VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

GAROTO  PROPAGANDA.

Não ganhei nenhum presente
Na passagem do natal,
Porque Noel não é gente
É um boneco virtual.
Fui dormir na esperança
De ganhar uma lembrança
Mas perdi a minha fé.
Na hora que acordei,
Na  meia só encontrei
O  mal cheiro de chulé.

Fiquei mais contrariado
Porque um vizinho meu
Mostrou um carro importado
Que papai Noel lhe deu.
Será que o bom velhinho,
Enxergou só meu vizinho
Porque anda caducando?
Ou será por preconceito,
Que ele age desse jeito
Só de rico se lembrando?

Já perdi a esperança
Nesse Noel trapaceiro
Que só visita criança
Se o pai tiver dinheiro.
Pois eu lhe digo, Noel:
- Eu tenho um pai lá no céu
Que não gosta, disso não.
Quando seu filho nasceu,
Foi pobre assim como eu
Mas deixou uma lição.

Você com o  saco cheio
E a bengala na mão
Onde tiver aperreio
Não passa por perto não.
Não conhece favelado,
Filho de desempregado
Subproduto de gente.
Porém  a casa bonita,
No natal você visita
Para deixar o presente.

Será se você existe
Ou não existe sou eu?
Eu tou aqui muito triste
Por conta do jeito seu.
Passou cantando: - Ou, ou, ou....
Mas comigo não deixou
Nem um pequeno peão.
Ficou seco, o saco seu,
Mas você encheu o meu
De revolta e exclusão.

Você só não sabe disto
Porque é um boneco mal
Mas é para Jesus Cristo
Toda festa de natal.
Você só gosta do cobre,
Não anda em casa de pobre
Porque a mídia não manda.
É uma peça do mercado,
Que foi muito bem treinado
Pra garoto propaganda..

Mundim  do   Vale.
Várzea  Alegre-Ce

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.



COMO ERA ALEGRE O NATAL

Nossa Várzea Alegre tinha
Num certo tempo passado,
Jesus Cristo na lapinha
Com Maria do seu lado.
Seu Amadeu arrumava,
Dona santa ajudava
Junta com Dona Andradina.
Depois que o padre benzia,
Vinha aquela romaria
Para a festa natalina.

A criança não sabia
Quem era papai Noel,
Pra ele só existia
O Menino Deus, no céu.
A festa era de acolhida,
Com toda família unida
Na igreja ou na capela.
Quem sofria era o peru,
Que o último gulu-gu-gu
Era perto da panela.

Na casa da minha avó
No natal tinha um estilo,
De se fazer pão-de-ló
Manzape, broa e sequilho.
A meninada comia,
Quando era no outro dia
Abarcava o que sobrou.
De toda essa verdade,
Eu me lembro da metade
E O RESTO MEU PAI CONTOU.

Hoje os netos de vovó
Não praticam o mesmo estilo,
Já não fazem pão-de-ló
Nem apreciam sequilo.
O peru já foi trocado,
Pelo um chest congelado
Do tamanho de um tetéu.
A casa é cheia de luz,
Mas esqueceram Jesus
Pensando em papai Noel.

É triste como essa gente
Faz do natal um mercado,
Só pensa em ganhar presente
E deixa Jesus de lado.
Essa nova geração,
Não mantém a tradição
De alguns anos atrás.
É o mal da juventude,
Que não conserva a virtude
E os costumes dos pais.

Quando a virgem deu a luz
A família era carente,
E o menino Jesus
Não ganhou nem um presente.
Hoje em dia a mídia manda,
A fé do povo desanda
E o natal perde seu brilho.
Como tudo já mudou,
O que meu pai me contou
NÃO VOU CONTAR A MEU FILHO.

Mundim do Vale.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

MENSAGEM DO MEMÓRIA VARZEALEGRENSE - Por Mundim do Vale.

Mundim do Vale na visão do artista Beto Figueredo

MENSAGEM  DE  NATAL  E  ANO  NOVO.

