VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Sitio Fechado - Várzea Alegre

Sitio Fechado Distrito de Naraniú Várzea Alegre



Sitio Fechado - é uma comunidade situada no Distrito de Naraniú, município de Várzea Alegre na região do Cariri, sul do Ceará. 

Distante a 26 Km da sede Municipal, a localidade detém de rede elétrica rural monofásica, projeto esse implantado pela Prefeitura de Várzea Alegre na gestão do ex-Prefeito João Eufrásio Nogueira, foi também em seu governo que foi construída a Escola de Ensino Fundamental Maria Juvanir Lima Bezerra. Nos meados de 2002 o então prefeito na época João Eufrásio deu início á construção de uma passagem molhada, obra essa realizada também pela Prefeitura de Várzea Alegre. 

Já a Escola Clara de Souza Guedes, obra construída pelo ex-prefeito Dr. José Iran Costa, foi outra escola que recebia alunos da vizinhança, nos meados de 1998 a 2001, momento que houve grande índice educacional. Lembrando que a Clara de Souza foi construída na década de 1980. Em 2014 a Associação Comunitária José Ferreira de Araújo conseguiu um grande feito, a instalação da seção eleitoral, a mais recente criada no município de Várzea Alegre, a de Nº 179 pela 62ª Zona Eleitoral do Ceará sediada em Várzea Alegre, o colégio eleitoral compreende mais de 65 eleitores aptos a votar, sonho realizado.

A comunidade possui na área religiosa a Capela de São Francisco, templo católico que suas festividades alusivas ao Santo padroeiro acontecem no mês de outubro, a coordenadora é Socorro Sampaio, pertencente á Paróquia de São Raimundo Nonato da Diocese de Crato. O desenvolvimento chegou ao sítio Fechado quando a energia elétrica rural começou a ser implantada, também a melhoria nas estradas e a manutenção de serviços básicos a população.

Na área hídrica a comunidade possui o açude “Cacimba do Gado” que é um pequeno reservatório central da localidade, lugar  verde e de gente hospitaleira, pessoas humildes que tem no coração a esperança de dias melhores, confiantes na fé em seu padroeiro São Francisco, o sítio Fechado é berço de talentos, onde saem de lá nomes que brilham.

Durante as lutas do associativismo local, destacaram-se os lideres José Ferreira de Araújo (Deco) ex-presidente da comunidade (in memoria), Socorro Sampaio (coordenadora de capela) e Abnner Ferreira (ex-presidente e atuante pela luta comunitária). As entidades e seu povo construíram grandes obras e a melhoria de serviços á população.

Fonte:
*Mapa da Zona Rural de Várzea Alegre, de 1968 da Diretoria do Serviço Geográfico do Brasil, atualizado pela Divisão de Geografia e Cartografia – DGC, de 2007 e 2010 do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística – IBGE e do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – IPECE atualizado pela Cartografia de 2016 do Projeto Atlas de Divisas Municipais do Ceará.

*Arquivos da Comunidade, pesquisas no site da Prefeitura de Várzea Alegre, Dados Gerais, Naraniu sítios da Zona Rural – 2014.

*Projeto realizado pelo Sitio Fechado Distrito de Naraniú em 1989, 1998, 2002, 2004, 2013 e 2014.

Enviado por Abnner Ferreira

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

SEXTA DE TEXTOS - Sávio Pinheiro

SEXTA DE TEXTOS - Sávio Pinheiro (fonte Blog Antonio Morais)

UM MARTELO VIRTUAL À CALÇADA REAL
(Inspirado no poema “Da Calçada ao Facebook” do poeta Cândido BC Neto)

Esperei encontrar um bom momento
Pra falar, de um recanto de valor:
A calçada, sublime como a flor,
Que findou sendo um grande monumento.
Encontrei, comovido, o elemento
Que me fez, no passado, um sonhador.
E hoje, para espantar a minha dor
Resolvi paginar outra empreitada:
CONSEGUIR EDITAR NOVA CALÇADA
NO TECLADO DE UM BOM COMPUTADOR.

