MUNDIM NA ALA DOS POETAS.
A nossa ala foi nomeada de ala dos poetas. Melhor teria sido ala dos Souzas, porque tinha quarenta por cento de Sousas poetas; Nonato Souza, Cláudio Souza e Souza Sobrinho.
Eu fiquei ao lado da poetisa Claude Bloc, fazendo assim mais um contraste da nossa cidade. Eu até falei para a poetisa que aquela situação causava uma desarmonia para a nossa ala, mas ela muito brincalhona disse que estava alí para me oferecer segurança. Eu ainda questionei o desequilíbrio da altura e ela me disse que eu fosse pegar as pernas de paus do palhaço para equilibrar.
Para piorar a situação, uma prima minha invadiu a avenida gritando:
- Ei Mundim! Tí Pedo sabe qui tu tá pinotando carnaval no mei do povo grande?
Na parte da frente onde estavam os Souzas, eu verifiquei que Nonato avançava e Souza Sobrinho recuava, causando uma distorção. Abordei Sousa dizendo:
- Sousa vocês estão acabando com a escola, você tá desfilando na divangoê e Nonato na divangoá.
Souza reagiu me perguntando:
- E o que é divangoê e divangoá?
- Vá perguntar a Claude Bloc ou a Fafá Bitu, que eu não sei não.
Na chegada da lagoa o poeta Sávio botou a viola no saco e foi embora. Em seguida Cláudio, Nonato e Souza fizeram a mesma coisa. Depois foi a vez da poetisa.
Só eu foi que não botei a viola no saco, fiquei com a escola até o dia seguinte, quando fomos levar os carros alegóricos da lagoa até o barracão dançando samba.
No próximo carnaval eu não quero desfilar mais não. Só assim eu vou poder ver a minha escola na sua total beleza.
Parabéns para a diretoria e os integrantes da M.I.S.