VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Causos lá de nós - Memória Varzealegrense

CARTA  BOA - MUNDIM DO VALE

No tempo em que não tinha agências bancárias em Várzea Alegre, os nossos conterrâneos que trabalhavam em São Bernardo do Campo, enviavam dinheiro para os seus pais, no mesmo envelope que mandavam  e pediam notícias. Quando vinha  um deles de férias, trazia as cartas com o dinheiro.

Hoje em dia eles depositam na Caixa Econômica de São Bernardo e os pais retiram na mesma hora na agência lotérica de Várzea Alegre.
Voltando ao assunto inicial. Certa vez, Chico Bode, Zé Cabeção, Paraíba e João Coco Seco, jogavam for e bata na casa de jogo de Chico Cego, quando João Coco Seco foi tirar uma carta e fez o seguinte ritual. Colocou a mão sobre a carta bem devagar e falou:
- Vou dar um choro.
Quando levantou a carta disse:
- Ou carta boa!
Chico bode respondeu curto e grosso como baga de charuto:
CARTA BOA É AQUELAS QUI VEM DE SUMPALO CUM DINHEIRO DENTO!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O que não foi Contraste em Várzea Alegre - Ceará

O QUE NÃO FOI CONTRASTES EM VÁRZEA ALEGRE – MUNDIM DO VALE

- Zé Branco casar com Branquinha.

- Raimundinho Piau nascer na Lagoa do Arroz.

- Guarda Roupa usar cinco camisas de uma vez só.

- Quinco furtado ter sua carteira roubada duas vezes na festa de São Raimundo Nonato.

- Tontõe Barroada ter sido atropelado.

- Zé Chato ter sido mau humorado.

- Raimundo nobre ser possuidor de nobreza.

- Joaquim vermelho ser corado.

- Punduru morar no Brejinho.

- O motorista Misquece ser distraído.

- Antônio Severo ser rigoroso com a educação dos filhos.

- O mudo Tonico ser irmão de Zé do Mudo.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Versos lá de nós - Memória varzealegrense

Edmundo e o Poeta Bidinho
CENTENÁRIO  DO  POETA  BIDINHO.

Bidinho foi bom poeta,
Foi também do funrural,
Foi classista social
Atuando em linha reta.
Desafiou um profeta
Que resolveu divulgar,
Que os rios iam secar
E não ficava nem lama.
MORRE O HOMEM, FICA A FAMA
DIZ  O  DITO  POPULAR.

Raimundo Lucas Bidinho
Poeta sindicalista,
Defensor dos ruralistas
Fez sua luta sozinho.
Não foi passado em moinho
Mas fez da terra o seu lar,
Local que chegou a fundar
O sindicato sem trama.
MORE O HOMEM, FICA A FAMA,
DIZ  O  DITO  POPULAR.

Era preta a sua cor
Mas claro seu coração,
Respeitava cada irmão
No seu mais puro esplendor.
Instruiu o agricultor
No momento de plantar,
E quando Deus mandou chamar
Não entendeu como drama.
MORRE O HOMEM, FICA A FAMA,
DIZ  O  DITO  POPULAR.

Bidinho fez alusão
Ao trabalhador da roça,
A morada na palhoça
E a batida do pilão.
Bom inverno no Sertão,
O roceiro a semear,
O gado todo a pastar,
Alegre ne verde rama.
MORRE O HOMEM, FICA A FAMA,
DIZ  O  DITO  POPULAR.

Mundim do Vale.

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

PESCADOR  CONTRARIADO.

A pedido do primo Moacir Morais.

Meu caro primo Renato
Não queira fazer intriga,
Nunca vi Bitu com briga
E nem fazendo maltrato.
Seja um pouco mais sensato
Que peixe não é de ouro
E poço não é tesouro
Para você contestar.
DEIXE  MOACIR PESCAR,
PIABA  NO  BEBEDOURO.

Nosso primo Moacir
É gente do Sanharol,
Ele quer pescar de anzol
E você quer proibir.
Não vá querer confundir
Vontade com desaforo,
Piaba e peixe de couro
Não dar nem pra merendar
DEIXE  MOACIR PESCAR,
PIABA  NO  BEBEDOURO.

