VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

CAUSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

PRESENTE  SEBOSO.

A garotada da minha geração em Várzea Alegre – Ce, foi toda beneficiada com o sabor do alfinim lá de nós. Para outros é pucha-pucha.
As puchadeiras mais qualicadas que eu conhecí  foi as minhas amigas, Antônia, Celina e Socorro Bilé, filhas de João Bilé o dono do engenho do Coité. O mel era tirado da gamela  em uma cana e depois de esfriar elas começavam o trabalho de puchar, até a hora que o alfinim morria, quando era feito em foma de flor. Na minha simpatia por  flores aquelas eram as que mais eu apreciava.
Na cidade o pucha-pucha era por conta de Santana do alfinim, que vendia nas ruas e nos colégios. Diziam algumas pessoas que quando o alfinim estava muito liguento, ela passava sailva nas mãos para fazer melhor o seu trabalho. Outras pessoas diziam, que como ela só tinha duas mãos, as mãos que puchava o alfinim eram as mesma que pegavam no dinheiro. Porém o sabor daquele doce superava qualquer impureza.

Mas o pucha-pucha aparece aqui apensa para ilustrar o causo que segue abaixo.

Nop ano de 1969, eu estava no cartório do segundo ofício com João Francisco, Antoniêta de Castro e Caseca, quando chegou um rapaz do sítio Cristo Rei que pediu licença e entrou com um pacote enrolado com jornal e amarrado com cordão de rede. O moço foi entregando o pacote e dizendo:
- Taqui João Francisco! Um alfinim que Antônio Rodrigues mandou de presente.
Enquanto o portador estava na sala, João ficou se pisando de inquieto, que estava.
Quando o moço saiu João falou:
- Ou cabra sem noção de higiene! Onde já se viu enrolar alimentos  com jornal? Eu vou é jogar fora.
Eu levantei a mão e falei:
- Calma João! Desembale primeiro.
- Desembale uma ova! Eu vou é repassar o presente para as formigas.
Dizendo aquilo ele aremessou o presente que foi cair dentro de um capinzal que tinha atrás do cartório. Em seguida ela saiu com Caseca ficando apenas eu e Antoniêta que estava muito ocupada.
Eu fui até o capinzal e lá chegando peguei a encomenda. Diz aí que quando eu desatei o cordão e tirei o jornal, encontrei uma sacola de plástico com o alfinim do tamanho de um chapéu.
A minha descorberta gerou um dilema; Fiquei na dúvida se devolvia o presente ou se ficava com ele
Depois de pensar um pouco  eu escolhi a segunda opção.

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