Na
cultura popular
Deus
do céu já perdoou,
Vate
que não estudou
Mas
que gosta de rimar.
Porém
há de castigar
Com
uma dura disciplina
Aquele
que erra a rima
Ou
quebra o pé do verso.
Pela
lei do universo
O
castigo vem de cima.
Tem
poeta no sertão
Que
nunca foi na escola,
Mas
tem na sua caixola
As
coisas do seu torrão.
Não
precisou de lição
Pra
rimar como sabia
Os
fatos do dia a dia,
Do
poeta sem estudo.
Mas
tem muito conteúdo
Sua
boa poesia.
Sou
poeta do sertão
Mas
sou semi-analfabeto
Não
nego o meu dialeto
Nem
meu grau de instrução.
Minha
primeira lição
Foi
com a dona Toinha
Naquele
tempo eu tinha
Quatro
anos de idade.
Mas
já havia a vontade
De
rimar uma quadrinha.
O
estudo no passado
Tinha
certa restrição,
Quem
morava no sertão
Ficava
prejudicado.
A
escola era o roçado,
A merenda
era o café
E o
povo não tinha fé
De
uma vida segura.
Mas
formou-se na cultura
Patativa
do Assaré.
Mundim
do Vale.