VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sábado, 26 de outubro de 2013

Lembrando Dr. Lemos - Memória Varzealegrense

Manuel Gonçalves de Lemos


Manoel Gonçalves de Lemos nasceu em 15 de janeiro de 1915, no Engenho Lages, Distrito de São José, no Município de Lavras da Mangabeira. Filho de Thomaz Gonçalves de Lemos e Maria Gonçalves Sobreira, veio de uma prole de vinte e nove filhos. Graduou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1945, passando no ano seguinte, a residir em Várzea Alegre, onde casou com Francisca Mirtes Bitu Lemos e constituiu família, composta de quatro filhos: Francisco Ney, Maria Linda Lemos Bezerra, Manoel Gonçalves de Lemos Filho e Edna Mirtes. Aí, viveu meio século, recebendo o título de cidadão varzealegrense.

Como médico – justiça se lhe faça – jamais desmereceu a ciência de Hipócrates. Profundamente cordato, não recusava no cumprimento do dever. O escritor Padre Antônio Vieira, prefaciando “Folhas Esparsas”, em 1993 afirma: “Dr. Lemos possui as qualidades mais nobilitantes da personalidade humana: delicadeza de trato, paciência beneditina, de atender os doentes, solicitude de se deslocar para onde quer que gemesse a dor, o infortúnio de um pobre doente, por longe e difíceis que fossem os caminhos, com aclives escorregadios e abruptos, terrenos lamacentos e pantanosos, rio a nado, ou as condições climáticas do tempo, chovesse ou fizesse sol, estivesse ou não preocupado com outros afazeres, porque ele não se pertencia. Viajava sempre a cavalo, de jumento e mesmo a pé, atendendo também os recantos mais inacessíveis não só de Várzea Alegre, mas também de Granjeiro, Caririaçu, Farias Brito e Cariús”.

Uma outra característica na personalidade do homenageado - o seu comportamento social de não ferir melindres de quem quer que fosse, de se desligar das tricas e micas de uma cidade pequena e interiorana, onde ninguém vive sem arranhões no amor próprio e na sensibilidade. 

Diz ainda o Padre Vieira referindo-se ao comportamento do Dr. Lemos: “dele se poderia dizer que tão sublimado é o seu espírito de cordialidade e respeito aos outros, que jamais somaria 2 e 2 são 4 para não ferir a suscetibilidade do 1 e 3”.
Conta-se como fato folclórico que Dr. Lemos acabara de chegar de Fortaleza, trazendo Corcel novo. Enquanto retirava a bagagem, ouviu um crá-crá forte, na frente da sua residência. Ao chegar à calçada, deparou-se com um garoto, riscando a pintura do carro, com uma tampa de Coca Cola. 
Aproximando-se, vagarosamente, do menino, calmo e delicadamente lhe pediu a tampinha e, olhando para o carro todo riscado, disse com um sorriso angelical: Meu filho, não faça isto no meu carro porque você está estragando a sua tampinha. 

Na verdade todos estes valores, imanentes da sua personalidade, refletem-se nos seus escritos, sonetos, artigos, discursos, crônicas literárias ou noticiosas, a comprovar o que ensina.

Seis meses antes de sua aposentadoria, Dr. Lemos cedeu seu cargo, no posto de saúde onde trabalhara, passando a dar expediente na cidade de Cariús, evitando assim, a redução de seus proventos que seriam incorporados à aposentadoria que aproximava-se. A pobreza honrada em que viveu guardou até morrer, com inflexível tenacidade, nobreza do coração, pureza da consciência, integridade do caráter, sentimento da honra. 
Homem reconhecidamente sereno, incapaz de uma violência, falava com carinho dos colegas de trabalho deixados para trás (Chico de Amadeu, “Comadre” Ceci de João Alves, “Comadre” Dulce de Nego de Aninha, Doca Dutra, Sr. Alcino e tantos outros), dos quais recebeu agradável visita surpresa, no dia de seu aniversário, gentileza retribuída com alegria, ao som da sua flauta doce.

Já aposentado, Dr. Lemos costumava tocar órgão, ler e escrever regularmente, publicando seus trabalhos nos Jornais “Diário do Nordeste” e “O Povo”. Publicou os livros: Sentimentos Íntimos (poesias, 1984) e Folhas Esparsas (crônicas, 1993), ambos ricamente elaborados, refletindo sua vasta cultura, amor à família, às origens, e maneira peculiar de ver a vida. 

Faleceu em 09 de abril de 2001, sendo enterrado no Parque da Paz, em Fortaleza. Merecidamente, recebeu o título de “Sócio Honorário da ALMECE” na pessoa da viúva, Francisca Mirtes Bitu Lemos, entregue pelo Presidente, escritor e jornalista, Francisco Lima Freitas, a quem a família, reconhecidamente, agradece.

Fonte: Academia Varzealegrense de Letras

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Alberto Siebra - Por Luzia Gregório

Alberto 

Ah Várzea Alegre cheia de encantos mil, é triste ver partir mais um filho teu, filho esse que fez a alegria de tantos outros filhos, com seu sorriso engraçado e sua simpatia que lhe era tão peculiar.

Quantos anos de trabalho com o povo, foi seu bar que no coração de Várzea Alegre que ele passou maior parte da sua vida, quantos namoros feitos e outros desfeitos, quantos amigos se encontravam para celebrar a vida e o reencontro,  era uma alegria quando o calçadão se enchia de festa e ele estava lá atendendo os bebedores de plantão, quantas noites acordado e era sempre do mesmo jeito contando uma piada rindo da piada dos outros ou mesmo só sentado olhando as coisas acontecerem.