Eu já fui seu convidado
E tive boa acolhida,
Mas essa sua investida
Me deixou preocupado.
Seu poço tá baldeado
E você faz esse estouro,
O que tem lá é besouro
E cobra para picar.
DEIXE  MOACIR PESCAR,
PIABA  NO  BEBEDOURO.

Mundim do Vale.

COISA NOSSA - Por Mundim do Vale.

O sítio Chico é uma página que conduz os internautas a uma viagem ao passado, retornando ao presente e preparando o passaporte para o futuro.
Localizado no município de Várzea Alegre – Ceará, a cidade  mais alegre do Brasil.
O sítio Chico apresenta as imagens do que tem de mais belo no sertão cearense.
Acessem o sítio Chico e desfrutem das belezas constantes que existem por lá, contrariando os contrastes banais.

Mundim do Vale.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Diácono Pedro fará sua primeira Benção


Diácono Pedro fará sua primeira Benção do Santíssimo Sacramento


Na próxima quinta-feira, dia 22, o recém ordenado Diácono Pedro André fará sua primeira Benção do Santíssimo Sacramento na Paróquia Santo Antônio-Santuário Diocesano da Divina Misericórdia, em Barro. Em um grande gesto de carinho e amor ao povo do Barro e a Paróquia Santo Antônio, que o acolheu durante o seu Estágio Pastoral, o Diácono Pedro André visitará a paróquia novamente para dá sua primeira Benção do Santíssimo Sacramento e seu primeiro Batizado.

Portanto, nesta quinta, mais cedo, às 06:30hs da manhã, acontecerá a Missa da Graça. Em seguida, como de costume, será exposto o Santíssimo Sacramento e ficará até às 15:00hs concluindo com a meditação do Terço da Divina Misericórdia. Ás 19:00hs, se realizará a Oração das Vésperas, com o ofício das leituras, e em seguida a Benção do Santíssimo Sacramento feita pelo Diácono Pedro André.

Enviado por Leitores do Blog

Pedro André Bitu - Memória Varzealegrense


Prezados amigos - Pedro e Luizinha - Deus escolheu e confiou a vocês esse diamante, essa joia especial e sublime. Vocês o lapidaram com o amor do Espirito Santo. Hoje todos nós somos felizes pela realização e vitória do bem e da fé em Deus. 

Eu que sou mais velho e conheci a religiosidade de Josefa de Sanharol e Madalena Bitu, dedicação a igreja, desejo de ter um familiar padre, estou certo que elas estão muito felizes, por ter alcançado tamanha graça. 

Que Deus lhes dê muita saúde e paz. Felizes vocês já são: Graças a Deus. 

Grande Abraços - Antonio Morais

sábado, 17 de maio de 2014

CAUSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

VINGANÇA  DE  PESCADOR.

No ano de 1955, nós morávamos no sítio Vazante, hoje um bairro nobre de Várzea Alegre, a cidade mais alegre do Brasil.
Vez por outra nós recebíamos a visita de uma senhora idosa de nome Aninha Marinheiro, que às vezes chegava a passar até dois meses. Além do incômodo, aquela senhora chegava a impor ordens e mudar os costumes como fizeram os portugueses com os indígenas no Brasil.
Um certo dia eu peguei um landuá e falei:
: Eu vou já pegar uns peixes na Lagoa do Arroz.
A nosso visitante gritou:
- Só se for tu mesmo. Os peixes que tu pegar eu asso na língua.
Eu fiquei revoltado mas fui até uma lagoa pequena para tentar pegar alguns peixes. Cheguei na lagoa e comecei a mergulhar o landuá e depois de muito esforço veio uma piaba. Com a piaba no landuá eu pensei comigo:
- Vou levar essa piaba para a velha assar na língua. Quando tentei segurara a piaba ela escapou. Eu passei mais de uma hora com o landuá no mesmo local e nada. Voltei contrariado, mas quando passava na casa de Zé Vicente me veio a idéia de preparar uma vingança para a nossa visitante.
Quando cheguei em casa, estava meu pai e minha mãe conversando com Aninha. Na hora que ela botou os olhos em mim foi logo dizendo:
- Cadê os peixes que tu ia pegar?
Eu falei:
- E quem foi que disse que eu não peguei? Eu peguei um piau e quatro curimatâs de palmo.
- E cadê?
- Eu vinha passando na casa de Zé Vicente e escutei Madalena dizendo que não tinha nada pra comer e eu então fiz a caridade de dar os peixes pra ela.
A velha me respondeu irritada:
- Eita menino maluvido. Pega os peixes quando acabar entrega para os outros, porque não trouxe pra casa?
- Pois é. Eu achei melhor dar os peixes pra ela, porque os peixes já são fedorentos e assados na língua de uma velha sebosa, vão ficar muito mais.
Depois que eu disse aquilo meu pai me deu uma dúzia de chineladas, mas eu fiquei satisfeito porque pratiquei a minha justa vingança.

