GUERREIRO NOVENTÃO.
Dia
do trabalhador
Procuro
a inspiração
Para
fazer alusão
Ao
grande batalhador.
Que
as graças do Senhor
Lhe
cubram de harmonia
E
alimente a alegria
Dos
netos e filhos seus.
Que
venham às bênçãos de Deus
Para
Chico e pra Bibia.
Nesse
primeiro de maio
Dia
do trabalhador
Eu
vou lembrar um senhor
Que
é forte como um raio.
Seguro
o tema e não saio
Na
busca de subsídio
Porque
Chico de Emídio
É
merecedor de estima.
O
que faltar nessa rima
Sua
neta traz em vídeo.
Se
Deus me desse à bondade
De
viver bem como Chico,
Eu
me achava muto rico
De
paz e felicidade.
Noventa
anos de idade
É
para quem merecer,
Mas
se alguém quiser saber
Bibia
já fez também
E
saúde ainda tem
Pra
muitos anos viver.
Chico
de Emídio é herdeiro
Da
boa religião
Sua
fé na oração
Guarda
como um escudeiro.
Hoje
é o dia do guerreiro
Na
folha do calendário
Fazendo
o aniversário
Na
compannhia dos seus.
Rezando
e pedindo a Deus
Que
ultrapasse o centenário.
Sua
casa era elevada
Bem
no topo da ladeira,
Quem
subisse na Ribeira
De lá
ele avistava.
No
domingo passeava
Com
seu irmão Agostinho,
Zé
Fiuza seu vizinho
E Zé
de Mãe seu cunhado.
Depois
vinha acompanhado
Do
bom poeta Bidinho.
Chico
de Emídio do Chico
Chico
que lhe deu a vida
Onde
começou a lida
Mas
de posse não foi rico.
Na coragem
foi ao pico
Com
muita disposição,
Nas
mazelas do sertão
Conviveu
com muita fé.
Com
São Pedro e São José
Seus
santos de adoração.
Chico
aprendeu a falar
Do
Chico para a Varzinha,
Se
estivesse com Barbinha
Estava
com Alencar.
Era
um casal singular
Que
se um fosse, o outro ia
Quando
Alencar queria
Barbinha
dizia sim.
Mas
se a coisa fosse ruim
Nem
um, nem outro fazia.
Chico
de Emídio dizia
Quando
estava a conversar:
- Só
deixei o meu lugar
Pra
dar conforto a Maria.
Por
lá faltava energia
Não
tinha água encanada
E a
minha meninada
Não
tinha prosperidade.
Mas
para o bem da verdade
Minha
saudade é danada.
Fui
do cabo do machado
Da
enxada e roçadeira,
Plantei
fava e macaxeira
Feijão
e arroz cacheado.
Tinha
sempre em meu roçado
Plantação
de melancia,
Se
um vizinho me pedia
Eu
arranjava as menores.
Porque
aquelas maiores
Eu
levava pra maria.
Não
gosto de comentário
Nem
aprecío o fuxico,
Minha
casa lá no Chico
Era
igual a um santuário.
Fui
um bom funcionário
Na
função de vigilante,
A
frequência era constante
Cumpri
bem minha função.
Não
dei trabalho ao patrão
Porque
fui sempre atuante.
Nem
quando estava doente
Perdia
a disposição,
Seu
trabalho era a razão
Para
viver mais contente.
Foi
seguro e paciente
Nas
horas das agonias
Fez
quatorze cirurgias
Foi
freguês da medicina.
Mas
é a ordem divina
Quem
controla os nossos dias.
Com
certa dificuldade
Criou
a sua família
Mas
adotou a cartilha
Do
amor e fraternidade.
Seus
filhos com pouca idade
Lhe
ajudaram no roçado
Todos
eles do seu lado
Trabalhando
com a terra.
Do
Chico à Aba da Serra
Foi
seu lema no passado.
Noventa
anos já tem
É
guerreiro que não cai
Pelo
jeito que ele vai
Pode
ultrapassar os cem.
Tá
vivendo muito bem
Com
o seu vigor profundo
Satisfeito
no seu mundo
Feliz
e muito disposto.
E na
festa de agosto
Vai
rezar pra São Raimundo.
Mundim
do Vale.