É sempre triste ver alguem partir para o nunca mais é ai que sabemos qual frágeis somos e que a vida é apenas um sopro e nada mais o que nos resta é lamentar e desejar um descanço eterno, tua jornada foi cumprida que Deus te receba com um sorriso jã que na vida tu espalhou tantos,vai em paz jamais serás esquecido,quando passarmos em frente ao local do teu bar lembraremos dos dias felizes vividos e da tua presença sorrindo.

Luzia Gregório Oliveira

Adeus a Alberto Siebra - Por Mundim do Vale

É com muita tristeza, que coloco os meus dedos nesse teclado, para manifestar meus sentimentos aos familiares do meu grande amigo Alberto.

Alegre como sempre foi, nesse momento deve está fazendo a alegria na morada eterna.

Adeus, ALBERTO.

Mundim do Vale

Lembrando Alberto Siebra - Memória Varzealegrense

Lembrando Alberto Siebra 


O DESEJADO CRATO - Pedra de Clarianã

Arivaldo Siebra, primo de Alberto, morava no desenvolvido município do Crato, mas com freqüência passava as férias em Várzea Alegre, hospedando-se na casa dos tios Seu Zé Augusto e Dona Zulmira. Como havia nascido e se criado no progressista município caririense sempre trazia novidades e brincadeiras diferentes que deixavam os meninos Antônio Ulisses e Alberto boquiabertos.

Numa dessas vindas à “Terra do Arroz”. Arivaldo convidou seu primo Alberto para ir ao Cariri, conhecer as novidades e os progressos daquela região.

Antônio Ulisses, ouvindo atentamente o convite, desejou acompanhar seu amigo e vizinho na viagem. Porém, como não poderia, pediu a Alberto que, quando voltasse do passeio, lhe contasse detalhadamente como era o Crato. Alberto, muito sabido, asseverou que só contaria se o colega levasse sua mala até o caminhão misto de Seu Lourival Clementino, que partiria da frente da Prefeitura. Na época, não existiam as sofisticadas e leves malas de hoje. Estas eram feitas em madeira e pesavam bastante, mesmo quando ainda vazias.

Sem conseguir esconder a ansiedade, no dia marcado para o retorno, o garoto esperou o misto na entrada da cidade, onde é hoje o bairro Betânia, aproveitando pra pegar um “bigu”, pendurado na traseira do caminhão do Seu Lourival. Na boléia, cheio de pose, vinha o turista Alberto.

Ao chegar no ponto de desembarque, Alberto determinou que seu amigo apanhasse a mala na carroceria do caminhão e a levasse de volta pra casa. Em face das novidades trazidas do Cariri, a bagagem pareceu ainda mais pesada; contudo o carregador, desejoso de ouvir as histórias, cumpriu com muito esforço a tarefa de trazer a mala até o interior da residência do Sr. Zé Augusto. Ao chegar ao destino, ainda ofegante, disse:

— Pronto, Alberto, me conte agora como foi a viagem.

O amigo, com muita banca, afirmou que, por estar cansado, iria se deitar e, somente no dia seguinte, falaria sobre a viagem. Assim, Antônio Ulisses já amanheceu o dia debaixo do hoje sexagenário “Pé de Figo”.

Lá pelas tantas, finalmente, Alberto se acordou, e seu amigo passou a implorar pelas histórias prometidas. O pequeno turista disse que só contaria depois que merendasse. Ao findar o café da manhã, Alberto finalmente resolveu contar as novidades ao seu amigo.

Antônio Ulisses ouviu atentamente todas as histórias. Se, em Várzea Alegre, a água era trazida para as casas no lombo dos animais, dentro das ancoretas, no Crato, o precioso líquido jorrava de dentro das paredes das casas. Se aqui o velho motor gerador, de responsabilidade de Seu Julio e Zé Saldanha, só funcionava em parte da noite, no vizinho e à época distante município, a luz acendia de dia e de noite. Na capital do Cariri, havia gelo com gosto de goiaba, abacaxi e várias outras frutas. O nosso pobre menino não conhecia o delicioso picolé; só havia provado do gelo do bar do Seu Zé de Souza, que funcionava próximo do prédio onde hoje é o Armazém Progresso, de Seu Vandir Viana.

Alberto não esqueceu de contar que, na Serra de São Pedro, na ida e na volta, ficou impressionado com a denominada “curva da morte”. Antônio Ulisses exigiu detalhes daquele perigoso e comentado trecho da estrada. Alberto, sem medo de exagerar, contou que a curva era tão fechada que, no meio dela, da boléia, dava para ver a traseira e a placa do caminhão.

Por fim, Alberto disse que, no Cariri, havia o fascinante transporte ferroviário. O trem era uma fila de carros amarrados um no rabo do outro e o da frente dizendo:

— Café com pão, bolacha, não; café com pão, bolacha, não.

Em frente à estação ferroviária, havia uma bela praça e, naquele lugar, Alberto viu um galeguinho, parecidíssimo com o amigo de Várzea Alegre. Ouvindo calado e atento a todas essas maravilhosas histórias, Antônio Ulisses, com voz forte e suspirante, exclamou:

— Ah se fosse eu!

Extraído do livro: Conte Essa, Conte Aquela - História de Antônio Ulisses
Foto arquivo Memória

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

143 Anos de Emancipação - Memória Varzealegrense

Vista aérea de Várzea Alegre. A CIDADE MAIS FELIZ DO BRASIL.


VÁRZEA ALEGRE COMPLETA 143 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLITICA


10/10/2013- Parabéns Várzea Alegre, pelas riquezas, pelos encantos mil, pela terra de Papai Raimundo e muito mais, essa é a nossa Várzea Alegre.

CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DO MUNICÍPIO.

Contam os mais antigos moradores de Várzea Alegre, que os primeiros exploradores chegaram a estas terras pelas caminhadas que faziam em direção ao Cariri, tendo como referência o município do Crato. Esses viajantes, encantados com a beleza do verdejante vale e a cantoria dos pássaros, batizaram o lugar com o nome de Várzea Alegre.

