VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Versos Lá de Nós - Memória Varzealegrense

GALOPANDO  COM  O SÁVIO.

Galopando na glosa do Sávio Pinheiro
Vou viajar  na metade desse velho mundo,
Vou na festa do meu Santo São Raimundo
Pagar a promessa no pé do cruzeiro.
Vou levar João Bitu como parceiro
Ele sendo o mestre e eu  aprendiz,
Milton Bezerra será o juiz
E não tem ninguém que o conteste.
DAS  CIDADES  DO  MEU  SECO NORDESTE
VÁRZEA  ALEGRE  TEM  O  POVO  MAIS  FELIZ.

Se alguém duvidar do que eu digo
Vá na Várzea conhecer a nossa gente,
É um povo gentil e bem contente
Trata bem o visitante e o amigo.
Cada casa da cidade é um abrigo
Onde até o contraste se contradiz,
Pois a nossa fé é mantida na raiz
Com a santa divina proteção celeste.
DAS  CIDADES  DO  MEU  SECO  NORDESTE
VÁRZEA  ALEGRE  TEM  O  POVO  MAIS  FELIZ.

Zé Felipe dizia no passado
Que o sobrado ficava no oitão
Que houve guerra mas não morreu cristão
Que o nosso vigário era casado.
Que as águas do Riacho do Machado
Eram bentas pelo padre da matriz,
Mas na hora de chegar no chafariz
A danada da água não passou no teste.
DAS  CIDADES  DO  MEU  SECO  NORDESTE
VÁRZEA  ALEGRE  TEM  O  POVO  MAIS  FELIZ.

Mundim do Vale.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Datas importantes - Memória Varzealegrense

DATAS QUE FIZERAM HISTORIA - Por Antonio Morais


1.718 
Chega em Várzea-Alegre o alferes Bernardo Duarte Pinheiro. Aquilo tudo, por ali, era mata virgem, um entranhado de sabiá, jurema, catingueira, mofumbo, juazeiro e outros pés de pau. Iniciava-se o que depois veio a ser povoado, vila e cidade.

1.788
Casaram-se Raimundo Duarte Bezerra, papai Raimundo e Teresa Maria de Jesus. Desse casal descende grande parte da população do município.

1.823.
Morre Maria Teresa de Jesus, mulher de fé  fervorosa e devota de São Raimundo. Tombou morta ao receber a noticia do nascimento de seu primeiro netinho, pegá-lo nos braços e dar um retumbante viva a São Raimundo.

09 de Fevereiro de 1.832.
Várzea Alegre pertencia a Lavras da Mangabeira, houve rigoroso inverno e, as tropas de Pinto Madeira e do padre "Benze Cacetes" se encontram com as tropas legalistas do Governo do Estado José Mariano de Albuquerque Cavalcanti, na região do sítio Periperi, deixando mais de 200 mortos e muitos presos, inclusive Pinto Madeira.

1.852.
Se ordena o Padre José Pontes Pereira, filho de família do Assaré. Radicando-se em Várzea-Alegre sendo o primeiro capelão do povoado.

02 de fevereiro de 1856.
É inaugurada a primeira capela de Várzea-Alegre pelo Padre Manuel Caetano.

11 de Maio de 1859.
Morre Padre José Pontes Pereira de cólera, doença até então incurável.

30 de Novembro de 1863.
Criação da Paroquia de São Raimundo Nonato, pela lei 1076 emanada de Dom Antônio dos Santos primeiro bispo do Ceara. Padre Benedito de Sousa rego foi o primeiro padre.

10 de Outubro de 1870.
A lei provincial cria o município de Várzea-Alegre desmembrado-o  de Lavras da Mangabeira.

14 De Junho de 1910.
Nasceu no Sítio Lagoa dos Órfãos, no Sopé da Serra dos Cavalos Padre Antônio Batista Vieira, uma de nossas maiores inteligências. 

24 de Outubro de 1911 
O coronel Antônio Correia prefeito do município representa Várzea-Alegre na reunião denominada Pacto de Juazeiro. Movimento  liderado por Padre Cicero para fortalecer a região.

21 de Novembro de 1912.
Nascia em Várzea-Alegre o Jornalista Joaquim Correia Ferreira.

