ZÉ LIMEIRA
REENCARNADO NO CEARÁ.
Tou
aqui na Fortaleza
Esse
bonito lugar,
Vou
subir num viaduto
Que
é melhor de reparar,
Vou
saber de Iracema
Onde
tá Zé de Alencar.
Vou
no beco da poeira
Só
pra comprar um enfeite,
Amanhã
eu vou na praia
Que
é lugar de deleite,
Domingo
vou um encontro
Com
Rogaciano Leite.
Vou
no Abrigo Central
No
Pedão eu tomo um caldo,
Depois
vou um desafio
Com
Zé Maria e Geraldo,
Vou
no Quixeramobim
Cantar
com o cego Aderaldo.
Se
Patativa tiver
Aqui
no seu Ceará
Eu
vou beber com o colega
Suco
de maracujá,
Depoi
eu digo: - Poeta!
Cante
cá, que eu canto lá.
Vou
tomar umas zinebras
Só
para fazer zoeira,
Mas
no domingo que vem
Eu
vou cantar lá na feira,
Pois
faz tempo que eu espero
Cantar
com Ary Teixeira.
Eu
vou no Dragão do mar
Um
lugar muito sereno,
Onde
não tem divisão
Do
grande para o pequeno,
Vou
levar o meu abraço
Para
Juvenal Galeno.
Quero
vê Mundim do Vale
Um
cabra muito invocado,
Talvez
não seja possível
Pois
ele é muito zangado,
Mas
eu queria abraçar
O
poeta do Machado.
Fui na igreja da Sé
Bem
na hora do sermão,
O
prefeito da cidade
Quis
capar o sacristão,
Porque
deu uma cantada
Na
mulher dum capitão.
Eu
só vim no Ceará
Porque
me deu a veneta,
Vi
José do Patrocínio
Manobrando
a escopeta,
Depois
fugiu do Cambeba,
Com
Maria Antonieta.
Fui
na Volta da Jurema
Encontrei
Frei Damião,
Tava
apartando uma briga
De
Dalila com Sansão,
Quando
foi a meia noite
Teve
guerra no Japão.
Eu
encontrei Burra Preta,
Tava
atrás de Zé Tatá
Pra
tomar a monareta,
O
caldo da tanajura
Só
presta com malagueta.
Sou
Limeira do Teixeira
Que
a cobra não lambeu,
Estando
no Ceará
Ninguém
canta mais que eu,
Tá
faltando eu encarar
Capistrano
de Abreu.
Lima,
Limeira e limão
No
Nordeste eu sou primeiro,
Não
encontrei um poeta
Pra
queimar meu limoeiro,
Eu
vou cantar um galope
Com
Doutor Sávio Pinheiro.
O GALOPE:
Se o
Sávio Pinheiro é bom no repente
Não
é competente pra cantar com Limeira
Subindo
na onda e descendo a ladeira
Num
barco de remo ou num porco valente.
Uma
nuvem só abre se for no nascente
Cachorro
pulguento não sai pra caçar,
Pinheiro
é um pau mas é fácil lascar
Limeira
é poeta pra cantar nesse mundo.
Na cidade
alegre que é de São Raimundo
NOS
DEZ DE GALOPE NA BEIRA DO MAR.
Vou
completando o roteiro,
Lá
tudo sendo do contra
Talvez
não tenha dinheiro,
Mas
vou cantar na Cultura
Com
Expedito Pinheiro.
Se
Expedito não topar
Tem
que ficar me devendo,
Eu
mando Cláudio Chamar
O
vate Antônio Rosendo,
Que
vai ter um trimilico
Como
galinha morrendo.
Vou
passar no Iguatu
Pra
cantar no Bar do Trilho,
Pelejar
com Chico Alves
E
seu herdeiro de brilho,
Vou
ter o grande prazer
De
açoitar pai e filho.
Vou
cantar com Dedé França
Lá
na cidade do Crato,
Vou
dizer na cara dele
Que
ele só tem boato,
Sua
musa Rosa Guedes
Ninguém
vê nem em retrato.
QUADRÃO COM DEDÉ:
Eu
cantando aqui no Crato,
O
rato abraça o gato,
Vem
o capote e o pato,
Para
escutar meu baião.
Dedé
França não demora,
Pega
o beco e vai embora,
Sai
peidando na espora
NOS
OITO PÉS A QUADRÃO.
Quando
eu sair lá do Crato
Vou
até o Juazeiro,
Lá
eu pretendo cantar
Com
o vate Sílvio Granjeiro,
Cantar
com poeta gago
É
mesmo que achar dinheiro.
Vou
passar em Pedra Branca
Para
alterar minha rota,
Não
sei se vou encontrar
Doutor
Leonardo Mota,
Pra
mostrar o trocadilho
Bota
tira, tira e bota.
TROCADILHO:
Se
eu fizer uma lapinha
Você
vai roubar o santo,
Se
eu lhe cobrir com o manto
Você
sai da ladainha.
Se
eu fizer uma vaquinha
Você
não paga a cota,
Bota
tira, tira e bota
Sempre
saindo do trilho.
Vou
levar o trocadilho
PARA
LEONARDO MOTA.
ACRÓSTICO:
M encionei Zé Limeira
Ú nico no seu linguajar,
N unca esqueceu a Teixeira
D e onde aprendeu a rimar,
I mpôs a rima na feira
M andou colega estudar.
Mundim do Vale