VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Causos lá de nós - Por Mundim do Vale.



Para; Edmilson Martins, Mirinha Martins e Joeci Martins.

CURADO  PELA  EXPERIÊNCIA.

Conheci o Mestre Joel Martins em Várzea Alegre – Ceará, Trabalhando como alfaiate, onde vestiu a metade da população.
Certa vez chegou na sua alfaiataria Sr. Raimundo Alexandrino Freire ( Dudu ), Para encomendar um terno. Depois de feitas as medidas o profissional perguntou:
- Dudu. Você sabia que a sua perna esquerda é menor do que a direita?
- Que conversa é essa, Mestre Joel?
- Pois é, tem uma diferença de um centímetro. Deve lhe incomodar bastante, não é verdade?
- É verdade, faz tempo que eu sinto dores, mas eu fui nas melhores clínicas de ortopedia de Recife e os médicos mandaram que eu dormisse numa prancha de madeira, porque eu tinha bico de papagaio, faz tempo que eu venho fazendo esse procedimento, mas as dores continua.
- Você quer uma opinião?
- Pode dizer.
- Vá lá em Mestre Zé Faustino e mande ele fazer os seus calçados com um centímetro  a mais de altura no solado do  pé esquerdo.
O Mestre Zé Faustino era sapateiro e calçava a metade da Várzea Alegre.
Depois de fazer o procedimento recomendado por Mestre Joel, o Sr. Dudu viveu muitos anos sem o incômodo daquelas insistentes dores. Quando encontrava com Joel. Dudu perguntava:
- Como vai Dr. Joel?

Pergunta do autor; Mestre Joel era costureiro ou ortopedista?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Versos lá de nós - Memória Varzealegrense

VERSO DO MACHADO - Autor; Poeta Candeiro.

ADJUNTOS DO MACHADO.

Não há quem possa negar
Como já foi o Machado
Com o povo interessado
Trabalhando sem parar
Gente de todo lugar
Tinha até do Arneiroz
A luta era feroz
Muitas vezes enlameado
Limpando arroz no Machado
E vivendo aqui mais nós.

Quando pegava a chover
Nós todos íamos plantar
Depois íamos pastorar
Prus passarinhos não comer
Depois do arroz nascer
Nós começávamos a limpar
E a lama sem secar
Só se ouvia nego dizendo
O meu mato está comendo
Acho que vou aceirar.

Quando clareava do dia
A gente se levantava
A merenda que pegava
Era a enxada e saia
E por lá passava o dia
Trabalhando sem parar
E pra poder acabar
Precisava ir tantas vezes
Com mais ou menos dois meses
Terminava de limpar.

Quando o arroz segurava
Só se ouvia o assunto
Gente fazendo adjunto
Juntando quando botava
E o povo se juntava
Era gente pra valer
Fazia gosto se ver
Um bando de cabra macho
Cortando cacho por cacho
Cantando sindô lelê

E agora está mudado
Ninguém quer se juntar mais
Tá indo tudo pra traz
Já nem parece o Machado
O Povo é desanimado
Não joga maneiro pau
E por isso o pessoal
Não conta com arroz doce
Tudo isso acabou-se
Mode o demónio do girau

Veja o tamanho da sujeira
Que tudo esculhambou
Eu não sei quem inventou
De cortar com roçadeira
Chega abarcando a touceira
Vai levando por igual
Depois outro pessoal
Pegando tudo que vê
Vai levando pra bater
No Satanás do girau.

Só pode ter sido um caé
Ou mesmo uma brocharia
E com essa putaria
Não tem quem queira um quicé
pode ser homem ou mulher
É todo o povo em geral
Que apoia esse bicho mal
Que fez toda maldição
Foi o maldito do cão
O criador do girau

Nada se pode fazer
Jeito ninguém tem pra dar
Precisa se acostumar
Com o que aparecer
Não tanto que nem você
Que foi lá pra capital
Hoje é um jovem legal
Que nem liga o Ceara
Tire um tempinho e venha cá
Pra eu lhe mostrar o girau

Meu caro amigo Zezinho
Colega mui verdadeiro
Quem informa é o Candeiro
O Poeta do Brejinho
A coisa aqui está assim
Não está bom pra viver
Só se planta pra perder
Dá só pra gente escapar
Contudo no Ceará
Só está faltando Você
Candeiro.

FALOU O POETA CANDEIRO.

Candeiro foi competente
Quando falou do passado,
Hoje o Vale do Machado
Ficou muito diferente.
Não se vê mais nossa gente
Nos adjuntos rurais
E não vamos vê jamais
Os cabras bom no quicé,
Como Oliveira e Tindé
Cada qual catando mais.

Mundim do Vale.

