A família passou a residir no sitio Inharé, precisamente, onde hoje fica a casa de José Bitu e dona Biluca. Nesse período, eram moradores dos Fiusas do Chico, sendo que plantavam também nas terras de Manuel Leando Bezerra, no alto da serra da Charneca. Maria, uma das três filhas de Clementino e Antonia, era uma mulher simples. Casou com Bil, migrante da região do Iguatu, em 05 de Novembro de 1922, na igreja matriz de São Raimundo.
Nesta mesma data, se casaram 24 casais que moravam na ribeira do Riacho do Machado. Os casamentos foram oficiados pelo padre José Alves de Lima, vigário de Lavras da Mangabeira. Depois de casados, Maria e Bil continuaram morando no sitio Inharé, onde já residiam os pais de Maria. Da união de Maria e Bil nasceram dois filhos: Necilia e José. Quando Maria estava na sua terceira gravidez, houve um desentendimento entre ela e o marido. O motivo da contenda foi a fato da irmã de Maria, chamada Madalena, que aparentemente tinha problemas de visão, manter um caso amoroso com o Bil.
Conta-se que o Bil pretendia fugir com Maria e deixar toda confusão para trás, entretanto, Maria, magoada por causa da traição, recusou a posposta do marido, preferindo morar na casa de seus pais. Com o orgulho ferido por causa do desprezo da mulher, Bil, passou a arquitetar a morte de Maria. Sabendo que Maria levava a comida dos trabalhadores da roça de seu pai, Bil, resolveu surpreendê-la, numa emboscada na beira da estrada.
E assim em 11 de Março de 1926, por volta das 10 horas da manha, quando Maria se dirigia com duas companheiras a caminho da roça do pai, levando a comida dos trabalhadores, Bil apareceu de repente, armado de faca, as companheiras fugiram e Bil, então passou a esfaquear a esposa até a morte. Foram três golpes fatais. Bil fugiu e nunca mais foi encontrado. Maria foi enterrada no cemitério da Saudade em Várzea-Alegre, mas ninguém sabe informar qual é o seu túmulo. Também não se sabe se o crime foi investigado pela policia.
Esse crime revoltou toda Várzea-Alegre, causando grande comoção. As pessoas passaram à visita o local do crime e rezar pela alma de Maria. Seu pai Clementino, pôs uma cruz no local exato em que sua filha foi assassinada. As pessoas passaram a visitar o local para pagar promessas e agradecer graças alcançadas, segundo elas, com a intercessão de Maria. No dia 20 de Janeiro de 1957, 31 anos depois da morte de Maria, foi construída uma capela no local do crime, quem mandou construir a capela foi José Alves de Oliveira. O vigário da época Padre Jose Otavio de Andrade benzeu a capela e celebrou uma missa na intenção da falecida.
São incontáveis os números de doentes que vão até a capela agradecer a cura conseguida através da intercessão de Maria. Porém, quem mais visita a capela são as mulheres sofredoras que vêem em Maria uma protetora das aflitas e desesperadas.
(am)
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