O natal se aproxima
Jesus aniversaria
Na mensagem dessa rima
Vão os votos de harmonia.
Que Deus esteja presente
Em cada um residente
Desse Vale do Machado,
Fazendo com que o povo
Esteja no ano novo
Com a paz sempre ao seu lado.

São votos do coração
Pra vê a família unida,
Que o ato do perdão
Seja a força da acolhida.
Fazemos na poesia
Um onda de energia
Para transmitir a glória.
Natal e ano novo de amor
Com a santa paz do Senhor
Aos leitores do memória.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

ISSO TAMBÉM É MEMÓRIA - Por Mundim do Vale.

O  CAFÉ  DE  MARIINHA.           

O Café de Mariinha
Abria de madrugada,
Mas já tinha na calçada
Gente esperando a sopinha.
Em seguida Jesus vinha
Com o pão de cada dia,
Direto da padaria
Para o povo merendar.
Quem tivesse no lugar
Mariinha já servia.

Se alguém ia viajar
Para o Crato ou Juazeiro,
Só precisava falar
Com Jesus ou João Tonheiro.
Só assim o passageiro
Tinha alguém pra lhe acordar
E um tempo pra passar
No café de Mariinha.
Onde tomava a canjinha
Para depois viajar.

Tudo que acontecia
Na noite ou na madrugada
Tinha gente acordada
Pra contar no outro dia.
Mariinha não ouvia
Por conta da ocupação,
Mas o assunto em questão
Era  a falta de respeito.
Não poupavam nem prefeito,
Nem padre, nem sacristão.

Me lembro e tenho saudade
Ainda lembro do cheiro,
Porém não tinha dinheiro
Pra curtir minha vontade.
Mas pra falar a verdade
Quando era de tardezinha,
A grande vontade minha
Era do doce cortado
E aquele bolo ligado
DO  CAFÉ  DE  MARIINHA.

Mundim  do Vale
V. Alegre-Ceará.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do vale.

A  FESTA  DE  APARECIDA.

Vou com os dedos ao teclado
Pra remover o passado
De um nobre cavalheiro.
Chagas Bezerra que vinha
Com a frota fora da linha
Fazer a festa em janeiro.

De Várzea Alegre saiu
Mas uma ideia surgiu
Com um propósito de vida.
Fazer na sua cidade
Com muita boa vontade
A Festa de Aparecida.

Transportava o conterrâneo
Com o seu jeito espontâneo
Sem cobrar nem um tostão.
Quando saia do Crato
Já trazia um aparato
Parecendo procissão.

Me lembro quando era o dia
Que o cortejo saia
Era grande a expectativa.
Nosso povo em polvorosa
Ia lá pra Santa Rosa
Receber a comitiva.

A santa no seu andor
De lado seu benfeitor
E atrás a multidão.
Seguiam na romaria
E eu sei que a santa dizia:
- Deus abençoe a missão.

Depois da Usina Diniz
Chegavam logo a matriz
Onde o padre Otávio estava.
Chagas Bezerra descia
E Aparecida benzia
A cidade que chegava.

A criançada corria
Da calçada a sacristia
Não tinha fome e nem cede.
Na festa de tudo tinha
O padre Argimírio vinha
Passar filme na parede.

Eu rimei sem pretensão
Mas quem ler com atenção
Vai vê que isto é história.
Acho até que vou gravar
E quem sabe publicar
Lá na página do Memória.

Mundim do Vale.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Dr. Iran Júnior - Isabel Vieira


VARZEALEGRENSE É INDICADO PARA SECRETARIO DE SAUDE DO ESTADO DO PERNAMBUCO – PROXIMO GOVERNO- 

O nosso conterrâneo, o dignissísmo médico, DR. JOSÉ IRAN COSTA JUNIOR , já é Coordenador/Interventor do Hospital de Câncer do Estado do Pernambuco.

Agora, é indicado para assumir a função de SECRETARIO DE SAÚDE daquele Estado. Fato que muito nos admira e nos honra; pois, como bem sabemos, esse admirável cidadão não é politico; não pertence a grupo politico. 

