VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

ARRIBA BRASIL! - Por Mundim do Vale.



Eu e o Muchacho Diogo, torcendo pela seleção brasileira, na copa mundial do ano de 1986.
O sombrero foi presente de um torcedor do México, que já estava fora da copa.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Curiosidades: São Raimundo Nonato, padroeiro das mulheres grávidas

A Espanha é o país que mais venera São Raimundo Nonato, lá chamado San Ramón Nonato. As mulheres grávidas são as que mais recorrem a ele. Abaixo, uma das orações mais populares da Espanha, pedindo a proteção de São Raimundo:

Oração para um parto feliz

Oh! santo padroeiro, San Ramon Nonato, modelo de caridade aos pobres e necessitados, aqui estou eu, deitada a vossos pés para, humildemente, implorar a sua ajuda nesta minha necessidade. Como sua maior alegria foi ajudar aos pobres e necessitados da terra, ajude-me, peço-vos, ó glorioso San Ramon, nesta minha aflição. A vós, oh glorioso protetor, vim para que abençoe a criança que carrego em meu ventre. Proteja-me a mim e ao filho do meu coração agora e na hora do nascimento que se aproxima. Em troca, prometo educar meu filho de acordo com as leis e mandamentos de Deus. Escuta a minha oração, meu protetor amoroso, San Ramon, e me faça a feliz mãe desta criança que, espero, possa dar à luz através da sua poderosa intercessão. Amém.

(Tradução e postagem: Armando Lopes Rafael)
Blog do Sanharol

segunda-feira, 16 de junho de 2014

LEMBRANDO LUIS VIEIRA - Por Mundim do Vale.

LEMBRANDO  LUIS  VIEIRA.     

Nós varzealegrenses, lembramos com saudades de Luis Vieira ( Dirrim ) Meu primo Legítimo e irmão adotivo, morou na nossa casa até quando casou com Louzinha.
No ano de 1955, Dirrim e o meu pai plantaram duas tarefas de arroz no baixío da Vazante. Eu ainda com nove anos ajudei na atividade de espantar os pássaros e tirar o mato dos pés de arroz, para assim poupar as colunas do meu pai e de Dirrim.
No ano de 1961, meu irmão Luis Sérgio adoeceu e Luis Vieira aproximou-se da rede onde ele estava.
 A mInha mãe querendo testar a consciência do filho, perguntou:
- Sérgio. quem é esse homem?
Sérgio mais que consciente respondeu:
- Esse daí não é um homem, esse daí é Dirrim.
Depois do casamento de Luis Vieira eu disse uma brincadeira com os dois:
- Quando Dirrim morrer, Louzinha vai chorar dizendo assim:
Oh meu Deus! Morreu Dirrim!
Aconteceu o contrário, Deus levou Louzinha antes de Luis e assim Luis ficou sendo pai e mãe dos seus filhos, que foram muito bem criados.
São boas as lembranças de Luis Vieira.Quem não lembra daquela boa linguiça caseira feita por ele, para servir de merenda nos finais de festas do Recreio Social?

CAUSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

VENTO  GENEROSO.

Citar nesse causo, Zé Bitu da Bodega, é para mim motivo de muita alegria, mas ao mesmo tempo um tanto difícil, por não ter como separar a sensatez e o equilíbrio daquele cidadão, das respostas justas paras as perguntas tendenciosas que alguém lhe fizesse.
Pois bem;
As Quatro Bocas é uma localidade na cidade de Várzea Alegre – Ce, onde ficava a usina Diniz e a bodega do meu homenageado. Por ter nas Quatro Bocas como o nome já diz, quatro aberturas, a ventania lá era maior do que em outros lugares.
Os funcionários da Usina Diniz, costumavam ficar a espera das alunas do Colégio São Raimundo, porque naquela passagem o vento levantava as saias das garotas.
Teve um dia que o vento estava mais generoso com os funcionários  e foi aquela festa.
Logo depois da passagem das meninas, Raimundo de Madalena foi comprar cigarros na bodega de Zé Bitu e comentou com o proprietário:
- Ou ventim bom. Né não Seu Zé Bitu?
O Senhor José Bitu com a presença de espírito de que era possuidor respondeu:
- Melhor ainda é pra sacudir arroz.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Recordações - Memória Varzealegrense

Carta de minha Vó - Cândido Rolim

Descontadas as nuanças particulares, lugares, mimos e recomendações hoje talvez inalcançáveis e que envolvem a correspondência de 1952 enviada por Antônia (minha avó) a Glorinha (minha mãe), chama a atenção e ainda me cativa a grandiosidade desse imperativo da derradeira linha – “Sê feliz!”.


