VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

O VELHO CINE ODEON

Para; Edmilson e Joemilton Martins.

Eu me lembrei com saudade
Do velho Cine Odeon
Que animava a cidade
E passava filme bom
Edimilson anunciava
Joemilton projetava
O filme e um seriado
Socorro vendia ingresso
Militão dava o acesso
Pra quem era viciado

Quando a fita se quebrava
Era a maior confusão
A galera assobiava
E dizia palavrão
Waldefrance com a lanterna
Controlava a baderna
Pra seção continuar
Mas no meio do aperreio
Botava um filme no meio
Antes do outro acabar

Tinha filme de cigana
De Alcapone e de Ringo
Nós esperava a semana
O programa do domingo
Aquele lugar enchia
O cinema não cabia
Os meninos da cidade
Tinha lá muita atração
Charada e adivinhação
Sorte em seu bolso a vontade.
  
Nós ia para o programa
Mas de nada esquecia
No bolso ia nó de cana
E casca de melancia
Levava botão e selo
Também grampo de cabelo
Até pião de xadrez
Edmilson lá do palco
Pedia um tubo de talco
Subia dois de uma vez

Para o filme lá chegar
Não tinha uma linha reta
Waldefrance ia buscar
Em cima da bicicleta
Pedalando na ribeira
Com aquela tremedeira
No Cedro não demorava
Porque na volta queria
Dar um abraço em Bibia
Com quem ele namorava

Quando na rua apontava
A meninada corria
Todo mundo perguntava
Que filme ele trazia
Ele dizia cansado:
- Hoje veio o seriado
Dos perigos de Niôka
Veio um caubói verdadeiro
Que tem nele um pistoleiro
Que só atira na boca

No cinema tinha um som
Para o filme anunciar
Foi um tempo muito bom
Gosto sempre de lembrar
Não precisava de apelo
Para ouvir Cely Campelo
Cantando “Banho de lua “
Tinha música apaixonada
De rapaz pra namorada
Que escutava na rua

Tinha sempre freguês certo
Que não perdia uma parte
Zé Moco e o Sr. Alberto
Mais Araújo e Ricarte
Em frente tinha o café
De Dona Helena e José
Que não esqueço da cena
Quando um freguês lá chegava
Zé Perreira já gritava:
- Traz café a um Helena

Assisti “Dólar furado”
E “A ponte do rio kwai “
O caubói ferrando o gado
Que da lembrança não sai
Tinha fitas engraçadas
Como as velhas chanchadas
Que tinha tudo de bom
Só mesmo quem conheceu
Curtiu assim como eu
O VELHO CINE ODEON

Mundim do Vale.
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