Constam nos registros oficiais que o município de Várzea Alegre foi criado pela Lei Provincial Nº 1.329, de (10) de Outubro de 1870. Desmembrado do município de Lavras da Mangabeira, instalado a (02) de Março de 1872. Fato curioso é que o município foi extinto pelo Decreto Nº 193, de (20) de Maio de 1931, quando o seu território ficou anexado ao município de Cedro. Pela luta de influentes políticos do local, Várzea Alegre retomou a condição de município pelo Decreto Nº 1.156, de (04) de Dezembro de 1933.

No tocante ao religioso, a Paróquia do município foi criada no dia (30) de Novembro de 1863, tendo como padroeiro São Raimundo Nonato, sendo seu primeiro vigário o Padre Benedito de Sousa Rêgo. O seu patrimônio constava de 400 braças de terra em quadrado, doadas em (19) de Outubro, pelo Major Joaquim Alves Bezerra, pela sua mulher e por outros irmãos. Segundo a tradição, a primeira Igreja de São Raimundo Nonato foi construída pelos filhos de Raimundo Duarte Bezerra, figura que ficou conhecida como “Papai Raimundo”, o patriarca do município. O nome de Várzea Alegre foi oficializado pela Lei nº 1.329 de 1870, e tem origem na planície ou várzea, onde está situada a cidade.

A história narra que Várzea Alegre é um dos poucos municípios do Ceará que nunca mudou de nome.

Dentre os muitos frutos que Várzea Alegre produziu, surgem como responsáveis pelo seu crescimento socioeconômico e cultural, as pessoas de Bernardo Duarte Pinheiro, Raimundo Duarte Bezerra (Papai Raimundo), Antônio Correia Lima, Joaquim de Figueiredo Correia, Otacílio Correia, Josué Alves Diniz, Jornalista Joaquim Ferreira e Padre Vieira.

Os habitantes de Várzea Alegre incorporaram o nome da cidade ao seu modo de vida, contando com alegria os causos que envolvem a comunidades ou cidadãos distintos do lugar, sendo a narrativa mais forte os contrastes da cidade, que inspiram letras de músicas, entre as quais, uma delas – cantada pelo saudoso Luiz Gonzaga, cuja letra tem a assinatura marcante do compositor Varzealegrense, José Clementino.

Ao longo dos anos, o município revelou novos talentos na política, destacando a liderança das famílias Correia, Diniz, Ferreira, Costa e Sátiro, sendo os líderes mais recentes, Dr. José Iran Costa (In memorian) e Dr. Pedro Sátiro.

A religiosidade pontuou com o tombamento pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional da Capela de São Caetano, Distrito de Naraniú, construída em estilo barroco no ano de 1762, ato oficialmente registrado no ano de 2006.

A necessidade de água que tinha a cidade foi suprida no ano de 1998 com a construção do açude Deputado Luiz Otacílio Correia (Olho D’água), inaugurado em (30) de Julho daquele ano, na localidade de São Vicente, distante 9 km da sede do município. O açude conta com adutora e tem capacidade para armazenar 21milhões de metros cúbicos de água.

Das grandes personalidades, nasceu para a história Ricardo Oliveira, que do isolamento na pequena comunidade rural de Vacaria, em Ibicatu, embora especial, portador de amiotrofia espinhal, provou ser um talento para a matemática, vencendo por cinco edições a OBMEP – Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, acumulando medalhas de prata e de ouro.

Entra para o rol dos grandes vultos históricos a construção do Parque Cívico São Raimundo Nonato, na lagoa que deu origem ao município e parte do complexo urbanístico da lagoa de São Raimundo Nonato, obra idealizada pelo Ex-Prefeito José Helder Máximo de Carvalho.

Informações de: PREFEITURA DE VÁRZEA ALEGRE
Publicado por: Assessoria de Comunicação do Sítio Fechado Distrito de Naraniú

Fonte:
SÍTIO FECHADO
DISTRITO DE NARANIÚ
VÁRZEA ALEGRE-CE

Lembrando Chico Inacio - Memória Varzealegrense

Lembrando Chico Inácio


Tradicionalmente, a festa de São Sebastião, da Boa Vista, era uma das maiores e mais esperadas. Religiosidade e social  viviam juntas. Chico de Amadeu tocava  as três noites finais, sempre que encerravam as novenas.

Os leilões eram o ponto alto, especialmente nos anos de eleições. Qualquer prenda apresentada pelo pregoeiro era arrematada por alto valor para alegria do padre.

O deputado Otacílio Correia arrematava e  oferecia. Uma galinha cheia para Luiz de Sátiro,  um pote de chourisco para Joaquim Inácio, até que  o pregoeiro  levantou um mamão gigante, nunca visto igual, 10 quilos. Otacílio arrematou e disse: esse eu vou levar para Rosinha, tenho certeza que ela nunca viu um mamão desse tamanho.

O povo de Várzea-Alegre é o mais bajulador do mundo, quando  a roça  dar o primeira melancia o dono tira e, ao invés, de fazer uma festa para os filhos bota debaixo do braço e sai mostrando ao povo que vai levando para o padre ou para o doutor.

Assim é que diante da declaração do Deputado, Chico Inácio, o encarregado  da  festa disse: Grande não é esse. Grande é um que tem no pé que eu vou levar segunda-feira para Dr. Pedro.

Pra que foi falar isso, Barruada, filho de Joaquim Pretinho,  deixou o ambiente, foi no mamoeiro, tirou o mamão grande, destruiu os menores e foi pra casa. 

