Carta de minha Vó - Cândido Rolim
Descontadas as nuanças particulares, lugares, mimos e recomendações hoje talvez inalcançáveis e que envolvem a correspondência de 1952 enviada por Antônia (minha avó) a Glorinha (minha mãe), chama a atenção e ainda me cativa a grandiosidade desse imperativo da derradeira linha – “Sê feliz!”.
“Várzea-Alegre, 21 de junho de 1952
Bôa filha Glorinha,
Deus te abençôe
Recebi tua cartinha que estou respondendo.
Fiquei ciente dos teus dizeres e estou ansiosa pela tua próxima chegada.
Quanto aos dizeres da carta de teu pai com relação ao teu estudo, não te preocupes que bem sabes que são asneiras “daqueles momentos de fraqueza”.
Hôje estou me arrumando para ir para a “Furquilha” e lá esperar-lhe-ei. Deverás descer no “Mocotó” em casa de André.
Se a falta de transporte não puderes vir antes do dia 28, me aguarde pela companhia da Mª de Lourdes que nessa referida data achar-se-á aí afim de fazer uma visita a N. S. de Fátima.
Recebe abraços dos teus manos.
Teu pai te abençôa enviando saudades.
Sê feliz
Tua mamãe – Tonha.”