rural de Várzea Alegre, de 1968 da Diretoria do Serviço Geográfico do Brasil, atualizado pela Divisão de Geografia e Cartografia – DGC, de 2007 e 2010 do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística – IBGE e do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – IPECE atualizado pela Cartografia de 2016 do Projeto Atlas de Divisas Municipais do Ceará.

*Arquivos da Comunidade, pesquisas no site da Prefeitura de Várzea Alegre, Dados Gerais, Naraniu sítios da Zona Rural – 2014.

*Projeto realizado pelo Sitio Fechado Distrito de Naraniú em 1989, 1998, 2002, 2004, 2013 e 2014.

Enviado por Abnner Ferreira