Quando Chico Inácio procurou o presente do amigo estava o lugar mais limpo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

02 Lembrando Meninin Bitu - Memória Varzealegrense

Lembrando Mininim Bitu 02 


Meninin Bitu sempre colheu grandes safras de arroz. O paiol estava sempre cheio de grãos. Não perdia tempo, em Outubro fazia os canteiros, ficava aguando e, na primeira  chuva  que fazia água na lagoa  mudava as plantinhas. A safra estava garantida.

Num desses anos atravessados, sem chuvas, as mudas do canteiro na estavam embuchando e nada de chuvas. Meninin apesar de ser um homem de muita fé já estava perdendo a esperança.

Um dia, a noite, o carão cantou  na Lagoa do Garrote. Meninin exclamou: Carão abençoado, está anunciando a chuva. Dito e feito, no outro dia deu uma chuva tão grande que no local do canteiro a agua ficou com dois metros de fundura.

Meninin abriu a parede da lagoa pra agua baixar, mais que nada, do outro lado a água era mais, teve efeito contrario.

A noite, Meninin se deitou e o carão começou a cantar no mesmo local. Então, Meninin reagiu: "deixa de zoada carão fi de uma égua". Deixa eu dormir!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Lembrando Chico André - Memória Varzealegrense

Lembrando Chico André


Está para nascer uma criatura tão humana, caridosa e serva de Deus como Chico André. Na década de 60 do seculo passado, Caboclo, pai de uma ninhada de 10 filhos foi a sua casa e queixou-se:  Seu Chico,  eu vi aqui porque  num verão atravessado desses ninguém paga um dia de serviço, e, os  meninos estão passando fome.  Vi  pedir um pouco de feijão ao senhor.

Chico André subiu numa cadeira e retirou da meia parede a ultima  lata de feijão que restava, despejou 8 quilos num saco e  entregou ao Caboclo. A esposa repreendeu: como é que você  tem coragem de fazer uma coisa dessas?  Fiz, dividir  com os filhos de Caboclo o que tinha para os meus.

Na madrugada do dia seguinte, um xexéu, num vou rasante, cantava o cântico  que anunciava  a chegada do inverno. Foram três meses seguidos de boas chuvas e a maior safra de feijão da historia.

Homem abençoado.

Agradecimentos do Memória Varzealegrense


Participem do Memória deixando seu comentário aqui


Queremos aqui agradecer a todos os que, até agora, colaboraram e colaboram, participando, dando opiniões, corrigindo os erros, enviado matérias, enviado fotos e fatos, historias e estorias de nossa gente, para o Memória Varzealegrense.

Gostaríamos também de convidar aos que queiram ajudar, colaborando, dando suas opiniões, fazendo ajuste, acertos, enviando matérias, para que possamos melhorar cada vez mais.

À aqueles que as vezes reclamam a falta de fotos de pessoas dos sítios. Precisamos que as pessoas nos envie, pois todas as que chegam são colocadas na coluna de "Fotos".

Aos escritores que escrevem os textos, poesias, contos e outros, envie para que as pessoas possam conhecer mais seus trabalhos e agradecer aos que já enviam.

Deixem aqui nos comentários, sugestões, elas nos ajudam a melhorar.

Nosso e-mail: memoriavarzealegrense@hotmail.com


domingo, 20 de outubro de 2013

034 - Do Tempo do Bumba - Por Mundim do Vale.

BODAS  DE  CHIFRE.

Assis de Zé do Carmo, depois de ter sido traído várias vezes por Terta, ainda sentia uma certa paixão por ela. Terta por sua vez, depois de passar por vários homens, arranjou cinco filhos e ficou com dificuldade de criá-los, por conta da sua idade e pelo abandonos dos pais das crianças.
Terta aproximou-se de Assis e dramatizou uma história triste que Assis falou emocionado:
- Apois tá bom. Ramo siajuntá de novo, mais você vai premetê qui num vai mais simbora cum o fiscal da febre amarela, nem cum o soldadô de panela e nem cum o vendeão de rede.
Terta respondeu chorando para representar melhor a sua farsa:
- Tá bom Assis. Eu premeto qui de hoje im vante meu omi é só você.
Os dois foram morar numa casinha de taipa no Alto do Tenente. Enquanto Terta cuidava de uns canteiros de coentro, Assis viajava com Raimundo Mouco vendendo animais. Numa dessas viajens Assis passou três meses no Maranhão. Quando retornou notou Terta diferente e perguntou:
- O qui é qui tu tem muié? Qui tá cum essa cara de Amélia?
- É pruquê eu sube qui tu arrumô ôta muié lá no Maranhão.
- Isso é fuxico do povo. Eu tava lá era trabaiando prumode butá as coisa dento de casa. Mais adispois qui eu cheguei, eu sube qui tu tava dibaxo dos pé de oiticica da Varjota cum Ontõe Gogó.
- Isso é cunveça dese povo qui num tem o qui cunveçá. Eu só fui lá na Varjota duas vez. E Ontõe Gogó tava, mais era me ajudando a catá as oiticica.
- E pruquê quando chegava gente, vocês siscundia no buraco da cacimba?
- Era pruquê Ontõe Gogó é um omi dereito e tava cum medo do povo pensá qui nóis tava cum chamego.
- Apois tá certo. Eu vou ali na budega de Vicente Totô  pra comprá umas coisa e quando eu vortá, nóis ramo matá a sodade ali diibaxo do cajuêro. Tu tá alembrada qui oje faz dez ano qui nóis siajuntemo?
- Vixe omi! Eu tava isquicida. Apois vá e vorte logo qui eu vô butá os minino pra ir brincá na casa de Chiquim Beca.
Assis foi até a bodega, fez as compras e pagou a conta velha. No meio das compras tinha um litro de zinebra e Vicente totô perguntou:
Tem festa lá hoje, Assis?
- apois é. Tá cum noventa dia qui eu tou loge de Terta e eu oiei no calendaro hoje tombém faz dez anos qui eu mais Terta siajuntemo. Dez ano é boda de que mermo em Vicente?
Vicente quase não deixa Assis terminar:
- DE  CHIFE.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Centenário de Pedrinho - Memória Varzealegrense


Estamos aqui reunidos, diante do altar do Salvador, celebrando em ação de graças, "in memoriam", o centenário do nascimento do nosso saudoso patriarca Pedro Luiz Sobrinho, ou Pedrinho Luiz, como se tornou mas conhecido populamente.

