E ELE DISSE
O
QUE?
Da
Várzea Alegre histórica, nós não devemos esquecer do Poço do Sr. Abel. O poço
ficava localizado nas margens do Riacho do Machado, no sítio Grossos. Aquele
poço além do banho, funcionava também como lavanderia coletiva, para a
comunidade da Betânia.
Certa
vez surgiu uma conversa de que Sérgio de Raimundo de Freitas costumava ficar
escondido nas moitas para olhar as mulheres no banho. Quando o boato chegou
na Betânia, gerou uma revolta nos
moradores. Sá Nem tomou as dores para si, dizendo que ia tomar satisfação com o
garoto.
Escolheu
um dia de sábado que era mais movimentado por conta da feira semanal.
Aquela
senhora foi até o mercado velho e ficou posicionada na esquina da bodega de
Expedito de Ouro, onde hoje funciona a loja de Raimundo de Biliu. Sá nem ficou
olhando para os dois lados esperando a chegada do menino. De repente ela
escutou a cantiga que ele usava para atrair os clientes dos pirulitos que
vendia:
“
Pirulito americano
Quem
tem dente chupa cana
Quem
não tem come banana “
Sá
Nem olhou na direção do poente, quando viu Sérgio dobrando a esquina do motor, hoje o mercadinho de Zé de Corina.
Partiu na direção de Sérgio, já com o dedo levantado e gritando em toda altura:
-
Menino mal criado! Filho sem pai!
Naquele
momento o pessoal da feira aproximou-se para saber o que estava acontecendo e
Sérgio ficou passivo sem dizer uma única palavra.
Ela
continuou com a ofensa dizendo:
- É
nisso que dar menino criado em ponta de rua.
O
número de pessoas aumentou e ela deu sequência nos seus adjetivos:
-
Cabrito sem vergonha. Moleque tarado!
Sérgio
sem nenhum argumento de defesa, olhou para ela na maior cara de pau e falou:
- E
ELE? O QUE FOI QUE DISSE COM A SENHORA?