1915.
Se forma  em medicina, pela universidade da Bahia o primeiro filho de Várzea-Alegre Dr. Leandro Correia.,

05 de Novembro de 1922.
Padre José Alves de Lima casa Maria Firmino e Bil além de mais 21 casais.

11  de Março de 1926.
Maria  Firmino é assassinada pelo marido.

10 de novembro de 1926.
Conflito armado entre os aliados de Antônio Correia  e grupos políticos de oposição, que durou cerca de quatro horas, fato conhecido como "A Guerra de 26". O prefeito era Coronel José Correia Lima, eleito pelo  voto popular.

1928.
Padre José Ferreira Lobo inicia os trabalhos de demolição da igreja edificada em 1904 e inicia a construção do atual templo.

20 de maio de 1931.
O então Governo Provisório Manuel Fernandes Távora assina o decreto 193 extinguindo o Município de Várzea Alegre e anexando-o ao município de Cedro, tal medida seria para humilhar os "Correias".

04 de Dezembro de 1933.
O município é restaurado pelo decreto 1.156 de 1933.

08 de Dezembro de 1936.
Se forma em medicina o segundo filho de Várzea-Alegre  Dr. José Correia Ferreira.

20 de Janeiro de 1957.
É construída por José Alves de Oliveira, Zé Pretinho, uma capela  onde Maria Firmino foi assassinada por Bil.

04 de Outubro de l971.
Falece o Jornalista Joaquim Correia Ferreira.

15 de abril de 1977.
Numa noite de chuva, a torre da matriz de São Raimundo desabou, causando comoção aos devotos e católicos de nossa cidade, tornando-se um dos fatos mais marcantes na memória do nosso povo.

02 de dezembro de 1997.
Várzea Alegre foi surpreendida com o primeiro assalto a banco em nossa cidade, deixando a cidade em pânico e assustada. O episódio teve um final desastroso, na fuga os bandidos mataram o gerente do Banco do Brasil Manoel Daniel da Silva, a mando do bandido José Adauto Lima de Souza, conhecido como Zé Roberto, 37, já assassinado no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS , junto com o irmão Cairo Lima de Sousa em julho de 2006 ).

19 de abril de 2003.
Morre aos 93 anos de idade o Padre  Antônio Batista Vieira.

16 de Fevereiro de 2004.
Várzea Alegre amanhece isolada do restante do pais. Todas as vias interrompidas pelo desabamento de duas pontes na BR-230 Cachoeira Dantas e São Cosme, portanto antes e depois da sede do município, e a Ponte dos Grosso na estrada do Algodão). 

A cidade amanheceu sem energia, telefone, celular, internet, e a população em pavorosa com medo do Açude Olho D'água viesse a romper a parede, que chegou a faltar poucos centímetros para transbordar.

O açude sangrou pela primeira e única  vez, causando a maior enchente do Riacho do Machado nos últimos 100 anos.

Fonte: Blog do Sanharol

Nossas Histórias - Memória Varzealegrense

873 - ELEGÂNCIA DA CAPITAL (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)

No início do século passado, como em todas as pequenas cidades, Várzea Alegre vivia em completo isolamento. Os velhos e tradicionais hábitos só sofriam abalo quando alguns raros visitantes traziam novidades da moda ou do comportamento.

Na década de vinte, minha avó Maria Amélia e suas amigas se impressionaram com uma jovem que chegara de Fortaleza. Além de usar belas roupas e calçados modernos, a moça andava de uma forma nunca vista pelo interior cearense.

Não tardou para que minha vó e todas as amigas copiassem a original maneira de caminhar da visitante. Rosa Gonçalves, conhecida como “Dosa”, ao ver sua filha com uns passos estranhos, perguntou:

- Maria Amélia, por que você tá andando assim?
- Mamãe, agora na capital as moças andam desse jeito. A senhora não viu a menina que veio de Fortaleza?
- Minha filha, aquela moça levou uma queda da rede e ficou manca. Cachinga desde pequena.