“Várzea-Alegre, 21 de junho de 1952
Bôa filha Glorinha,
Deus te abençôe
Recebi tua cartinha que estou respondendo.
Fiquei ciente dos teus dizeres e estou ansiosa pela tua próxima chegada.
Quanto aos dizeres da carta de teu pai com relação ao teu estudo, não te preocupes que bem sabes que são asneiras “daqueles momentos de fraqueza”.
Hôje estou me arrumando para ir para a “Furquilha” e lá esperar-lhe-ei. Deverás descer no “Mocotó” em casa de André.
Se a falta de transporte não puderes vir antes do dia 28, me aguarde pela companhia da Mª de Lourdes que nessa referida data achar-se-á aí afim de fazer uma visita a N. S. de Fátima.
Recebe abraços dos teus manos.
Teu pai te abençôa enviando saudades.
Sê feliz
Tua mamãe – Tonha.”

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Memória e História - Memória Varzealegrense

NOSSA  HISTÓRIA  PASSOU  POR  ESSE  LOCAL - Fátima Bitu

Sinto saudades da calçada da Major Joaquim Alves, as crianças brincando tranquilas na rua, a passagem de Dr. Osvaldo (dentista), Dr. Lemos (médico), as enfermeiras Dona Geni, Dona Ceci e Dona Dulce (ah como eu temia a famosa vacina no posto da praça Santo Antônio!!). 

O educandário Santa Inês, Dona Eliza Correia, o período da Quaresma, a Via Sacra, a matraca, ninguém ouvia o sino tocar, era Semana Santa. 

Meus pais José Bitu e Vicentina recebiam seus afilhados e também levavam a gente para visitar nossos padrinhos. A passagem de Dona Santana do alfinim, o carteiro (hoje não se escreve mais assim), a chegada do ônibus lá em Sr. Zé de Ginu, Sr. José Belo com a revista Cruzeiro, a gente devorava aquela revista, os folhetins com nossas músicas prediletas, nada de televisão, pc, mp3, celular. 

O cine Odeon começava a programação ás 16 horas, então ouvia-se música de qualidade, o locutor anunciava o filme da noite. Os flertes na pracinha, os namorados no cinema, a fogueira de São João, os leilões,a chegada do famoso PARQUE LIMA, a novena, a procissão, a salva, as quermesses, o palhaço da perna de pau anunciando o circo que chegara. 

Não havia shopping, "drive tru", a gente comprava na bodega e anotava na caderneta e todo mundo pagava. Nada de cartão de crédito, Mac Donald. Havia os cafés, os doces, as tertúlias (nada de mp3) era tudo na radiolinha. 

E as serenatas? Até lembro do chiado da agulha no velho long-play de Tim Maia que a gente curtia tanto! A gente tinha bem menos e era bem mais feliz.

Deixo claro aos que não vivenciaram a época que é uma saudade bem minha, ninguém tira e que tenho orgulho da Várzea Alegre moderna. Ninguém me tira essa saudade.

Fátima Bitu

                                      

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Nossas Histórias - Memória Varzealegrense

DOIDOS PITORESCOS DE VARZEA-ALEGRE - Antonio Gonçalo de Sousa

Às vezes fico pensando que no meu tempo de criança as cidades conviviam melhor com os seus doidos (dizem que de louco, todos temos um pouco), já que eles integravam e participavam do dia-a-dia das pessoas. Penso até que o tipo de terapia adotado hoje em dia seja o ideal, e não a reclusão, o internamento, o isolamento da família e da sociedade, como era adotado à época. Contudo, apesar de trágico, a ausência daqueles personagens nas ruas parece deixar uma certa nostalgia. Ou é o sentido masoquista do ser humano que fala mais alto? O certo é que quase não os vemos mais nas ruas; a não ser nós mesmos, os loucos do cotidiano urbano.

