Aos amigos e
familiares do Mestre Pedro Souza.
Aos
familiares e amigos do Mestre Tim.
A Escola de
Samba Unidos do Roçado de Dentro.
A escola de
samba Mocidade Independente do Sanharol.
Aos meus
conterrâneos da terra do arroz.
A todos
aqueles que apreciam poesia matuta e forró do sertão.
Raimundinho
Piau.
UM ENCONTRO DE POETAS.
Já
vai fazer quinze anos
Que
Pedro Souza Partiu
Não
estava nos seus planos
Mas
foi Deus quem decidiu.
Foi
ao encontro dos seus pais
Do
amigo João Morais
E do
Colega Bié.
Depois
pediu a São João
Para
ser o anfitrião
Do
poeta de Assaré.
Pedro
foi o tocador
Mestre
Tim o zabumbeiro
Luís
Sérgio o cantor
E
Morais o triangueiro.
Fizeram
por brincadeira
Batizado
na fogueira
Como
em noite de São João.
Patativa
até falou:
-
Parece que eu estou
De
volta no meu sertão.
Pedro
abriu a concertina
São
José achou bonito
Chegou
Santa Liduina
Pediu
pra tocar bendito.
Pedro
tocou num segundo
O
hino de São Raimundo
Com
a maior perfeição.
Depois Pedro perguntou
Como
o poeta deixou
O
seu querido sertão.
Sofre
muito o meu sertão
Lá
só se fala em Fortal
E na
próxima eleição.
Já
tão visitando o povo
Falando
em projeto novo
Mas
só da boca pra fora.
São
todos do mesmo jeito
Depois
que termina o pleito
Pegam
o beco e vão embora.
Só
tou fazendo essa crítica
Porque
sou do Ceará
Mas
conversa de política
Não
tem nas bandas de cá.
Porém
trago novidade
O
assunto na cidade
É a
Banda Zabumbando.
Seus
filhos Júnior e Nonato
Todo
dia tem contrato
E
tão danado Gravando.
Pedro
Sousa perguntou
Ao
poeta em seguida
O
que foi que ele achou
Daquela
sua acolhida.
Ele
disse: - Pedro Sousa!
Vou
lhe dizer uma coisa
Gostei
da recepção.
Pareceu
com o Juazeiro
Quando
tem muito romeiro
Do
Padim Ciço Romão.
Do
melhor dea nossa terra
Aquela
boa festança
Do
forró de pé de serra.
Tudo
que você gostava
Eu
também apreciava
Por
ser da nossa raiz.
Onde
tiver sanfoneiro
Triangueiro
e zabumbeiro
Eu
fico muito feliz.
O
sertão tinha nós dois
Como
o sapato e o pé
Você
na terra do arroz
E eu
no meu Assaré.
Trabalhamos
no roçado
Com foice,
enchada e machado
No
ramo da agricultura.
Nas
minhas folgas eu rimava
Nas
suas você tocava
Incentivando
a cultura.
Eu
sei que lá nós deixamos
Um
pacote de saudade
Mas
aqui nós encontramos
A
grande felicidade.
Aqui
só tem alegria
É
como a segunda via
Da
vida do cidadão.
Mas
se São Pedro dormir
Nós
dois podemos fugir
Pra
ir bater no sertão.
Mundim
do Vale.
V.
Alegre - Ceará