Fonte: Antônio Morais.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Causos lá de nós - Memória Varealegrense

PASSARINHO  PECADOR - Mundim do Vale

O sítio Lagoa do Arroz, que pertencia a minha tia Amélia, ficou conhecido na cidade de Várzea Alegre – Ceará, pela diversidade de frutas que possuía. Eu ainda alcancei aquela fartura. Tinha; Cocos, cajus, mangas, cajaranas, graviolas, e outras que não me lembro agora.
Numa sexta feira da paixão, Roxo de Silvestre pegou uma baladeira e desceu para o sítio. Luiz de Pedro Batista, seguiu Roxo sem deixar que ele notasse. Roxo chegou debaixo de um cajueiro e viu uma viana bicando um caju. Esticou a baladeira e abateu o pequeno pássaro.
Luiz que observou tudo, aproximou-se de Roxo e Falou:
- Mais Roxo! Como foi que você pode fazer uma coisa dessa? Hoje é sexta feira da paixão e você mata um inocente pássaro. O dia hoje é de penitência e de jejum. Você é um Pecador.
Roxo do alto da sua ingenuidade respondeu:
- Oxente! Apois essa viana também era uma pecadora, Sela tivesse jijuando num tinha disfalicido.

Fonte; Josélia Vieira de Meneses.

Lembranças lá de nós - Memória

                                                       Quem é o pequeno  Conterrâneo ?

FOTOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.


Quantas pessoas tem nessa foto

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Versos lá de nós - Mundim do Vale


LUZ, CÂMERA E AÇÃO.
                                  
Luz, câmera e ação                               
Foi o feito da menina,                                 
Parabéns para a Marina                                    
Pela sua formação.                             
Passou na televisão,            
Em revista, em jornais,                         
Em rádio e em tudo mais.
Só faltou nesse seu dia
Pra gerar mais alegria 
A presença do Morais.                          
Nanum

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Idelfonso Vieira - Por Isadora Araújo

Idelfonso e Isadora

Hoje, pensei em visitar um pintor, mas não.... Não só isso, ele era compositor, pedreiro, tocador de gaita, metido a farmacêutico e devoto de São Francisco de Assis.

No ano de 1935, nascia no Sítio Panelas, localizado em Várzea Alegre-CE, Idelfonso Vieira, o filho de José Idelfonso e Maria Vieira. 

Quando tinha doze anos iniciou na pintura com seus primeiros feitos: letreiros e faixas, que segundo ele, sem nenhum conhecimento acerca desse tipo de trabalho, os produzia. 

Em busca de melhores condições, veio morar em Várzea Alegre aos vinte e três anos e logo encontrou emprego em uma farmácia, emprego este que o viria tornar conhecido como o melhor aplicador de injeção da cidade, evidenciando, assim, uma de suas muitas habilidades. 

Dois anos mais tarde, frenquentou a capital Fortaleza para fazer um breve curso de pintura com duração de uma semana. Por conseguinte, voltava para Várzea Alegre o que conhecemos hoje de Idelfonso Pintor, o homem que muito ensinou a empresários, políticos e pessoas da elite desta cidade a, logo no início da adolescência, trabalhar e serem humanos dignos.

"Três primas para eu casar, mas eu era descuidado, não ligava para isso. Ia casar com prima?! Isso não pode.", diz Idelfonso.

Com anseio de se tornar padre, frenquentou, ainda jovem, durante um ano o seminário na cidade de Crato, mas não foi admitido, pois era filho único - o seminário não aceitava, nem seu pai gostava. 

Entristecido, retornou à sua casa com um único objetivo: construir uma capela no Sítio Panelas em forma de devoção ao seu santo protetor, São Francisco de Assis. Em meio pedidos de ajuda, doações e companheiros que o ajudava, Idelfonso ergueu a Capela de São Francisco. 
Em tempos em tempos, produzia músicas para as campanhas eleitorais da cidade e animava o povo com suas paródias.

Por fim, quero expressar minha gratidão por ter um ícone histórico da minha querida cidade tão perto e o orgulho pelo meu pai, que dentre tantas outras experiências maravilhosas, me proporciona essa de ter um progenitor que trabalhou e aprendeu lado a lado com Esse homem. 
Conta Idelfonso: "Ainda um adolescente, Humberto aceitou um serviço para produzir doze faixas para o desfile do dia sete de setembro às quatro horas da tarde do dia seis e assim o fez. 

Passou toda a madrugada pintando aquelas faixas e no outro dia foi marchar, sem dormir. Ele não tinha medo de trabalhar, sempre se destacou. Era esforçado."
Parabéns, Pai! Isso herdarei de você, a maior riqueza, o esforço.
Quanto a Idelfonso, longevidade e garra para continuar fazendo história.

(Isadora Araújo - 08/01/2015)

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

UM BENFEITOR ESQUECIDO - Por Mundim do Vale.



Quem é Airton Correia?
Eu Respondo:
- O Dr. Airton Correia é nosso conterrâneo que adora Várzea Alegre. Mas como muitos outros, teve que deixar a sua terra em busca do espaço. Plantou os pés em Fortaleza e deixou que o seu pensamento viajasse sempre para a terra de São Raimundo Nonato.Na sua pasagem de trabalho pelo D.N.O.C.S, contribuiu de forma relevante para a maior obra hídrica da nossa cidade. Não sendo ele vaidoso e nem tendo pretensão política, não faz tanta questão que seus conterrâneos mais novos, saibam desse seu grande feito. E nós, seus conterrâneos mais velhos, silenciamos por negligência, o seu grande esforço para que aqela obra significativa fosse concluída.
Já está passando do tempo da nossa cidade pagar essa dívida, pelo menos com o devido reconhecimento.
Essa é a minha opinião una e personalizada.

Raimundinho Piau.