A descendência consanguínea soma hoje 46 pessoas e não estou contando com o meu já muito querido e ansiado neto Lucas, que estará chegando em menos de um mês, com as graças de Deus!

Incluídos no cômputo os genros, as noras e os maridos e esposas das netas e netos, já totalizando 63 pessoas, incluídos os nossos saudosos e sempre lembrados Anselmo e Ferrer.

Entretanto, desta enorme família, poucos tivemos a ventura de com ele conviver. Dos 24 netos e netas, por exemplo, apenas seis o conheceram suficientemente, pois o George e o francisco Filho tinham apenas cinco anos quando ele nos deixou.

Daí porque pensei que valeria a pena, mesmo para os que o conheceram, sintetizar nesta oportunidade alguns traços da personalidade marcante de nosso homenageado.

Afinal de contas, quem foi Pedrinho? Que legado nos deixou? como ele era? Que tipo de pessoa foi como esposo, como pai, como amigo, como cidadão?

Começa que Pedrinho foi figura plural. Agricultor, pecuarista, artista, político, comerciante, cooperativista, industrial, líder comunitário, sindicalista rural. Seria inviável discorrer aqui sobre todas as facetas do nosso saudoso e inesquecível ancestral.

Por isso, vou destacar apenas ligeiros traços de sua personalidade, que imagino possam interessar mais de perto os presentes.

Pedrinho teve infância muito difícil. Filho de pequeno produtor rural do Semiárido, órfão aos dez anos de idade, primogênito e sete irmãos, criança ainda teve que desistir dos estudos e trabalhar nas lidas rurais para, na condição de arrimo de família, ajudar a mãe a terminar e criar os irmãos e irmas e a encaminhá-los na vida.

Espírito rápido, inteligência privilegiada, embora jamais tenha frequentando escola formal, aprendeu com professores da roça a ler e entender um texto, estruturar e escrever outro, fazer as contas do que lhe era dado comprar e vender.

Era moreno de olhos verdes, cabelos castanhos, cortado sempre curtos e penteados para o lado direito, quase imberbe, magro (jamais pesou mais que 60 kilos) e meão (media cerca de 1m60).

Legado de Pedro Luiz Sobrinho


Sempre me perguntei onde poderia estar a fonte ancestral da genialidade do violonista Nonato Luiz. Exímio artista, conhecido e aplaudido no Brasil e no exterior, seu DNA melodioso tinha que ter nascente. Só agora, depois de tanto tempo, e tanta convivência, por sermos conterrâneos e amigos, foi que tomei conhecimento que seu pai, Pedro Luiz Sobrinho, foi cantador de viola, e que, formando dupla com o violeiro Manoel Cândido do Limoeiro, foi, por anos, requisitado e festejado por todas a região Centro - Sul cearense.

Outra novidade também conhecida agora por conta da descoberta das influências recebidas por Joaquim Washington Luíz de Oliveira, batalhador das causas sociais no Ceará e no Maranhão, a ponto de hoje ocupar o cargo de Vice-Governador daquele estado e já tê-lo representado como Deputado Federal. É que sendo primo de Nonato Luiz, herdou do tio, sua vocação pela defesa da população necessitada.

Coluna Batista de Lima
Caderno3@diariodonordeste.com.br

domingo, 13 de outubro de 2013

Foto Memórias! - Memória Varzealegrense

JOÃO ANDRÉ E  CONCEIÇÃO COM CINCO FILHOS, TRÊS DO PRIMEIRO CASAMENTO QUE SÃO ZÉ ANDRÉ, ANDREZINHA E ANA, E DO SEGUNDO CASAMENTO VICENTE ANDRÉ E DONDON.


Colaboração de Ceiça Morais

sábado, 12 de outubro de 2013

Foto Memórias! - Memória Varzealegrense

Varzealegrenses inesquecíveis - Arquivo Isabel Andrade


Foto de 1960 - Comemoração do dia do professor. Na foto, corpo docente do grupo escolar de Várzea alegre (visita do inspetor seccional Dr Valdir Colares). 

Dona Cecy, Dr Lemos, Dr Airton Castelo Branco, Dr Valdir, Diretora Dolores, Dr Rebouças, Rivandy, Isabel Andrade, Aniete e Idelzuite.
Colaboração: Ismenia Correia

Foto Memórias! - Memória Varzealegrense

Varzealegrenses inesquecíveis - Arquivo Isabel Andrade


Capitão Martins, Aniete, Isabel Andrade(na época secretária do Colégio São Raimundo), Idelzuite, Rivandy e Dona Cecy. (09/1960)
Colaboração: Ismênia Correia

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

CAUSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

PRESENTE  SEBOSO.

A garotada da minha geração em Várzea Alegre – Ce, foi toda beneficiada com o sabor do alfinim lá de nós. Para outros é pucha-pucha.
As puchadeiras mais qualicadas que eu conhecí  foi as minhas amigas, Antônia, Celina e Socorro Bilé, filhas de João Bilé o dono do engenho do Coité. O mel era tirado da gamela  em uma cana e depois de esfriar elas começavam o trabalho de puchar, até a hora que o alfinim morria, quando era feito em foma de flor. Na minha simpatia por  flores aquelas eram as que mais eu apreciava.
Na cidade o pucha-pucha era por conta de Santana do alfinim, que vendia nas ruas e nos colégios. Diziam algumas pessoas que quando o alfinim estava muito liguento, ela passava sailva nas mãos para fazer melhor o seu trabalho. Outras pessoas diziam, que como ela só tinha duas mãos, as mãos que puchava o alfinim eram as mesma que pegavam no dinheiro. Porém o sabor daquele doce superava qualquer impureza.

