VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sábado, 17 de maio de 2014

CAUSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

VINGANÇA  DE  PESCADOR.

No ano de 1955, nós morávamos no sítio Vazante, hoje um bairro nobre de Várzea Alegre, a cidade mais alegre do Brasil.
Vez por outra nós recebíamos a visita de uma senhora idosa de nome Aninha Marinheiro, que às vezes chegava a passar até dois meses. Além do incômodo, aquela senhora chegava a impor ordens e mudar os costumes como fizeram os portugueses com os indígenas no Brasil.
Um certo dia eu peguei um landuá e falei:
: Eu vou já pegar uns peixes na Lagoa do Arroz.
A nosso visitante gritou:
- Só se for tu mesmo. Os peixes que tu pegar eu asso na língua.
Eu fiquei revoltado mas fui até uma lagoa pequena para tentar pegar alguns peixes. Cheguei na lagoa e comecei a mergulhar o landuá e depois de muito esforço veio uma piaba. Com a piaba no landuá eu pensei comigo:
- Vou levar essa piaba para a velha assar na língua. Quando tentei segurara a piaba ela escapou. Eu passei mais de uma hora com o landuá no mesmo local e nada. Voltei contrariado, mas quando passava na casa de Zé Vicente me veio a idéia de preparar uma vingança para a nossa visitante.
Quando cheguei em casa, estava meu pai e minha mãe conversando com Aninha. Na hora que ela botou os olhos em mim foi logo dizendo:
- Cadê os peixes que tu ia pegar?
Eu falei:
- E quem foi que disse que eu não peguei? Eu peguei um piau e quatro curimatâs de palmo.
- E cadê?
- Eu vinha passando na casa de Zé Vicente e escutei Madalena dizendo que não tinha nada pra comer e eu então fiz a caridade de dar os peixes pra ela.
A velha me respondeu irritada:
- Eita menino maluvido. Pega os peixes quando acabar entrega para os outros, porque não trouxe pra casa?
- Pois é. Eu achei melhor dar os peixes pra ela, porque os peixes já são fedorentos e assados na língua de uma velha sebosa, vão ficar muito mais.
Depois que eu disse aquilo meu pai me deu uma dúzia de chineladas, mas eu fiquei satisfeito porque pratiquei a minha justa vingança.

Mundim do Vale.
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