Mundim do Vale.

Nossas histórias - Memória Varzealegrense


Meus Encontros com o Padre Vieira - Antonio Dantas 


O padre Antônio Vieira foi muito querido em Várzea Alegre. Não era por menos; ele era um típico várzea-alegrense; alegre, brincalhão e espirituoso. Acredito que com suas insistentes pregações pela região tentava honrar o nome do famoso homônimo do século 17. Tive a oportunidade de me encontrar com esse ilustre conterrâneo duas vezes. A primeira, quando ele tentou celebrar uma missa lá em casa; a outra, quando ele casou um colega meu lá em Brasília. 

Minha mãe foi uma das primeiras pessoas a se converter ao protestantismo no município de Várzea Alegre. Aquele gesto audacioso desafiou e mudou o rumo de nossa família, como nunca imaginávamos. Porém, causou um reboliço e transtorno na vida do pai dela, que apesar de maçom, era católico fervoroso. Ele se irritou com a decisão dela e parou de nos visitar, mas ela nunca deixou de ir a casa dele todos dias pra lhe pedir a benção. Apesar do mal entendido, minha mãe, com 96 anos atualmente, nunca deu o braço a torcer, sempre foi consistente e firme como a Ursula dos Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marques.

Meu pai, que sempre defendeu o livre pensamento, apoiou minha mãe incondicionalmente e isso deixava o velho Manoel Dantas, meu avô, mais chateado. Aos poucos, meu pai foi se aborrecendo também com as perseguições indiretas e no fim de 1946 mudamos para Recanto, uma pequena comunidade pertencente ao meu tio Marcelino, as margens do riacho da Fortuna. Terra inóspita aquela; só tinha tabuleiros de solos muito pobres. Mesmo assim, meu tio, muito diligente, colhia muito milho e feijão. Ele sempre tinha um estoque de alimentos que dava para nos sustentar por três anos seguidos se não chovesse. 

Infelizmente, a terra do Recanto nem se comparava com o rico massapê, característico dos vales nordestinos, existente no Baixio Dantas. A terra no Recanto era abundante, mas não podíamos produzir nem cana e nem arroz. Eu queria estudar pra fugir do trabalho árduo dos roçados mas ali não tinha escola. Além disso, não havia outras crianças para brincar comigo. Acostumado a chupar cana e saborear o mel gostoso do engenho do meu avô, aquele lugar não tinha graça; era pobre demais até para o padrão de vida que tínhamos no Baixio Dantas.

Choveu muito no ano de 1947, e meu pai conseguiu uma boa colheita de milho e feijão, mas não estava satisfeito. Foi lá que ele traçou o plano de sair do Ceará. Entretanto, depois da colheita daquele ano, o deputado Figueiredo Correia apareceu lá em casa com uma proposta do meu avô, Manoel Dantas. Ele pedia que voltássemos para o Baixio. A única exigência era que o Padre Vieira celebrasse uma missa lá em casa. Aquilo era uma tentativa do meu avô de mostrar que a filha dele, apesar de protestante, não havia saído da Igreja Católica. Infelizmente foi mal entendido. Mas eu fiquei eufórico com aquela proposta sem entender do que se tratava, apenas sabia que voltaríamos pra o Baixio. Ao pisar de volta a nossa casa foi uma das maiores alegria que já senti na minha vida.