Mas o pucha-pucha aparece aqui apensa para ilustrar o causo que segue abaixo.

Nop ano de 1969, eu estava no cartório do segundo ofício com João Francisco, Antoniêta de Castro e Caseca, quando chegou um rapaz do sítio Cristo Rei que pediu licença e entrou com um pacote enrolado com jornal e amarrado com cordão de rede. O moço foi entregando o pacote e dizendo:
- Taqui João Francisco! Um alfinim que Antônio Rodrigues mandou de presente.
Enquanto o portador estava na sala, João ficou se pisando de inquieto, que estava.
Quando o moço saiu João falou:
- Ou cabra sem noção de higiene! Onde já se viu enrolar alimentos  com jornal? Eu vou é jogar fora.
Eu levantei a mão e falei:
- Calma João! Desembale primeiro.
- Desembale uma ova! Eu vou é repassar o presente para as formigas.
Dizendo aquilo ele aremessou o presente que foi cair dentro de um capinzal que tinha atrás do cartório. Em seguida ela saiu com Caseca ficando apenas eu e Antoniêta que estava muito ocupada.
Eu fui até o capinzal e lá chegando peguei a encomenda. Diz aí que quando eu desatei o cordão e tirei o jornal, encontrei uma sacola de plástico com o alfinim do tamanho de um chapéu.
A minha descorberta gerou um dilema; Fiquei na dúvida se devolvia o presente ou se ficava com ele
Depois de pensar um pouco  eu escolhi a segunda opção.

Aniversário de Várzea Alegre

O céu de Várzea Alegre 


E ela acorda assim dona do mundo com um sorriso escancarado,ciente do quanto é importante para quem a ama,ainda conserva um ar de criança com desejos de melhores dias, Várzea Alegre é assim cidade que acompanha o passar do tempo sem esquecer o seu passado, porque ela sabe da importância de preservar a sua origem, trás na sua bagagem esperança de um novo recomeço e não tem medo de apostar no futuro porque nela estar todos os sonhos de um povo que cresce em ideias e ações, somos o que podemos chamar de visionários por que sempre estivemos além com um passo adiante, não somos cautelosos amamos ser os pioneiros, desbravadores, sem esquecer a alegria, não é a toa que no seu nome conste a palavra, porque somos assim felizes, livres para inventar e criar novas maneiras de buscar novos projetos e realiza-los. 

Quem partiu para outras cidades conserva no peito uma saudade que o faz todo o ano voltar e andar nas ruas que foi criança,porque é uma saudade gostosa, lembra final de tarde brincado nas calçadas, são lembranças eternas já que somos feitos do que vivemos. 

Hoje no seu aniversario o sol brilha intenso trazendo mais uma ano, cheio novas expectativas e o povo comemora e agradece por ser seu filho por fazer parte integrante das sua mudanças e acreditar que tudo vai dar certo, porque somos um povo pacifico que acredita no amor, na esperança e na boa vontade do ser humano.

Luzia

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Lembrando Levi - Memória Varzealegrense

Lembrando Levi, o irmão de Chica do Rato.

Leví de Abel, irmão de Chica do Rato, também era desprovido de juízo, ele arriscava uns improvisos, sem respeitar a rima, a métrica e nem a ética. Cantava pelas ruas enquanto transportava água da lavanderia, num jumento de Antônio Costa, sempre improvisando os seus versos. 

A caçamba é cega, adonde bate aprega, sai do mei fí duma égua.
Antônio Costa. amuntado im minha costa.
Pedro Morais, caga na mão joga pra trás.
Padim Dirceu amuntado num pneu.

Uma vez encontrou-se com o barbeiro Júlio Xavier e fez esse improviso: "Júlio Xavier, tanto chora cuma apanha da muié".

Júlio não gostou e deu uns cascudos no poeta. Leví saiu dizendo que ia embora pra Campina Grande, porque tinha sido desmoralizado. E lá em Campina os paraibanos respeitavam poeta.

Dona Dosa, madrinha de Leví, quando soube da ocorrência chamou o poeta em sua casa para aconselhar: - Leví chegou pediu a bênção ela abençoou e foi falando: Leví eu soube que você vai para Campina Grande, então eu queria lhe aconselhar. Não vá fazer seus versos por lá não, porque o povo não lhe conhece e pode fazer como fez Júlio Xavier. 

Leví não deixou a madrinha terminar e foi logo dizendo: "É não madinha Dosa! É pruque esse povo de Rajalegue só quer ser as prega". Basta a gente cagar no mei da rua, que já fica todo mundo falando.

E tu acha pouco Leví?

"É pruque eu gosto de prosa, amuntado im madinha Dosa". 