Com certeza , a escolha aconteceu pela sua eficiência profissional, grandeza humana...; seus respeitáveis “méritos”, seu grandioso trabalho pautado no compromisso, na dedicação, no respeito, e sobretudo no “amor” ao sacerdócio da MEDICINA
Tudo isso testemunha-se de forma responsável, autêntica, sábia. 

DR. IRAN JUNIOR um profissional jovem, talentoso, batalhador, altruísta, portador de um expressivo potencial de cidadania. 

Como secretário estadual de saúde, a sua “obra” crescerá e se fortalecerá mais... em prol da saúde e do bem de modo geral..., do “ povo pernambucano” e de outros que possam chegar ao seu alcance; aos quais expresso os meus parabéns pelo privilegio de tê-lo como secretário na valiosa pasta.. 

E a nossa VÁRZEA ALEGRE engrandece cada dia mais, por força do talento, coragem , luta, e dignidade dos seus filhos amados. 

E nesse momento não podemos esquecer a “memória” do saudoso pai, o inesquecível DR. JOSÉ IRAN COSTA, cuja presença está viva nessa conquista.
.
Com imensa alegria, os meus parabéns a você, DR. IRAN JUNIOR por tão merecida confiança , reconhecimento; a sua admirável mãe, nossa prestimosa amiga LAIS IOLANDA COSTA, aos seus manos e demais familiares.

Parabéns, também, a nós varzealegrenses ...

Que a força do “amor” de DEUS continue iluminando-o , abençoando-o para que possa desempenhar com toda prosperidade, êxito, sucesso e dignidade o valoroso cargo que ora lhe é confiado. 

Abraços de felicidades...! ISABEL VIEIRA

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL E ANO NOVO DE PAZ - Por Mundim do Vale


Um Conto de CARNAVAL - Memória Varzealegrense

CARNAVAL DE 1963 - Edmilson Martins

Meados de 1962, Novembro ou Dezembro, não me lembro bem, um certo dia eu estava  com Waldefrance Correia preparando os cartazes de um filme nacional, “Aviso Aos Navegantes, Carnaval no Fogo  ou Garotas e Samba” bem, não importa, o fato é que era uma chanchada carnavalesca.  Nesse momento chegam Murilo Teixeira Deassis de Nelim,  Osmundo Fiuza e salvo engano Zé de Borgim.

Enquanto comentávamos o filme, me veio uma idéia: Ei, que tal a gente formar um bloco para o próximo carnaval? Imediatamente todos concordam com a ideia. E, se em vez de um, formássemos dois ? isso seria bom para estimular a concorrência, mas é claro , seria melhor ainda, eles concordaram por unanimidade. Bem, eu vou ficar encarregado de um, quem vai enfrentar o outro? Não me lembro se Deassis ou Murilo topou a parada, e foram logo dizendo que iam convidar a mulherada pra participar, o que foi uma excelente ideia.

Agora vamos pensar nos nomes.  Alguém sugeriu que tal, Gregos e Troianos? Sei não, disse alguém,  esse povo só vivia em guerra e nós queremos é paz e harmonia. Temos que pensar também nas fantasias, sugeri, não pode ser coisa muito complicada não. Sabe qual a fantasia que eu gostaria de desfilar ? Como um marajá daqueles países  do oriente,  e nasce ai “OS ORIENTAIS” Bom, falta agora o nome do outro bloco. Bem o nome do  outro , vejamos, já descartamos Gregos e Troianos, que tal ESPARTANOS. Esse nome caiu como uma ducha. Nasce “OS ESPARTANOS. Tudo resolvido.

Nos  dias que se seguiram partimos para os detalhes, convidar e reunir os participantes para:

- Criarmos os Estandartes.

- Criarmos os modelos para as fantasias.

- Formarmos a Banda e Bateria.

Os estandartes ficaram a cargo de Ildefonso que trabalhava na Farmácia de Seu Nelim e que nessa época já era um grande pintor.

As Fantasias, para isso nós fomos  até à biblioteca de S. João Teireira, talvez a maior biblioteca de Varzea-Alegre, e, folheando as enciclopédias, achamos os modelos ideais para as fantasias, agora era só confecciona-las.

