VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.



COMO ERA ALEGRE O NATAL

Nossa Várzea Alegre tinha
Num certo tempo passado,
Jesus Cristo na lapinha
Com Maria do seu lado.
Seu Amadeu arrumava,
Dona santa ajudava
Junta com Dona Andradina.
Depois que o padre benzia,
Vinha aquela romaria
Para a festa natalina.

A criança não sabia
Quem era papai Noel,
Pra ele só existia
O Menino Deus, no céu.
A festa era de acolhida,
Com toda família unida
Na igreja ou na capela.
Quem sofria era o peru,
Que o último gulu-gu-gu
Era perto da panela.

Na casa da minha avó
No natal tinha um estilo,
De se fazer pão-de-ló
Manzape, broa e sequilho.
A meninada comia,
Quando era no outro dia
Abarcava o que sobrou.
De toda essa verdade,
Eu me lembro da metade
E O RESTO MEU PAI CONTOU.

Hoje os netos de vovó
Não praticam o mesmo estilo,
Já não fazem pão-de-ló
Nem apreciam sequilo.
O peru já foi trocado,
Pelo um chest congelado
Do tamanho de um tetéu.
A casa é cheia de luz,
Mas esqueceram Jesus
Pensando em papai Noel.

É triste como essa gente
Faz do natal um mercado,
Só pensa em ganhar presente
E deixa Jesus de lado.
Essa nova geração,
Não mantém a tradição
De alguns anos atrás.
É o mal da juventude,
Que não conserva a virtude
E os costumes dos pais.

Quando a virgem deu a luz
A família era carente,
E o menino Jesus
Não ganhou nem um presente.
Hoje em dia a mídia manda,
A fé do povo desanda
E o natal perde seu brilho.
Como tudo já mudou,
O que meu pai me contou
NÃO VOU CONTAR A MEU FILHO.

Mundim do Vale.

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