Numa certa manhã muito quente, o Padre Vieira chegou lá em casa acompanhado por um seminarista e uma multidão de pessoas desconhecidas, porém muito bem comportadas. O padre foi a pé de Várzea Alegre até o Baixio, e por onde passava conseguia mais gente para lhe acompanhar naquela missão redentora. 

Eu estava para completar 9 anos de idade. E naquela manhã brincava em frente de nossa casa preparando minhas balas de barro para caçar passarinhos que sempre fazia com garotos da vizinhança. De repente, olhei para o nascente e vi aquela multidão enorme se aproximando. Lembro de que estava muito seco e a poeira subia e pairava sobre as pessoas formando um véu protetor. Fiquei com medo daqueles homens vestidos de preto da cabeça aos pés! Corri para o quintal e fiquei olhando de longe. 

Meu pai havia construído uma casa espaçosa e muito boa para os padrões da época, mas era pequena pra acomodar aquela multidão. O povo se aglomerou ao redor da casa e esticava o pescoço para vê o padre conversando com minha mãe. Eu queri vê e rapidamente subi uma cerca que dava para os fundos da casa. Pela abertura de uma janela, vi o Padre Vieira segurando a mão de minha mãe, mas não dava para ouvir  a conversa. Depois de alguns minutos, ele se despediu dela e saiu taciturno em direção da casa do meu avô.

Segunda a versão de minha mãe, ela se recusou a assistir a missa, pois isso não fazia parte das negociações entre Figueredo e meu pai. Entretanto, permitiu que o Padre Vieira celebrasse a missa e ela, como anfitriã, tinha a obrigação de preparar o almoço para ele e o acompanhante, mas Vieira recusou a oferta. Ele ainda, muito educadamente, a convidou pra assistir a missa na casa de meu avô, mas ela também recusou e insistiu que ele ficasse para o almoço. Não havendo acordo, ele partiu.

Eu acompanhei a multidão para casa do meu avô. A casa dele tinha uma enorme sala com um oratório bem grande do lado direito de quem entra na sala. Eu me encolhi no canto esquerda da sala entre os fieis que ali se aglomeraram. Lembro muito bem do sermão de Vieira. Senti que ele olhava pra mim com muita tristeza. Lembro de que falava bem e com muita clareza. Fez uma bela pregação sobre o filho pródigo. Anos depois fui entender o significado daquele sermão.

Em 1971, já como professor da Universidade de Brasília, fui assistir um casamento celebrado por Vieira na famosa igreja Dom Bosco. Naquela época, ele havia sido cassado pelos militares e havia perdido a cadeira de deputado federal, mas não perdera o rigor da oratória. Estava entusiasmado com aquela oportunidade de falar para uma multidão tão seleta. Aproveitou a ocasião e fez um belo discurso. 

O nubente era o professor Fernando José de Almeida, filho do deputado federal por Minas Gerais, José de Almeida. Este era um dos velhos políticos do antigo PSD. A igreja ficara repleta de políticos e autoridades importantes. Além de convidado, o Fernando pedira para eu ser o fotógrafo oficial da cerimônia. Isso me deu a oportunidade de assistir o casamento de uma posição bastante privilegiada.

Terminada a cerimonia, e eu ainda empenhado em obter as melhores fotos, cheguei para os noivos e disse: Fernando, parabéns, esse foi o casamento mais bem feito que já vi, e acrescentei; vocês não vão se separar nunca! Os noivos riram. Na realidade, Vieira, celebrou o casamento e depois repetiu várias partes do juramento como se pretendesse casá-los de novo. Muitos entenderam assim, e ficaram surpresos com aquela insistência como se ele tivesse premonição do que viria depois. Ele fez tudo isso com entusiamos, arte e empenho enfatizando a importância daquele ato. Infelizmente, o esforço dele foi em vão; anos depois o Fernando divorciou a linda esposa que era o amor da vida dele.  

