ZÉ DE LULA EM FORTALEZA
Para; Pirocha, Cai da Rede e Demontiê Batista.
- Bitu mais Demontiê
Levaro eu pra Furtaleza
Quera mode eu conhecê
O qui tinha de beleza.
Vi muita coisa bunita
Mais tombém vi isquisita
Qui num vejo puraqui.
Mostraro computadô
Navi e alevadô
E o tá de iguatemí.
- Foi no tá de chope cente
Adonde eu vi exagêro
Lá se via muita gente
Parecia um fuimiguêro.
Era gente indo e vortando
Eu me alembrei de quando
Era tempo de inleição.
Queu via o povo avexado
Correndo pra todo lado
A precura da seção.
- Levaro eu pum lugá
Quera só água e areia
Dava até pra vadiá
De toca e galinha cheia.
“Eita” Qui açude bom
Maió qui o de Zé Dondom
E num tem parede não.
Mais cum toda aquela água
Eu num vi galinha dágua
Marreca nem méiguião.
- Lá na torre quixadá
Achei aquilo uma arte
Quando a gente chega lá
Roda qui nem galamarte.
Num sei quem tá impurrando
Mais a gente vai rodando
Sem nem sabê cuma é.
Me alembrei da terra minha
Qui dia de festa tinha
Zé Júlio cum carrossé.
- Ninguém lá me cunhecia
Nem me chamava de Zé
Passei mais de cinco dia
E num arrangei muié.
Se uma oiava pra mim
Já ia dizendo assim:
- Me perdoe num tem trocado.
- Eu oiava cum tristeza
Pruquê vi im furtaleza
Um povo maleducado.
- Uma hora eu intertido
Me afastei de Bitu
Notei qui tava pirdido
Lá no bairro Papicu.
Chegou lá uma muié
Me disse: - Calma José
- Qui o seu amigo eu acho.
- Me levou lá pum lugá
Começô a me agarrá
Adispois virou um macho.
Lá na rua Conde Deu
Eu vi Pirocha e Mundim,
Mais fizero pouco deu
E nem olharo pra mim.
Quando eles vié pra cá,
Querendo vazalegrá
Vão recebê o meu troco.
Eu vô pru bá de Chapada
Seles chegá na entrada
Eu vô dá é um cotoco.
Mundim do Vale.
- Pois é purisso qui digo
Vazalegue é meu lugá
Quem quiser sê meu amigo
Nunca mais leve eu pra lá
A Furtaleza é bacana
Mais tem lá gente sacana
Qui num tem no meu torrão.
Eu fiz lá a dispidida
E inquanto eu tivé vida
Num piso aculá mais não
Mundim do Vale