No
ano de 2001, eu fazia um trabalho com o poeta Souza Sobrinho, no bairro São
Cristóvão aqui em Fortaleza, quando o poeta me entregou esse mote pedindo para
que eu desenvolvesse e assim o fiz.
Dedicado aos familiares do saudoso poeta Souza Sobrinho.
SÓ
POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO
TRISTE SOZINHO E SEM AMOR.
Não
existe no mundo alguém feliz
Tendo
feito outro alguém muito sofrer
Se o
desprezo de fato acontecer
Quem
pratica será um infeliz.
O
vigário da igreja é quem diz
Que
perdão é quem salva o pecador
Mas
eu fui negligente e predador
A um
bem que de mim se aproximava.
SÓ
POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO
TRISTE SOZINHO E SEM AMOR.
Eu neguei
um carinho a quem me deu
Dispensando
um sincero sentimento
Fui
cruel, orgulhoso e avarento
Com
a pessoa que por mim tanto sofreu.
Pois
agora o cupido me esqueceu
Sou
apenas um eterno sonhador
No
amor quem vacila é perdedor
E eu
perdi quando o jogo começava.
SÓ
POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO TRISTA
SOZINHO E SEM
AMOR.
Rejeitei
simpatia e amizade
Por
ter sido infantil e imaturo
Semeei
solidão para o futuro
Com
o adubo da infidelidade.
Hoje
o que sinto é só saudade
Dos
abraços apertados com calor,
De
um beijo trocado pela flor
Que
era feto por quem me adorava.
SÓ
POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO TRISTE
SOZINHO E SEM
AMOR.
Fiz
chorar quem devia está sorrindo
Desprezei
a quem tanto me queria
Pois
eu era feliz e não sabia
Nem
notava o que alguém tava sentindo.
Quando
vi a pessoa desistindo
Procurei
ser pra ela um protetor
Só
faltei colocá-la num andor
Mas
não era promessa o que faltava.
SÓ
POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO TRISTE
SOZINHO E SEM
AMOR.
Pela
crise que hoje estou passando
Reconheço
que já fiz alguém passar
Quem
abusa do direito de amar
Chega
o dia de sofrer sem tá amando.
Passa
o dia e a noite lamentando
Perde
o tato, a visão e o sabor
Hoje
eu sou um enfermo de uma dor
Que
a outra pessoa eu causava.
SÓ
POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO TRISTE
SOZINHO E SEM
AMOR.
Nunca
foi de costume eu ficar só
Nem
mesmo nas quermesse da igreja
Tinha
sempre uma jovem na peleja
Para
eu não ficar no caritó.
Era
sujo de batom meu paletó
Que
invejava qualquer conquistador
Hoje
sou apenas um contador
De
uma história que antes não cantava.
SÓ
POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO TRISTE
SOZINHO E SE
AMOR.
Quem
não sabe um amor considerar
Vai
pagar pelo erro a vida inteira
É a
volta do cipó de aroeira
No
espinhaço de quem mandou dar.
O
que fiz aqui mesmo vou pagar
Sem
direito nem mesmo a um defensor
O
Cupido é meu próprio acusador
E no
passado eu com isso não contava.
SÓ
POR TER DESPREZADO QUEM ME AMAVA
VIVO TRISTE
SOZINHO E SEM
AMOR.
Mundim
do Vale.