Antonio Dantas
Fonte: Blog do Sanharol

Fotos - Memória varzealegrense

Fonte das fotos: 

facebook de Laéce Oliveira


sexta-feira, 16 de maio de 2014

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

No ano de 2001, eu fazia um trabalho com o poeta Souza Sobrinho, no bairro São Cristóvão aqui em Fortaleza, quando o poeta me entregou esse mote pedindo para que eu desenvolvesse e assim o fiz.

Dedicado aos familiares do saudoso poeta Souza Sobrinho.

SÓ POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO  TRISTE  SOZINHO  E  SEM  AMOR.

Não existe no mundo alguém feliz
Tendo feito outro alguém muito sofrer
Se o desprezo de fato acontecer
Quem pratica será um infeliz.
O vigário da igreja é quem diz
Que perdão é quem salva o pecador
Mas eu fui negligente e predador
A um bem que de mim se aproximava.
SÓ POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO  TRISTE  SOZINHO  E  SEM  AMOR.

Eu neguei um carinho a quem me deu
Dispensando um sincero sentimento
Fui cruel, orgulhoso e avarento
Com a pessoa que por mim tanto sofreu.
Pois agora o cupido me esqueceu
Sou apenas um eterno sonhador
No amor quem vacila é perdedor
E eu perdi quando o jogo começava.
SÓ POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO  TRISTA  SOZINHO  E  SEM  AMOR.  
  
Rejeitei simpatia e amizade
Por ter sido infantil e imaturo
Semeei solidão para o futuro
Com o adubo da infidelidade.
Hoje o que sinto é só saudade
Dos abraços apertados com calor,
De um beijo trocado pela flor
Que era feto por quem me adorava.
SÓ POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO  TRISTE  SOZINHO  E  SEM  AMOR.

Fiz chorar quem devia está sorrindo
Desprezei a quem tanto me queria
Pois eu era feliz e não sabia
Nem notava o que alguém tava sentindo.
Quando vi a pessoa desistindo
Procurei ser pra ela um protetor
Só faltei colocá-la num andor
Mas não era promessa o que faltava.
SÓ POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO  TRISTE  SOZINHO  E  SEM  AMOR.

Pela crise que hoje estou passando
Reconheço que já fiz alguém passar
Quem abusa do direito de amar
Chega o dia de sofrer sem tá amando.
Passa o dia e a noite lamentando
Perde o tato, a visão e o sabor
Hoje eu sou um enfermo de uma dor
Que a outra pessoa eu causava.
SÓ POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO  TRISTE  SOZINHO  E  SEM  AMOR.

Nunca foi de costume eu ficar só
Nem mesmo nas quermesse da igreja
Tinha sempre uma jovem na peleja
Para eu não ficar no caritó.
Era sujo de batom meu paletó
Que invejava qualquer conquistador
Hoje sou apenas um contador
De uma história que antes não cantava.
SÓ POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO  TRISTE  SOZINHO  E  SE  AMOR.

Quem não sabe um amor considerar
Vai pagar pelo erro a vida inteira
É a volta do cipó de aroeira
No espinhaço de quem mandou dar.
O que fiz aqui mesmo vou pagar
Sem direito nem mesmo a um defensor
O Cupido é meu próprio acusador
E no passado eu com isso não contava.
SÓ POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO  TRISTE  SOZINHO  E  SEM  AMOR.

Mundim do Vale.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Lembrando Bodega-Bar de Herculano Sabino

"Bodega-Bar de Herculano Sabino" - Norberto Batista Rolim



O tempo é o senhor das mudanças. Vejam, aqui, foi o principal "POINT " de V. Alegre na década de 60. 

Os adolescentes vinham beber cerveja e saborear o principal petisco da casa, o queijo assado no fogo do álcool. Muitos namoros começaram aqui. 

Paixões ardentes sufocaram muitos corações de jovens que na bebida buscavam amenizar as suas decepções . 

A tardinha se ouvia a amplificadora do Cine Odeon tocar as músicas da Jovem-guarda, Valdick Soriano, cantando a "carta", Nilton César, "Lilian". 