Espalhadas, cadeiras conversavam
Num balanço de vida, sobre alguém,
Não deixando pra trás, quase ninguém,
Na lembrança, enquanto versejavam.
Quando as gotas de chuva respingavam
A plateia mirava o corredor.
Relembrando da casa – um primor,
Tento crer numa prosa planejada:
CONSEGUIR EDITAR NOVA CALÇADA
NO TECLADO DE UM BOM COMPUTADOR.

O Facebook, esse amigo virtual,
Exacerba a minha recordação
Machucando, de vez, o coração,
Que no tempo passado foi real.
Na calçada, vi algo surreal,
Que manteve um vastíssimo esplendor.
Foi o palco do grande narrador
Que, hoje, quer consagrar vasta jornada:
CONSEGUIR EDITAR NOVA CALÇADA
NO TECLADO DE UM BOM COMPUTADOR.

Damião via o padre todo dia,
Miguelzim degustava a aguardente,
Franceli implantava a boa semente
E o BC esbanjava simpatia.
Em Vicente, eu fitava a nostalgia,
Que em Jânio, era onda de furor.
A beata rezava ao Salvador
E Catinha estudava, ali, sentada:
CONSEGUIR EDITAR NOVA CALÇADA
NO TECLADO DE UM BOM COMPUTADOR.

Fim.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Festa de Reis - José Albano

06 DE JANEIRO - FESTA DE SANTOS REIS - José Albano - PESQUISADOR/HISTORIADOR

COMO É QUE É...!

É sim! Companheirada, mexendo nos meus alfarrábios, encontrei, no fundo do velho baú a VELHA BROCHURA PINCELANDO A HISTÓRIA, lá tinha algumas linhas falando sobre a HISTÓRIA DA FESTA DE SANTOS REIS. Segundo o autor da Brochura “JOSÉ ALBANO”, a Folia de Reis, ou Festa de Santos Reis é uma manifestação cultural religiosa festiva, está classificada no Brasil como folclore, e, é praticada pelos adeptos e simpatizantes do CATOLICISMO, que tinha como objetivo rememorar a ação dos três Reis Magos. 

Segundo o autor a Festa dos Santos Reis ou REISADO é de origem egípcia e era considerada uma festa PROFANO-RELIGIOSA. Segundo a tradição, os três Reis Magos, Gaspar, Melchior (ou Belchior) e Baltazar viram a Estrela de Belém no céu e partiram para encontra JESUS, que havia nascido os Reis Magos levavam presentes para o menino que havia nascido entre os presentes tinha ouro, mirra e incenso, presentes que simbolizavam divindade, imortalidade e a realeza, segundo a tradição um Rei era branco, e, um outro era negro e um outro moreno, todos representando a humanidade, uma festa celebrada em muitos países e, de modo particular em cada região do Brasil. 

Quero lembrar que, a Folia de Reis é uma FESTA CATÓLICA ligada à comemoração de NATAL e era comemorada desde o século XIX. O seis de janeiro como data, passou ater sua importância como data festiva, principalmente, nos países de origem latina. 

Em alguns lugares esta Festa tornou-se tão importante quanto o NATAL. Lembrando que na Espanha, a data é chamada de FESTA DE REIS, já na ITÁLIA, a festa é chamada de BEFANA que lembra uma velha bruxa que dá presente para as crianças. É no dia REIS que se desfazem das decorações natalinas e dos presépios. 

Alguns estados Brasileiros principalmente, o Estado do Rio de Janeiro, os grupos folclóricos realizam a folias até o dia 20 de janeiro, “Dia de São Sebastião”, o padroeiro do estado. Na cultuara tradicional brasileira, os festejos de NATAL eram comemorados por grupos que visitavam as casas, tocando músicas alegres em louvor aos SANTOS REIS e ao nascimento de CRISTO, uma festividade que se estendia até o dia dos REIS, 6 de janeiro. 

Lembrando, no BRASIL, principalmente no interior, acontecem os chamados REISADOS ou Folias de Reis, festas folclóricas que receberam a influência das origens européias da celebração, mas que adotam formas e expressões locais na música, na dança, dependendo da região do país. 