Fonte Mundim do Vale.
Fonte: Antônio Morais facebook

terça-feira, 8 de outubro de 2013

033 - Do Tempo do Bumba - Memória Varzealegrense

QUANDO  É  TEMPO  DE  CAJU - MUNDIM DO VALE

Antônio Carlos, filho de Conceição  Carlos, Nasceu com problemas de audição. Para agravar a situação, perdeu a mãe ainda criança e foi morar na Vazante com a avó Maria Carlos e os tíos Chico Carrim, Zé Negão e Damião dos Bonecos.
Um dia ele começou a cantar o musical Peba na Pimenta da cantora Marinês, a sua avó não gostou e reclamou:
- Minino do cão, pare cum essa cantiga imorá.
- Arre égua! A vó tombém parece uma bruxa, ninguém pode nem cantar uma musga. Apois eu vô é precurá caju lá im Zé Reimundo.
- Vai infiliz, Coidado pra num caí de riba do cajuêro, prumode num fazê cumpanhia ao demõe no inferno.
Antônio saiu quando voltou foi com dois cajus ainda verdosos.
Quando a avó viu falou:
- Eu num acridito qui tu vai chupá esses maturí quante não.
- Apois eu vô.
- Apois fique sabeno qui o mudo de Zé Piru ficou mudo foi adispois qui chupô caju quente.
Não adiantou o apelo da avó, o neto botou os dois maturis na boca. Terminou de engolir e já foi ficando pálido e sem fala.
Maria Carlos mesmo no aperreio disse:
- Tá vendo condenado?  Eu num dixe? Tu já e môco e agora se num morrê, vai ficá môco e mudo.
A avó deixou o neto agonizando e foi até a nossa casa onde estava Marlene Salviano, que passava o domingo com a gente. Quando Maria contou o problema para Marlene, ela se dispôs a ajudar, colocou mel de abelha numa xicara espremeu um limão e levou para o morimbudo. Depois que o doente tomou duas colheradas, já foi ficando corado e dizendo algumas palavras. Depois de quinze minutos Antônio recitou essa quadrinha:
“ Quando é tempo de caju
Passarinho mela o bico.
Menina de doze anos
Tem cabelo no suvaco. “
A avó mesmo sem esconder o contentamento pela progressiva melhora do neto respondeu:
- Tá vendo dona Marlene! Ontõe só presta é sem falar mermo, pru mode num tá cum iscandêlo na frente das visita.
Antônio já totalmente recuperado da voz, perguntou a sua salvadora:
- Dona Marlena! Meu tí Chico Carrim dixe qui tá cum gonorréa. O qui é gonorréa?
Marlene na tentativa de mudar o pensamento daquele garoto respondeu:
- Meu filho. Gonorréa é uma secreção expelida pelos sapos para imobilizar pequenos insetos. Entendeu?
- Intindí não.
- Pois eu vou explicar melhor. É assim; o cururu dá uma cuspida no mosquito e o cuspe prega as asas e ele não pode mais voar, aí o cururu engole ele. Gonorréa é o cuspe do cururu.
- Apois ontonse meu tí tá mermo cum gonorréa, pruque isturdia eu ví ele varrendo a cuié de pau do doce cum a lingua.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Versos lá de nós - Memória Varzealegrense

DUELO  RIMADO.

Sávio Pinheiro x Mundim do Vale

Mundim:
Você é de academia
Mas é fraca a sua rima,
Inventa de vir pra cima
Agredindo a poesia.
Eu tenho a autonomia
Pra com você pelejar,
Não gosto de torturar
Mas vou lhe dar um castigo.
PARA  DEBATER  COMIGO
PRIMEIRO, APRENDA A RIMAR.

Sávio:
Mundim, eu estou aqui
Pra lhe ensinar o dever,
Você pode debater
Só com o poeta Leví.
Por tudo que já ouví
A sua ofensa eu não ligo,
Mas na peleja lhe digo
Que um Piau eu vou pescar.
PRIMEIRO, APRENDA A RIMAR
PARA  DEBATER  COMIGO.

MUNDIM:
Sou um Piau do Machado
Não sou peixe do Granjeiro,
Eu aprendí com Candeiro
A rimar sem pé quebrado.
Estando aqui do seu lado
Vou tentar me equilibrar,
Porque se eu me zangar
Vou ganhar um inimigo.
PARA  DEBATER  COMIGO
PRIMEIRO, APRENDA A RIMAR.

SÁVIO:
Também não sou de Granjeiro
Mas gosto daquele açude,
Presto serviço a saúde
Do seu povo hospitaleiro.
Meu sobrenome Pinheiro
Faz com que eu seja amigo
E lá eu tenho um abrigo
Para deitar e rolar.
PRIMEIRO, APRENDA A RIMAR
PARA  DEBATER  COMIGO.

MUNDIM:
Doutor Sávio eu lhe respeito
Somente na área médica,
Mas tratando da poética
Tá errado o seu conceito.
Para debater direito
Na parte de pelejar,
Você tem que me acatar
Porque sou o mais antigo.
PARA  DEBATER  COMIGO
PRIMEIRO, APRENDA A RIMAR.

Sávio:
Meu poeta a sua idade
Em nada colaborou,
Pois o tempo lhe deixou
Longe da realidade.
Eu tenho mais qualidade
Para debater consigo,
Porque não vejo perigo
De você me acompanhar.
PRIMEIRO, APRENDA A RIMAR
PARA  DEBATER  COMIGO.

domingo, 6 de outubro de 2013

Lembrando Chichica - Memória Varzealegrense

Lembrando Chichica - Antônio Morais


Você lembra Francisca de Abel? A saudosa Chichica, sempre muito elegante, bem vestida, indumentária, as vezes, exagerada, estilo próprio, só dela?
Desfilava sua moda nas ruas de Várzea-Alegre, pulseiras, colares, brincos, anéis, óculos, vestido longo.

Certa feita, passava na Rua Major Joaquim Alves com um relógio extravagante no braço. 
Pedro Piau fez elogios: Chichica, que relógio mais bonito! 
Que horas são? 

Ela levantou o braço, quase sem puder, deu uma cubada no relógio e lascou:" Vije seu Pedro, já é bem 10, se num já for onze!"

Lembrando Zezinho Costa - Memória Varzealegrense

LEMBRANDO JOSÉ ALVES COSTA - ZEZINHO COSTA

Um dos maiores empreendedores de Várzea-Alegre, ex-prefeito do município, sem duvidas o maior proprietário de terras e o mais afortunado dos nossos conterrâneos a sua época, recebia, anualmente, um carro zerado da fabrica. 

