Quem conhece a parte territorial do município de Várzea-Alegre deve estranhar porque aquela ribeira iniciada no sitio Gamelas, passando pelo Capão, Amaro, Charneca, Unha de Gato e parte do Riacho do Meio, apenas a Charneca, a parte ao centro não pertence ao nosso município e sim a Carius. Fontes serias asseguram que nas décadas de 40 e 50 um cidadão conhecido por Emidio, agricultor e analfabeto, de uma hora para outra virou doutor. Em breve os caminhos e as veredas que levavam ao lugar estavam cheias de pessoas achegando-se ao local para se receitar. Por conhecimento ou adivinhando filas eram atendidas, Emidio fez fama e clientes é o que não lhe faltava. Pessoas das mais distantes localidades e de outros municípios acorriam em seu socorro e o homem receitava remédios que eram encontrados em quaisquer farmácias e de efeito positivo.
Várzea-Alegre sempre foi uma cidade adiante das demais circunvizinhas, e, nesta época já tinha medico, e, dizem, não sei se verdade, que este vivia na cola de um erro qualquer do Emídio para denunciá-lo e proibi-lo da pratica que já era um habito. Para fugir destas perseguições e das autoridades locais, Emidio se valeu do então Deputado Mário da Silva Leal que por meio de um decreto desmembrou aquela área do município para fugir as possíveis penalidades impostas ao Emidio. Assim a Charneca deixou de pertencer a Várzea-Alegre e se integrou ao município de Carius. Há quem diga que Várzea-Alegre não perdeu nada.
(am)
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