A CASINHA DA
VAZANTE.
Dedicado a Antônio Morais e Magnólia Fiuza
Vazante,
muda teu plano!
Tu
tá ficando orgulhosa,
Não
lembra dona Mimosa,
Nem
Zé Bezerra e Caetano.
Porém
eu não desengano
Minha
lembrança é constante
Lembro
o cachorro Gigante
Que
latia no portão,
Quando
chegava um irmão
NA CASINHA DA VAZANTE.
Não
tinha ainda energia
A
luz era lampião,
Era
de lenha o fogão
Mas
pra nós ele servia.
Lá
da sala a gente via
Meia
dúzia de avoante
Penduradas
num barbante
Para
fazer a mistura.
Para
nós tinha fartura
NA CASINHA DA VAZANTE.
Um
galo na cumeeira
Cantava
de madrugada,
Bem
no centro da calçada
Um
banco de aroeira.
No
corredor Cantareira
Com
água fria bastante
E na
sala uma estante
Onde
a minha mãe guardava
Os
livros que ensinava
NA CASINHA DA VAZANTE.
A
casinha era de frente
Ao campo
do Juremal,
De
lado tinha um curral
Com
uma vaca somente,
Mas
tinha leite pra gente
E
para algum visitante
Que
demorasse um instante
Para
poder descansar
E
com a gente conversar
NA CASINHA DA VAZANTE.
Casinha
que teve glória
Nas
debulhas de feijão,
Nos
festejos de São João
Deixou
pra nós uma história.
Gravei
na minha memória
O
seu lugar cativante,
Mas
que hoje está diante
Desse
progresso imposto.
E
assim perdi o gosto
DA CASINHA DA VAZANTE.
Termino
aqui esta rima
Com
vontade de chorar,
Quando
pego a me lembrar
Da
casa da minha estima.
Era
muito bom o clima
A
casa era aconchegante,
E
aquele tempo importante
Não
tem como repetir,
Para
eu voltar a curtir
A CASINHA DA VAZANTE.
Mundim
do Vale.