Colaboração: Terezinha Costa Cavalcante

Memorial Joaquim Sátiro - Memória Varzealegrense

Família inaugurará Memorial Joaquim de Sátiro, na Boa Vista, sábado, dia 09 de Agosto



Várzea Alegre ganhará no próximo dia 09 de agosto o Memorial Joaquim de Sátiro, um projeto idealizado e concretizado neste ano pelos descendentes do homenageado. No próximo sábado, convidados, amigos e familiares da família Sátiro, participarão de uma missa que será realizada no próprio local, no alto da serra da Boa Vista, na Sede Rural, a cerca de 5km de Várzea Alegre, às 16h30min, pelo padre José Mota Mendes, na intenção da alma de todos os familiares que já não estão mais entre nós, além de celebrar, em Ação de Graças, os 80 anos de Nicolau Sátiro, tendo logo após, a bênção do Memorial Joaquim de Sátiro.


O projeto nasce da mobilização do médico Carlyle Aquino, e traz à luz da história de Várzea Alegre um de seus nomes mais importantes. Para medir sua importância para a nossa gente, basta dizer que Joaquim de Sátiro, nascido no ano de 1900, foi o pai de Dr Pedro Sátiro, por quem este tem deveras veneração, em razão do caráter e dos princípios que lhe foram repassados por aquele, ainda quando criança, mas que se fazem presentes até hoje em suas atitudes diante da vida. Imagino que Dr Pedro Sátiro esteja realizando um grande sonho, e talvez para ele, o mais importante, que é o de perpetuar o nome de seu pai, suas raízes, seu passado, rico em histórias e contribuições concretas para a nossa cidade.

O acervo do Memorial Joaquim de Sátiro

Várzea Alegre passa a ter, a partir da inauguração deste memorial, um pedaço da sua história transformada em realidade. O projeto pioneiro na área cultural, servirá como ponto de visita para alunos, estudiosos, escritores e mesmo para leigos que queiram saber mais sobre a história de Várzea Alegre, já que Joaquim de Sátiro foi um daqueles desbravadores do sertão, que deram muito das suas vidas para transformar esta cidade no que ela é hoje. Os cômodos da casa foram divididos entres os familiares, para que cada membro possa contar a sua própria história, ressaltando os relevantes serviços prestados por eles à sociedade, sempre tendo como ponto de referência o patriarca Joaquim de Sátiro, cuja história ficará na parte central da casa, bem na sala de visitas.

Dr Carlile Aquino, hoje um dos médicos mais ilustres da família, fez questão de preservar todos os traços originais da casa onde morou seu avô e que foi totalmente reformada. Para ser fiel ao projeto original, o médico contou com o apoio de toda a família, inclusive, graças a este auxílio, foi possível reaver peças do mobiliário do seu avô, que estavam espalhadas entre as diversas residências da família, desde à época da sua morte. Também é importante lembrar que a casa, agora memorial, está situada próximo ao marco zero do grande açude de Várzea Alegre, obra iniciada no de 1919, pelo governo federal, e que foi abandonada no ano seguinte. Portanto, o lugar tem uma forte ligação com a própria história de Várzea Alegre.

Dr Carlyle espera que o gesto da família Sátiro possa ser imitado por outras famílias tradicionais de Várzea Alegre, no sentido de recuperar e divulgar a história de seus antepassados, valorizando as suas origens. Ele acrescenta que acha inviável esperar que o poder público tome iniciativas como esta, uma vez que a burocracia e as dificuldades para conceber e manter um projeto dessa natureza são enormes.

História de Joaquim de Sátiro


Joaquim Alves de Oliveira (Joaquim de Sátiro) nasceu em 01 de julho de 1900, no Sítio Boa Vista, Várzea Alegre, Ceará, filho de João Alves de Oliveira (João de Sátiro) e de Ana Gonçalves de Morais.  Cresceu acostumado aos trabalhos da agricultura e pecuária sertanejas.

Casou-se com Maria Bezerra de Morais, em 05 de novembro de 1922, na Matriz de São Raimundo Nonato. Em 1925, decidiu construir esta casa de morada, e assim o fez, no alto de uma serra de difícil acesso, mas de belíssima vista. Aqui tiveram seis filhos: Luiza, João, Pedro, Elizeu, Nicolau e Estevam. Também adotaram outros três: Rita, José e Raimundo.

Com seu trabalho, Joaquim prosperou e comprou terras e gados. Fez patrimônio, sem esquecer o mais importante: conquistou respeito, fez inúmeros amigos, teve centenas de compadres e afilhados, além de fazer de sua casa ponto de rancho para muitos que viajavam por estas bandas.

