Cláudio
Souza X Mundim do Vale.
As resposta do Mundim são fantasiosas, foram inspiradas no poeta Zé Limeira. O poeta do absurdo.
Cláudio:
Mundim,
você é danado,
Pois
responda essa questão,
Me
diga qual cidadão
Descobriu
nosso Machado?
Não
venha com mastigado
Que
você não me convence,
Estude,
pesquise e pense
Pra
não sair do roteiro.
Quem
chegou aqui primeiro
Na
terra varzealegrense?
Mundim:
Cláudio,
eu não faço guerra
Meu
relato é verdadeiro,
Foi
Agostinho Pinheiro
Que
batizou nossa terra.
Veio
da Aba da Serra
Bebendo
e comendo broa,
Quando
chegou na lagoa
Escutou
a passarada
E
disse ao seu camarada:
-
Eita Várzea alegre boa!
Cláudio:
Mundim
você não contou
Sobre
a vinda de Cabral,
Se
foi no Monte Pascoal
Que
ele desembarcou.
Se
ele lá demorou
Ou
se voltou pra Europa,
Deixando
aqui sua tropa
Pregando
a religião.
Se
deixou o capelão,
Se
outra aventura, topa.
Mundim:
Cabral
e Ciro Gadelha
Chegaram
aqui na lagoa
E
alugaram a canoa
De
Carrim de Pedro Orelha.
Pegaram
uma parelha
Com
Toim de Abigail,
Pra
descobrir o Brasil
Mandados
por Portugal.
Jantaram
no Juremal
Em
vinte e um de abril.
Cláudio:
Já
que você pesquisou
Responda
com muita ética,
Quem
descobriu a América
Que
a história abafou?
Diga
o que ele inventou
Pra
sua tripulação?
E
qual foi a invenção
Para
convencer o povo?
Conte
a história do ovo
Sem
nenhuma alteração.
Mundim:
Foi
o Cristóvão Colombo
O
grande navegador,
Chegou
aqui num trator
Mas
logo levou um tombo.
Ficou
ele com um calombo
Mas
foi para o Mundo Novo,
Pedir
paciência ao povo
Na
cangalha dum jumento.
Foi
o exato momento
Que
ele quebrou um ovo.
Cláudio:
Me
diga quem batizou
Dona
Bárbara de Alencar?
E
onde foram encontrar
A
roupa que ela usou?
Diga
quem fotogafou
Aquele
grande momento?
Se
tem algum documento
Para
comprovar o fato.
Faça
um completo relato
Sem
debochar do evento.
Mundim:
Hélder
França batizou
Dona Bárbara lá no Crato
Dona Bárbara lá no Crato
E
Salim tirou retrato
Da
roupa que ela usou.
Chica
do Rato emprestou
A
roupa do ritual
E terça
de carnaval
Ela
chegou na igreja.
Saiu
na revista Veja
Numa
páfina especial.
Cláudio:
Me
diga quem foi que deu
O
grito da independência?
Onde
foi a residência
Que
o fato aconteceu.
Faça
o relato seu
Sem
bagunçar a história,
Ative
a sua memória
Para
o caso relatar.
Pois
o fato há de ficar
Como
um momento de glória.
Mundim:
Meu
mestre, eu estava lá
No
dia daquele grito,
O
povo ficou aflito
Lá
no sítio Arapuá.
Foi
na casa de Lilá
Que
se deu aquele evento,
Amadeu
em seu jumento
Levantou
a sua espada
Dizendo:
- Ou tudo, ou nada
Eu
só quero cem por cento.
Cláudio:
Mundim
quem foi que esculpiu
Nosso
santo padroeiro?
Não
diga que foi Tinteiro
Que
eu sei, que você não viu.
Nossa
paróquia aplaudiu
Aquele
grande escultor,
Que
trabalhou com amor
Naquela
nobre escultura.
Só
faltou nossa cultura
Reconhecer
seu valor.
Mundim:
Foi
mestre Zé de Toim
O
escultor do padroeiro,
Fez
um desenho primeiro
Com
ajuda de bidim.
Depois
convidou Britim
Que
veio com Zé de Ana,
Mas
passaram uma semana
Para
concluir o santo.
E a
costura do manto
Foi
com Maria Caitana.
Cláudio:
Quem
era o encarregado
Do
velho motor da luz?
Quem
foi que pregou a cruz
Lá
do cruzeiro isolado?
Quem
foi que trouxe o recado
Que
o mundo ia se acabar?
Quem
pegou a divulgar
Que
a Besta Fera vinha?
Quem
era dona Barbinha
Que
andava com Alencar?
Mundim:
Do
velho motor da luz
Saldanha
era o encarregado,
Mundola
pregou a cruz
Lá
no cruzeiro isolado.
Balah
chegou com o recado
Da Besta
Fera chegar,
Barbinha
tinha o seu lar
E
andava sempre na rua,
Mas a
companhia sua
Era
somente Alencar.