COMO ERA
ALEGRE O NATAL
Nossa Várzea
Alegre tinha
Num certo
tempo passado,
Jesus Cristo
na lapinha
Com Maria do
seu lado.
Seu Amadeu
arrumava,
Dona santa
ajudava
Junta com
Dona Andradina.
Depois que o
padre benzia,
Vinha aquela
romaria
Para a festa
natalina.
A criança não
sabia
Quem era
papai Noel,
Pra ele só
existia
O Menino
Deus, no céu.
A festa era
de acolhida,
Com toda
família unida
Na igreja ou
na capela.
Quem sofria
era o peru,
Que o último
gulu-gu-gu
Era perto da
panela.
Na casa da
minha avó
No natal
tinha um estilo,
De se fazer
pão-de-ló
Manzape, broa
e sequilho.
A meninada
comia,
Quando era no
outro dia
Abarcava o
que sobrou.
De toda essa
verdade,
Eu me lembro
da metade
E O RESTO MEU
PAI CONTOU.
Hoje os netos
de vovó
Não praticam
o mesmo estilo,
Já não fazem
pão-de-ló
Nem apreciam
sequilo.
O peru já foi
trocado,
Pelo um chest
congelado
Do tamanho de
um tetéu.
A casa é
cheia de luz,
Mas
esqueceram Jesus
Pensando em papai Noel.
É triste como
essa gente
Faz do natal
um mercado,
Só pensa em
ganhar presente
E deixa Jesus
de lado.
Essa nova
geração,
Não mantém a
tradição
De alguns
anos atrás.
É o mal da
juventude,
Que não
conserva a virtude
E os costumes
dos pais.
Quando a
virgem deu a luz
A família era
carente,
E o menino
Jesus
Não ganhou
nem um presente.
Hoje em dia a
mídia manda,
A fé do povo
desanda
E o natal
perde seu brilho.
Como tudo já
mudou,
O que meu pai
me contou
NÃO VOU
CONTAR A MEU FILHO.
Mundim do Vale.