VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Causos lá de nós - Por Mundim do Vale.

ORDEM  É  ORDEM!

Quando chegou o sinal de televisão em Várzea Alegre – Ceará, Antônio Rolim foi até a cidade do Crato e comprou um televisor. Um funcionário da loja veio com ele para fazer a instalação da antena. O técnico exigiu um auxiliar e Antônio contratou Araújo, que fez o trabalho mais pesado, enquanto o técnico fez apenas a ligação dos terminais do cabo na antena e no televisor.
Logo depois outras pessoas compraram televisores e o instalador era sempre Araújo. O pessoal já o tratavam por Araújo da televisão.
Tão grande era o status de dele. Que uma vez Brandão chegou até ele e pediu:
- Araújo, nego véi,veja se você arruma pra eu ir tocar bandolim na televisão.
Araújo do alto da sua importância respondeu:
- Eu vou pensar no seu caso.
Já com muitos clientes Araújo mando Zé Mouco fazer uma escada no capricho.
Certa vez o cabo Jurandir precisava fazer  um reparo na fiação da rádio e pediu a escada emprestada. Araújo emprestou mas quando precisou teve problemas para receber a sua escada.
Ele foi até a rádio e falou:
- Cabo Jurandir eu vim buscar a minha escada!
- A escada eu só entrego com a ordem!
- Mas a escada é minha!
Mas eu só entrego com a ordem!
Araújo saiu desgostoso e foi falar com Antônio Rolim no armazém:
- Ontõe. Donde já se viu uma coisa dessa? O cabo Jurandir pidiu a minha escada imprestada e agora não quer me entregar.
- E ele não entrega porque? A escada não é sua?
- É. Mais ele dixe qui só mintrega cum a orde.
- Pois eu vou mandar Inês com você para trazer a sua escada.
Inês foi com Araújo e voltou dizendo que o cabo tinha dito que só entregava com a ordem.
Antônio pegou um pedaço de papel de embrulho e escreveu a ordem nesses termos:
- Cabo Jurandir, entregue a escada de Araújo imediatamente, até porque é um instrumento do trabalho dele.
Araújo foi com o papel e o cabo fez primeiro um ritual até que  resolveu ler. Quando terminou a leitura falou:
- Agora sim eu vou entregar, porque você trouxe a ordem. E ordem é ordem.
Araújo levou a escada e uma semana depois o cabo Jurandir chegou falando pra ele:
- Araújo eu vou precisar da sua escada novamente.
- Eu só empresto cum a orde!
- Ordem de quem? A escada não é sua?
- É. Mais tem qui vim a orde de São Reimundo Nonato. ORDE É ORDE.

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