A Banda ou bateria,  Convidamos Mestre Chagas e alguns músicos da Banda de Música local que aceitaram participar, tivemos também a ajuda de Pedro de Sousa que na época me ajudava nos programas de calouros do Odeon, nos ensinando a tocar pandeiro, tamborim, reco-reco, tambores, e até uma cuíca que ninguém conseguiu aprender a  tocar direito aquele troço, assim mesmo formamos nossa “bateria” se é que se  pode chamar aquilo de bateria.

Após longo preparativo com  ensaios, coreografias e muito trabalho chega o grande dia:

Nervos à flor da pele pois sabíamos  que fora criada uma comissão julgadora,  cujo presidente era nada mais e nada menos do que o renomado comentarista da BBC de Londres, Joaquim Ferreira.

Primeiro Dia: A Rua Major Joaquim Alves apinhada de gente para ver o tão badalado desfile. Nós, os foliões dos ORIENTAIS dançávamos garbosamente ao som das marchinhas sob os aplausos da multidão, era uma apoteose! Em seguida, sob arrufos, delírio e suspiros da rapaziada e da multidão vinham OS ESPARTANOS  jorrando beleza pois ali estavam desfilando o que Varzea- Alegre tinha de mais belo, era um colírio para os olhos da multidão que embevecida aplaudia.

Logo em seguida, aparece Matias de Souza acompanhado de um grupo do Roçado de Dentro com sua sanfona e vários outros instrumentos acompanhando o desfile, a eles se juntaram alguns “SUJOS”, foliões que fantasiados se juntavam ao grupo.

No segundo Dia, a mesma coisa, só que o bloco do roçado de Dentro apareceu maior e mais organizado arrancando risos da Multidão.

No terceiro dia, o desfile final tinha que ser histórico, pois o título estava em jogo. Por essa ocasião o bloco de Matias já era enorme e devido à grande diversidade de caracterizações e fantasias absurdas o povo delirava durante sua passagem pelas ruas da cidade. Nascia ali A ESCOLA DE SAMBA UNIDOS DO ROÇADO DE DENTRO que até hoje abrilhanta os carnavais de Varzea-Alegre.

No dia seguinte sai o resultado da apuração. OS ESPARTANOS  foram merecidamente os  Campeões.   

Sei que muitos nomes não foram citados, talvez por esquecimento ou  por  eu querer falar apenas da minha participação nos eventos, sei também que nada disso teria sido feito sem  a participação e colaboração direta dos meus amigos e de todos aqueles  que de alguma forma participaram dos eventos aqui  descritos.

A  saudade que sinto daquela época é enorme e para todos aqueles que ainda estão entre nós e que participaram desses momentos da minha vida, um forte abraço e o meu muito obrigado!

Edmilson Martins
Juazeiro do Norte, 15 de Dezembro de 2014.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

VERSOS LIMEIRIANOS - Por Mundim do Vale.



  LIMEIRA  REENCARNADO  NO  CEARÁ.

Tou aqui na Fortaleza
Esse bonito lugar,
Vou subir num viaduto
Que é melhor de reparar,
Vou saber de Iracema
Onde tá Zé de Alencar.

Vou no beco da poeira
Só pra comprar um enfeite,
Amanhã eu vou na praia
Que é lugar de deleite,
Domingo vou um encontro
Com Rogaciano Leite.

Vou no Abrigo Central
No Pedão eu tomo um caldo,
Depois vou um desafio
Com Zé Maria e Geraldo,
Vou no Quixeramobim
Cantar com o cego Aderaldo.

Se Patativa tiver
Aqui no seu Ceará
Eu vou beber com o colega
Suco de maracujá,
Depoi eu digo: - Poeta!
Cante cá, que eu canto lá.

Vou tomar umas zinebras
Só para fazer zoeira,
Mas no domingo que vem
Eu vou cantar lá na feira,
Pois faz tempo que eu espero
Cantar com Ary Teixeira.