Em 1949, tomou uma decisão que repercute até hoje para o bem da cidade de Várzea Alegre. Encaminhou um de seus filhos, Pedro Sátiro, já aos 19 anos, para estudar fora. Sonhava que ele voltasse a nossa terra e servisse a sua família e ao nosso povo, como médico.

Em 1962, Dr. Pedro retornou e, até hoje, vem servindo a esta cidade como médico, além de ter conquistado, junto ao povo varzealegrense, três mandatos de prefeito, num total de 14 anos dirigindo os destinos da nossa terra. No mesmo ano de 1962, Joaquim de Sátiro trouxe do Sítio Bravas – Cariús, para morar em sua casa, um sobrinho seu, Raimundo Sátiro, de 17 anos, para iniciar seus estudos. Este acabou sendo adotado por Dr. Pedro, seguiu seus passos e também serve a esta terra como médico.

Em 02 de abril de 1964, Joaquim de Sátiro perdeu Dona Maria e ficou viúvo. Casou-se novamente, em 16 de maio de 1965, com Dona Raimunda Gonçalves da Costa e teve com ela mais quatro filhos: Ana, Maria Luiza, Regina e Elano.

Em 1972, descobriu a doença que o consumiu rapidamente, após muito sofrimento. Perto de morrer, chamou seu filho Pedro, e lhe fez dois pedidos: que ele e seus irmãos pagassem um empréstimo feito em seu nome, para que este jamais fosse protestado em cartório; e que mesmo depois de sua morte, Padro jamais abandonasse seus irmãos, especialmente os mais novos, que ficariam sem pai, ainda muito pequenos.

Joaquim de Sátiro morreu em 05 de agosto de 1972 e foi sepultado em Várzea Alegre, no Cemitério da Saudade, mas deixou sua marca viva na memória de seus descendentes e amigos: o exemplo de honestidade, disciplina, perseverança, amor ao trabalho e devoção à família.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

AQUI  MORA  À  ALEGRIA.

Várzea Alegre, Terra minha
De cultura e diversão,
Que se vê no Barracão
Dança de Toka e Tokinha.
Antigamente não tinha
A boa secretaria,
Nem Cláudio Souza fazia
O que está fazendo agora,
Na cidade que adora
ONDE  MORA  À  ALEGRIA.

Estou na minha cidade
Onde me sinto contente,
Pra rever a nossa gente
E matar minha saudade.
Me sinto muito à vontade
De vê esta sinfonia,
Da salva do meio dia
No lugar onde morei.
Não sei porque me mudei
DE  ONDE  MORA  À  ALEGRIA.

Alegre pela Grandeza
Da sua gente animada,
Na salva da madrugada
A gente vê a beleza.
Várzea Alegre é natureza
Um ébrio sempre dizia,
Todo dia que bebia
No boteco de André:
- Eu afirmo e bato o pé
AQUI  MORA  À  ALEGRIA.

Vem gente do Juazeiro,
De Icó, de Iracema,
De Canindé, Madalena,
Jaguaribe e Limoeiro.
A festa do padroeiro
É um local de magia,
Já virou minha mania
Em Várzea Alegre passar,
Porque esse é o lugar
ONDE  MORA  À  ALEGRIA.

Eu já tirei um retrato
No batente do Cruzeiro,
Dei esmola em dinheiro
A São Raimundo Nonato.
Com Cláudio já fiz um trato
De ler essa poesia
Da minha própria autoria
Para esse povo meu,
Que nasceu e que viveu
ONDE  MORA  À  ALEGRIA.

Mundim do Vale.
V. Alegre-Ceará.

Nosso Futebol - Memória Varzealegrense

01 - Time da Boa Vista 1962

Joaquim Inácio (Técnico) André Bitu, Estevão, Paulinho Bitu, Antão de Raimundo Teté, Antão de Manezinho. Ana de Vicente Bitu (rainha). Agachados: Chico Rocha, Nicolau Sátiro, Bilé, Chandoca, Zé de Celso Mandu e Zé de Manelzinho.

domingo, 3 de agosto de 2014

PIRATA DO RIACHO DO MACHADO - Por MUndim do Vale.


                                                          O Papagaio é do primo Luis Lisboa.