Certa feita, na viagem inaugural ao Umari, na passagem pela curva da Santa Rosa, abalroou sua bela rural novinha com Neguim de João V-8 que trafegava em sentido contrario no Jeep velho de Antônio Vieira.

Neguim desceu do carro desconfiado e amedrontado, mas ousou informar: Também seu Zezin Costa, o senhor vinha na contra mão! 

E Zezinho Costa muito jeitoso respondeu: E porque você não vinha na contra mão também?

Fonte: Antônio Morais(facebook)

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Munjdim do Vale.

Pedro Piau quando treinava para participar do adjundo do primo Joaquim André.

CONVITE  REJEITADO

Era no mês de São João
A safra toda segura,
Nosso povo satisfeito
Com toda aquela fartura.
O arroz de Joaquim André,
Todo maduro no pé
Com dois metros de altura

O nosso povo vibrando
Não esquecia o assunto:
- Esse ano tem fartura
Que o inverno chegou junto.
O povo lá não parava,
Todo dia perguntava
Onde tinha um adjunto.

Antônio Morais, curioso
Abordou Joaquim André:
Meu tío o seu adjunto
Me diga quando é, que é.
O cacho já tá virando,
Se não for logo catando
Nasce de novo no pé.

- Meu sobrinho eu vou fazer
Depois da confirmação,
De dois compadres que tenho
Na Bahia e Maranão.
Mandei carta para os dois,
Pra virem catar arroz
Nesse mês de São João.

Os convites:

Meu compadre Zé Sarney
Você é meu convidado,
Para vir A Várzea Alegre
Catar arroz no Machado.
Mas é pra vir com urgência,
Deixe que a presidência
Pode ficar com o senado.

Eu sei que o compadre vem
Junto com a caravana,
Se gostar de adjunto
Aqui tem toda semana.
Aqui eu vou terminar,
Mas quero também mandar
A bênção de Roaseana.

Meu compadre A.C.M.
Venha aqui na quarta feira,
O compadre Zé Sarney
Lhe espera na ribeira.
Vamos ver se vocês dois
Vão apanhar mais arroz
Que Tindé e Oliveira.

Venha para abençoar
Luís, o seu afilhado,
O bichim tá na escola
Mas é muito encabolado.
Traga pra ele um presente,
Daqueles bem envolvente
Que dão para aliado.

Já passava uma semana
E Joaquim pra lá e pra cá,
Antônio falou novamente:
Deixe os compadre pra lá.
O melhor para você,
É cantar sindô Lelê,
Oi sindô sindô lalá.

Compadre A.C.M. escreveu
Dizendo que não, vem não,
Consultou um pai de santo
Que mostrou uma visão.
Espôs os búzios mostrando,
Um baiano despencando
Na queda de um avião.

Compadre Sarney também
Pediu pra ser dispensado,
Roseana tá doente 
E precisa de cuidado.
Mas que ele tem um plano
Para vir no próximo ano
Catar arroz no Machado.

Mas se Sarney me chamar
Pra apanhar babaçu,
Eu tambem vou rejeitar
Só pra ver o sururu.
Não mando José Joaquim,
Nem Manoel de Mininim
E nem Raimundo Bitu.

Se A.C.M. Me chamar
Para apanha de cacau,
Ele vai chorar godê
Como nenem por mingau.
Não vou mandar Expedito,
Luís Lobo e Antonito
Pra dançar maneiro pau,

sábado, 5 de outubro de 2013

Lembrando Pedro Morais - Memória Varzealegrense

Lembrando Pedro Morais e Zé André - Antônio Morais

José André passava por problemas de saúde e, foi a Fortaleza fazer umas consultas e exames.

O consultório do médico ficava à Rua Barão do Rio Branco, na "comeeira" de um grande edifício. 

Quando saíram do elevador que alcançaram a calçada a procura de uma farmácia para adquirirem os medicamentos, aquele transito enorme, carros, motos, ônibus, o Pedro habituado àquela situação atravessou, feito um raio e, ficou do outro lado da rua aguardando o pai.

Enquanto José André aguardava uma fuga para atravessar, Pedro repetia: vem pai, vem pai, vem pai.

José André, do outro lado da rua, olhou para receita e falou nos "surtinidos": Pedro, se eu for quem vai tomar o remédio?

Lembrando José Bitu - Memória Varzealegrense

LEMBRANDO JOSÉ ALVES BITU - Antônio Morais

Quem conheceu Zé Bitu das Lagoas sabe o quanto era bom, justo, honrado, amigo, espirituoso e bem humorado. Apesar de sisudo e a cara amarrada, seus repentes eram de um refino inigualável. 

01 - Certa vez, foi ao Juazeiro fazer uma consulta médica acompanhado de uma das filhas. Chegando ao consultório tinha uma senhora com um menino muito danado. O menino não parava, quebrava um jarro aqui, rasgava uma revista ali, e assim passava o tempo todo.

Um paciente perguntou para mulher: a senhora só tem este filho? Não - respondeu a mulher, tenho outro maiorzinho que ficou em casa. Zé Bitu coxixou para a filha: deve ter ficado amarrado.

02 - Outro dia, chegando a casa do compadre Pedro Piau, o encontrou misturando mel de engenho com farinha. Pedro Piau perguntou: Compadre Zé Bitu, você já viu uma coisa mais difícil do que misturar mel de engenho com farinha? Resposta no ato: Já compadre, separar depois.

03 - Maria Caetana aproximando-se da mercearia para comprar cigarros disse: Seu Zé Bitu eu só tenho três defeitos: bebo, fumo e jogo. - José Bitu respondeu na hora - três defeitos grandes para uma moça.