Eu vou no Dragão do mar
Um lugar muito sereno,
Onde não tem divisão
Do grande para o pequeno,
Vou levar o meu abraço
Para Juvenal Galeno.

Quero vê Mundim do Vale
Um cabra muito invocado,
Talvez não seja possível
Pois ele é muito zangado,
Mas eu queria abraçar
O poeta do Machado.

Fui  na igreja da Sé
Bem na hora do sermão,
O prefeito da cidade
Quis capar o sacristão,
Porque deu uma cantada
Na mulher dum capitão.

Eu só vim no Ceará
Porque me deu a veneta,
Vi José do Patrocínio
Manobrando a escopeta,
Depois fugiu do Cambeba,
Com Maria Antonieta.

Fui na Volta da Jurema
Encontrei Frei Damião,
Tava apartando uma briga
De Dalila com Sansão,
Quando foi a meia noite
Teve guerra no Japão.

No bairro da Parangaba
Eu encontrei Burra Preta,
Tava atrás de Zé Tatá
Pra tomar a monareta,
O caldo da tanajura
Só presta com malagueta.

Sou Limeira do Teixeira
Que a cobra não lambeu,
Estando no Ceará
Ninguém canta mais que eu,
Tá faltando eu encarar
Capistrano de Abreu.

Lima, Limeira e limão
No Nordeste eu sou primeiro,
Não encontrei um poeta
Pra queimar meu limoeiro,
Eu vou cantar um galope
Com Doutor Sávio Pinheiro.

O  GALOPE:

Se o Sávio Pinheiro é bom no repente
Não é competente pra cantar com Limeira
Subindo na onda e descendo a ladeira
Num barco de remo ou num porco valente.
Uma nuvem só abre se for no nascente
Cachorro pulguento não sai pra caçar,
Pinheiro é um pau mas é fácil lascar
Limeira é poeta pra cantar nesse mundo.
Na cidade alegre que é de São Raimundo
NOS DEZ DE GALOPE NA BEIRA DO MAR.



Lá na terra dos contrastes
Vou completando o roteiro,
Lá tudo sendo do contra
Talvez não tenha dinheiro,
Mas vou cantar na Cultura
Com Expedito Pinheiro.

Se Expedito não topar
Tem que ficar me devendo,
Eu mando Cláudio Chamar
O vate Antônio Rosendo,
Que vai ter um trimilico
Como galinha morrendo.

Vou passar no Iguatu
Pra cantar no Bar do Trilho,
Pelejar com Chico Alves
E seu herdeiro de brilho,
Vou ter o grande prazer
De açoitar pai e filho.

Vou cantar com Dedé França
Lá na cidade do Crato,
Vou dizer na cara dele
Que ele só tem boato,
Sua musa Rosa Guedes
Ninguém vê nem em retrato.



QUADRÃO  COM DEDÉ:

Eu cantando aqui  no Crato,
O rato abraça o gato,
Vem o capote e o pato,
Para escutar meu baião.
Dedé França não demora,
Pega o beco e vai embora,
Sai peidando na espora
NOS OITO PÉS A QUADRÃO.

Quando eu sair lá do Crato
Vou até o Juazeiro,
Lá eu pretendo cantar
Com o vate Sílvio Granjeiro,
Cantar com poeta gago
É mesmo que achar dinheiro.

Vou passar em Pedra Branca
Para alterar minha rota,
Não sei se vou encontrar
Doutor Leonardo Mota,
Pra mostrar o trocadilho
Bota tira, tira e bota.

TROCADILHO:

Se eu fizer uma lapinha
Você vai roubar o santo,
Se eu lhe cobrir com o manto
Você sai da ladainha.
Se eu fizer uma vaquinha
Você não paga a cota,
Bota tira, tira e bota
Sempre saindo do trilho.
Vou levar o trocadilho
PARA LEONARDO MOTA.


ACRÓSTICO: 

M encionei Zé Limeira
Ú nico no seu linguajar,
N unca esqueceu a Teixeira
D e onde aprendeu a rimar,
I mpôs a rima na feira
M andou colega estudar.

Mundim do Vale