Mundim do Vale x Tarcísio Coelho.
Mundim:
Caro poeta Tarciso
Seu verso tem qualidade,
Não sei se sou seu parente
Mas sou da mesma cidade,
Da minha parte eu garanto
Que há uma afinidade.
O seu verso faz lembrar
As coisas da nossa terra,
Uma festa de São João
E a cabra quando berra,
O Riacho do Machado
E o sítio Aba da Serra.
Lembra Margarida Costa
Que acho que é sua prima,
Lembra Pedro Severino
Que era muito bom de rima,
Lembra do sítio Olho Dágua
Onde tem o melhor clima.
Lembra de Neco Rogério
E da minha avó Maria,
Dona Maria Correia
E do doido Anania,
Provoca a sua saudade
Pra voltar aqui um dia.
Quando vier na ribeira
Passe no Canindezinho,
Vá até as Quatro Bocas
Depois no Juazeirinho,
Se não tiver apressado
Tome um café com Heldinho.
Tarcísio Coelho:
Caro Poeta Mundim
É grande a satisfação
De ver um poeta afamado
Me dando sua atenção
Por isso muito obrigado
Te digo de coração
Nasci lá na Aba da Serra
Onde corre o Machado
Sou filho de Mané Costa
E ao mundo fui jogado
Hoje estou no Marajó
Onde o Pará é o Estado
Margarida a minha Tia
Que o bom Deus a levou
Deixou três queridos primos
Na terra que muito amou
Dionísio Neto, Eimar
E o Costa que é Doutor
De tudo o que falou
Senti muita saudade
Pois amo a Várzea Alegre
Minha querida cidade
Embora criado em Cedro
Até dezoito de idade
Quando um dia ai voltar
Quero o poeta conhecer
Pra trocar algumas prosas
E umas poesias fazer
Também tomar cafezinho
e doce de leite comer
Ao encontrar o Morais
Nosso primo de valor
Mande o meu forte abraço
Me fazendo este favor
E diga que quando puder
A nossa Várzea Alegre vou
Abraços aos conterrâneos.