Não ganhei
nenhum presente
Na passagem
do natal,
Porque Noel
não é gente
É um boneco
virtual.
Fui dormir na
esperança
De ganhar uma
lembrança
Mas perdi a
minha fé.
Na hora que
acordei,
Na meia só encontrei
O mal cheiro de chulé.
Fiquei mais
contrariado
Porque um
vizinho meu
Mostrou um
carro importado
Que papai
Noel lhe deu.
Será que o
bom velhinho,
Enxergou só
meu vizinho
Porque anda
caducando?
Ou será por
preconceito,
Que ele age
desse jeito
Só de rico se
lembrando?
Já perdi a esperança
Nesse Noel
trapaceiro
Que só visita
criança
Se o pai
tiver dinheiro.
Pois eu lhe
digo, Noel:
- Eu tenho um
pai lá no céu
Que não
gosta, disso não.
Quando seu
filho nasceu,
Foi pobre
assim como eu
Mas deixou
uma lição.
Você com o saco cheio
E a bengala
na mão
Onde tiver
aperreio
Não passa por
perto não.
Não conhece
favelado,
Filho de
desempregado
Subproduto de
gente.
Porém a casa bonita,
No natal você
visita
Para deixar o
presente.
Será se você
existe
Ou não existe
sou eu?
Eu tou aqui
muito triste
Por conta do
jeito seu.
Passou
cantando: - Ou, ou, ou....
Mas comigo
não deixou
Nem um
pequeno peão.
Ficou seco, o
saco seu,
Mas você
encheu o meu
De revolta e
exclusão.
Você só não
sabe disto
Porque é um
boneco mal
Mas é para
Jesus Cristo
Toda festa de
natal.
Você só gosta
do cobre,
Não anda em
casa de pobre
Porque a
mídia não manda.
É uma peça do
mercado,
Que foi muito
bem treinado
Pra garoto
propaganda..
Mundim do
Vale.
Várzea Alegre-Ce