Ceguinho
anônimo:
Já
tive muito prazer,
Hoje
só tenho agonia!
Não
sinto porque sou cego,
Eu
sinto é falta de guia !
Quando
mamãe era viva,
Eu
era um cego que via !
Manoel
Chudu:
Minha
mãe que me deu papa,
Deu-me
chupeta e consolo,
Deu-me
leite, deu-me bolo,
Doce
bolacha e garapa;
Certo
dia, deu-me um tapa,
Mas
depois, se arrependeu…
Deu
um beijo onde bateu,
Esquecendo
a ingratidão:
Quem perdeu mãe, tem razão
De
chorar porque perdeu !
Hélder França:
Uma
mãe é tão divina,
Que
a própria rima ensina
Que
só existe uma mãe.
Uma
mãe rima não tem,
Pois
a mãe só rima bem
Se a
rima for mão com mãe.
Minha
mãe é parecida
Com
uma pombinha branca,
Já
cansada da viagem,
Em
toda sombra descansa;
Depois
de oitenta anos,
Mamãe
parece criança.
Estão
vendo essa velhinha
Toda
envolvida num manto,
Com
os olhos rasos dágua,
Tomando
banho em seu pranto?
Cantava
quando eu chorava,
Hoje
chora quando eu canto !
Quando,
pra mamãe, eu canto,
Sempre,
sempre me comovo;
Quando
ela ri para mim,
Parece
dizer ao povo:
“
Depois dos oitenta anos,
Tornei-me
nova de novo !”
Mundim
do Vale:
Mãe
abençoada flor
Carinhosa
e perfumada,
Que
nasceu determinada
Para
conduzir amor.
Se o
filho sente uma dor
Ela
fica de vigia,
Rogando
a Virgem Maria
Que
transfira a dor pra ela.
Ficando
de sentinela
Durante
a noite e o dia.
Nessa
data abençoada
Peço
a Deus inspiração,
Para
fazer alusão
A
pessoa mais amada.
Mãe
que está preparada
Pra
carregar sua cruz,
Na
hora de dar a luz
Suportando
tanta dor.
Mãe
que recebeu amor
Da
santa mãe de Jesus.
Minha
mãe fazia a janta
Em
seguida uma oração,
Depois
repartia o pão
Como
se fosse uma santa.
Não
sei se ainda canta
Os
benditos da igreja,
Só
me lembro da peleja
De
me fazer decorar.
Mas
um dia hei de cantar
Com
ela, onde ela esteja.