VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.



A CASINHA  DA  VAZANTE.

Dedicado a Antônio Morais e Magnólia Fiuza

Vazante, muda teu plano!
Tu tá ficando orgulhosa,
Não lembra dona Mimosa,
Nem Zé Bezerra e Caetano.
Porém eu não desengano
Minha lembrança é constante
Lembro o cachorro Gigante
Que latia no portão,
Quando chegava um irmão
NA CASINHA DA VAZANTE.

Não tinha ainda energia
A luz era lampião,
Era de lenha o fogão
Mas pra nós ele servia.
Lá da sala a gente via
Meia dúzia de avoante
Penduradas num barbante
Para fazer a mistura.
Para nós tinha fartura
NA CASINHA DA VAZANTE.

Um galo na cumeeira
Cantava de madrugada,
Bem no centro da calçada
Um banco de aroeira.
No corredor Cantareira
Com água fria bastante
E na sala uma estante
Onde a minha mãe guardava
Os livros que ensinava
NA CASINHA DA VAZANTE.

A casinha era de frente
Ao campo do Juremal,
De lado tinha um curral
Com uma vaca somente,
Mas tinha leite pra gente
E para algum visitante
Que demorasse um instante
Para poder descansar
E com a gente conversar
NA CASINHA DA VAZANTE.

Casinha que teve glória
Nas debulhas de feijão,
Nos festejos de São João
Deixou pra nós uma história.
Gravei na minha memória
O seu lugar cativante,
Mas que hoje está diante
Desse progresso imposto.
E assim perdi o gosto
DA CASINHA DA VAZANTE.

Termino aqui esta rima
Com vontade de chorar,
Quando pego a me lembrar
Da casa da minha estima.
Era muito bom o clima
A casa era aconchegante,
E aquele tempo importante
Não tem como repetir,
Para eu voltar a curtir
A CASINHA DA VAZANTE.

Mundim do Vale.
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