A noite todos voltavam pra cidade, extrovertidos, com o efeito do álcool, iam de encontro das suas namoradas na praça central da cidade. 

E assim se vivia um mundo de paixões, tudo era simples, gostoso, sentíamos o prazer de viver. 

O Bar do "Herculano", cujo a moeda corrente era o "VALE". As nossas aflições para pagarmos as contas no final das férias. 
Sofrimento gostoso na esperança de termos crédito para as próximas férias. 

Quem viveu o Bar do Herculano, jamais esqueceu...

Recordações - Memória Varzealegrense

Dona Marieta no Sítio Chico fazendo doce de leite em seu fugão de lenha

quarta-feira, 14 de maio de 2014

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.



VÁRZEA ALEGRE PRECISA DE VOCÊS
PRA SORRIR AO PASSADO E SER FELIZ.

Não existe um futuro promissor
Sem presente de sólida cobertura,
Um passado que teve a estrutura
De um povo feliz conservador.
Se tornando um composto construtor
Conservando os valores de raiz,
Minha parte nesse assunto eu já fiz
Acredito que agora é a vossa vez.
VÁRZEA ALEGRE PRECISA DE VOCÊS
PRA SORRIR AO PASSADO E SER FELIZ.

É preciso que haja sincronismo
Entre artista, político e educador,
Promovendo a cultura de valor
Sem abuso de poder, nem populismo.
Isolar preconceito e egoísmo
Respeitando o artista e o aprendiz,
Se fazendo cada um o seu juiz
Para auto se julgar pelo que fez.
VÁRZEA ALEGRE PRECISA DE VOCÊS
PRA SORRIR AO PASSADO E SER FELIZ.

Confiar no porvir abre um caminho
Mas precisa da força de um passado,
Esquecer da origem, é um pecado
E o presente se torna bem mesquinho.
Não é bom deixar o poeta sozinho
Recuperar essa triste cicatriz,
Pois até São Francisco de Assis
Não curou os doentes em um só mês.
VÁRZEA ALEGRE PRECISA DE VOCÊS
PRA SORRIR AO PASSADO E SER FELIZ.

O futuro é um fruto a ser colhido
Que estamos plantando no presente,
Esse fruto no passado foi semente
Que os nossos ancestrais tinham escolhido.
Não precisa de eleição nem de partido,
Quadro negro, apagador e nem giz,
Se dispensa um esquema ou um cocriz
Porque toda meia dúzia só é seis.
VÁRZEA ALEGRE PRECISA DE VOCÊS
PRA SORRIR AO PASSADO E SER FELIZ.

A cidade é ainda uma criança
Precisando de segura proteção,
Não cometam esse crime de omissão
Não abortem a pretensa esperança.
Aceitem com gosto essa mudança
Como um bom dançador que pede bis,
Ou um padre celebrando na matriz
Uma missa dominical de fim de mês.
VÁRZEA ALEGRE PRECISA DE VOCÊS
PRA SORRIR AO PASSADO E SER FELIZ.

Sejam uns filhos de muita grandeza
Façam dela a querida mãe amada,
A cidade merece ser tratada
Pra levar do presente essa beleza.
Recebendo o seu título de nobreza
Nivelada a rainha ou imperatriz,
Nosso povo do ocidente é que diz
Que olhos fechados ficou para chinês.
VÁRZEA ALEGRE PRECISA DE VOCÊS
PRA SORRIR AO PASSADO E SER FELIZ.


Tema do mote: Poeta Expedito Pinheiro
Composição poética: Raimundinho Piau.

Nossas histórias Memória varzealegrense

 CONTRASTES BANAIS


A devoção dos varzealegrenses a São Raimundo Nonato antecede a criação da Paroquia em Novembro de 1863.

Sustenta a historia e os contrastes banais revelam que durante varias décadas o povo venerou São Raimundo Nonato, embora a sua frente estivesse a imagem de São Brás.

Identificado o engano e feita a correção a imagem foi substituída pela legitima e, o padre para disseminar a historia de São Raimundo mandou fazer dezenas de estatuas para distribuir com os fiéis.