Aqueles que recebem a visita do REISADO EM SUIAS CASA, representando a visita dos Reis Magos a JESUS, devem oferecer alguma comida a seus integrantes, que agradecem ao hospedeiro e seguem para o próximo destino. 

Vários instrumentos são utilizados nessa festa, a viola caipira, acordeom, gaita, reco-reco e a flauta. Esses grupos são liderados pelo Capitão da Folia que seguem referenciando a bandeira, carregada pelo bandeireiro. 

A bandeira é o símbolo da Folia, e, é decorado com figuras que, levam para o menino JESUS. As companhias vão de porta em porta durante os seis dias de festa. Segundo a tradição, os versos só podem ser cantados na casa das pessoas, que deve ter uma imagem de menino JESUS na manjedoura ou presépio.

Fonte:
1 – Pincelando a História – José Albano – 1980 – Fortaleza/Ceará.
2 – Jornais e Revistas

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Sentidos - Manoel Fernandes

Sentidos - Manoel Fernandes

A casa dos meus avós tinha um cheiro de jasmim. Esta lembrança é tão marcante que, onde quer que eu esteja, o cheiro dessa flor me enche de imagens familiares. Vejo a cozinha da casa com seu forno a lenha, a grande sala de várias portas, os quartos à meia parede, o corredor largo que dá acesso a muitos lugares, a portinhola da entrada como duas grandes asas, os jasmineiros no jardim cercado pelo muro baixo e o pequeno portão de ferro que abre para a praça de uma infância repleta de janeiros maravilhosos.

E por falar em praças sempre gostei mais daquelas que, repletas de gente, fazem os meus sentidos auditivos barulharem. Os duelos dos cantadores de viola, as orações dos evangélicos, os anúncios das vendedoras de miudezas, o homem da cobra, a militante de esquerda, a conversação animada dos transeuntes como se fossem pingos de água na grande onda sonora que faz a praça reverberar como um sino gigante.
 E o que dizer, por pensar no toque do sino, daquilo tudo que me toca o corpo e que o meu corpo toca? À superfície da pele, sentindo as águas do mar ou dos rios, massagear a argila para compor inúmeras formas, manipular tintas diversas com as mãos cheia de cor no papel monocromático, sentir o beijo quente do vento no rosto, andar com os pés nus sobre o chão coberto de folhas. Coisas assim que fazem a epiderme ler o universo nos dias em que deixo o interior da casa e caio no mundo e volto a brincar com minha prima matéria.

Matérias primas, primeiras e familiares, que encontro em um fantástico balé de cores de formas que a visão capta diferentemente de outras culturas. Pontes suspensas sob arames de fino aço, casas circulares da taipa e palha, telhados triangulares para que a neve escoe. Tempos diversos nas formas das coisas e nas tintas das épocas, vitrais multicolores , janelas articuladas, beirais. Coisas de ferro, gesso, concreto protendido, prédios imensos, o cario baixo. Isso tudo que baralha a visão e me faz viajar para às épocas mais remotas e imaginar o futuro, como se essa linguagem visual me detivesse diante dos objetos e me pusesse adiante deles.

Já das viagens o que costumo lembrar é do gosto da comidas e bebidas locais e a minha boca saliva diante dessas lembranças que provam o sabor de frutas endêmicas e dos pratos desconhecidos. Arroz com piqui, maniçoba, açai com farinha, feijão tropeiro, acarajé, pamonha, polenta, quentão, cachaça do brejo, vinho de cajú. E assim, em minha boca posso nomear o gosto dos lugares por sua brasa de pimenta ou a maciez de suas frutas carnudas.

Essas coisas todas que mexem com meus sentidos se misturam quando entro em contato com o mundo, estabelecem códigos de afetividade , desenham seus traços sensoriais dentro de mim. A isso tudo posso denominar de paisagem e repaginá-las para saber de mim sempre que preciso delas.

Manoel Fernandes (USP)
(Nande neto de Zé Odimar e Balbina)