EM
POETA MAL CRIADO
Eu
sou a febre do rato
De
poeta que é gabola,
Sou ferrugem na viola,
Sou
mincharia no prato.
Sou geleia no sapato,
Sou
o crédito reprovado,
Sou
o dente careado
Sou
ferrão de escorpião.
EU
SOU QUEDA DE
PRESSÃO
EM
POETA MAL CRIADO.
Sou
o cinto sem fivela
Do
doutor Sávio Pinheiro,
De
Israel, sou o cobreiro
De
Cláudio, um nó na goela.
De
Joaquim, sou a panela
Que
tem o fundo furado
De
Gilberto o pé inchado,
Sem
poder botar no chão.
EU
SOU QUEDA DE
PRESSÃO
EM
POETA MAL CRIADO
Eu
fui de Souza Sobrinho
A
espinha do nariz
E
outra coisa que fiz
Foi
perturbar o Bidinho.
De
Candeiro do Brejinho,
Eu
fui pescoço quebrado,
Muleta
de aleijado
E a
febre do sezão.
EU
SOU QUEDA DE
PRESSÃO
DE
POETA MAL CRIADO.
Mundim do Vale.
Desafio passivo de defesa dos poetas atingidos.