Em cada casa dos paroquianos deixava uma nova imagem. Em troca recebia sempre alguma doação.

Na casa de Pedro Frutuoso, Sitio Guaribas, quando a dona da casa recebeu a imagem falou: meninos, peguem uma galinha para o padre almoçar! Menino como diabo, correu um pra cada lado, de modo que ao retornarem traziam três galinhas carijós bem cevadas. 

A mulher encabulada, achou ruim soltar uma ou duas galinhas e o padre acabou levando as três desfalcando o galinheiro. Pedro Frutuoso, o marido, não disse nada, mas reconheceu que levara uma taboca na troca.

Dois meses depois o padre veio celebrar no Distrito do Riacho Verde, vizinho ao sitio. A dona da casa preparou o almoço, botou vestido novo, enrolou a imagem numa toalha e disse para o marido: Pedro, o almoço está pronto, eu vou a missa, vou pedir ao padre para benzer o meu santinho.

Pedro Frutuoso, que ainda não havia se manifestado a respeito da historia até então disse: " Muier, pede para o padre dá um jeitinho do santo aprender a pô porque fazem 60 dias que nós estamos perdendo três ovos todo dia".

Antonio Morais (facebook)

domingo, 11 de maio de 2014

2º Domingo de Maio - Memória Varzealegrense

Para homenagear todas as mães, trago para os leitores: 

2º DOMINGO DE MAIO", da autoria de Sávio Pinheiro representada nesta mãe... Uma grande guerreira. 
Ela é Francisca Assis Fiúza, natural do Sítio Panelas.
Nasceu em 1906, casou-se com Luiz Fiúza em 1926, teve 12 filhos e em 1946 faleceu aos 40 anos.
Em sua vida foram 20 anos solteira e 20 anos casada.

Francisca Assis Fiúza e suas filhas Francisca Fiuza e Socorro Fiuza

2º DOMINGO DE MAIO - SÁVIO PINHEIRO

Não consigo enxergar o mundo sem o amor. 
Mesmo porque o porquê da vida nasceu do amor.

Não consigo vislumbrar o amor sem a mulher. 
Mesmo porque o porquê do mundo é o seu valor.

E para que exista vida
Faz-se necessário o culto da mulher. 
Não a mulher fêmea, corpo!
Mas a mulher alma, mãe!
Que mesmo se hermafrodita fosse
Ainda seria sublime.

A figura da mãe é sagrada,
É valente, é eterna.
Biológica ou não,
A proteção do homem
É materna

Homenagem às Mães - Memoria Varzealegrense


RECADO  PRA  MINHA  MÃE - MUNDIM DO VALE

Dedicado a todas as mães e a todos os filhos da mães.

Jesus me faça o favor
De levar o meu recado,
Peço desculpas ao Senhor
Por este pedido ousado.
Sei que o Senhor tem acesso
As coisas do universo
E sabe o que é saudade.
Me perdoe a pretensão
Mas peça a minha bênção
A mamãe na eternidade.

Peça a sua mãe rainha
A Santa Virgem Maria,
Para abençoar a minha
Nesse dia de alegria.
Envolva com o branco véu
Todas mães que estão no céu
Pra receber sua luz.
É bom um filho saber
Que a mãe vai receber
Um recado por Jesus.

Diga a mamãe que rezei
Com seu retrato na mão
Na hora que terminei
Tive febre de emoção.
Me lembrei do seu carinho
Fiquei rezando baixinho
E pedi a mãe Maria,
Para todas mãe juntar
E com os anjos cantar
Um hino para esse dia.

Não esqueça de dizer
Da falta que a gente sente,
De nesse dia poder
Abraçá-la com um presente.
Mas que a gente não esquece
De oferecer uma prece
Nessa data abençoada.
Diga que a sua lembrança
Está viva como herança
E vai será bem conservada.

Obrigado Jesus Cristo
Por levar o meu recado,
Só estou pedindo isto
Porque o dia é sagrado.
O Senhor é verdadeiro
É o melhor mensageiro
Para ir ao infinito.
Eu sei também que o Senhor
Conhece bem o valor
Deste dia tão bonito.

Mundim do Vale.