Fiquei aqui pensando nos “Doidos” que Marcaram a minha infância e toda aquela nossa geração. Interessante! Foram muitos. Eita! Será que tô no meio deles? Quem sabe! Então comecei a recordar de alguns deles: Afonso Carro, Véio do Jibão, Antônio do Vige (essa era a pronúncia mesmo) Luiza Alexandre, Barba Azul, Anchieta, Antônio André, (esse passou muitos anos confinado, depois recuperou-se. (Ficou bom).   
Afora outros tantos, que passaram por crises, mas ficaram anônimos pelo auxílio imprescindível dos familiares. Inclusive, alguns meus parentes próximos e amigos, que as famílias  chegaram a manter acorrentados em casa mesmo.
  
Do “Antonio do Vige”, apesar de quase nunca tê-lo visto, eu e todo menino, tinha medo. Era, pelo que me lembro, o que nossas mães do Sanharol mais se utilizavam para apaziguar os ânimos exaltados dos meninos sapecas.  As mães mantinham esses personagens como que arquivados na memória, para dispersar a atenção de algum  filho  que fizesse uma traquinagem ou mesmo um pedido “indesejável  e impossível de ser atendido.
“Lá se vem  Antônio do Vige.... Se você não pegar no sono agora mesmo, ele vem lhe pegar”. Era o suficiente para o cabra se safar e fechar logo os olhos com medo do doido aparecer de repente........    
“Chica do Rato”, gritavam os meninos ou até mesmo grandalhões interessados em ver o tempo mudar. “Chica do Rato tá debaixo da saia da tua M...... F. D. P.” respondia ela imediatamente. Saía descendo e subindo calçadas, como que oxigenada pela fúria daquele destempero  que haviam lhe imposto. Mas, também deixava transparecer que se apoderava do apelido para despachar sua insanidade e falta de compreensão do mundo.
“Véio do Jibão”, era descendente da família tradicional que todos conhecemos. Pelo que se sabe, fora acometido por  uma doença na infância (sarampo) e, a partir daí ficou trôpego, falando arrastado e com a visão distorcida (um pouco caraolho). “Fou pekar fossê”. Essa era uma frase emblemática que ele utilizava quando fitava os olhos de qualquer menino que deixasse transparecer que estava com medo dele. Eu, que era more prá xuxu, saia me “pelando”.

O “Barba Azul” era conhecido por sua imensa riqueza. Passava o dia desfilando pelas calçadas de Várzea Alegre, contando as suas dezenas, centenas, milhares  de casas, prédios, terrenos...... Voltava conferindo. da Betânia ao Frejo Velho, do Alto da Prefeitura à Praça Santo Antonio, da Rua do Capim aos Grossos, tudo era dele. Esse, apesar de sua aparência extravagante: cabelos e barba pretos e compridos, roupas supostas umas nas outras e olhar fixo no infinito, não era importunado. Não havia nem alguém para contestar sua riqueza.
  
“Anchieta”, era o louco intelectual. Pelo que se sabe, fora acometido da doença quando estudava no Rio de Janeiro. A inteligência era tanta que, provavelmente tenha se confrontado com a falta de recursos financeiros da família. O seu pai era pobre. Tinha uma pequena oficina de ferreiro bem atrás da Usina de Algodão de Josué Diniz. 
O Anchieta passava horas e horas vagando pelas ruas da cidade. De paletó e gravata, lenço em contraste no bolço, sempre pitando um cigarro. Não falava com ninguém, a não ser com ele mesmo, seu interior, quem sabe, inteiramente confuso. Terminou encarcerado em um pequeno quarto, próximo à oficina do pai. 
Hoje, conheço poucos dessas personagens nas ruas ou nos arredores de Várzea Alegre. Um deles, conhecido por “Suíssa”, tem familiares na Rua Dr. Leandro, mas sua descendência é do Sanharol, mesmo bairro onde eu também nasci e me criei. Inclusive, ainda é meu parente e foi um dos maiores amigos de infância. Ele é magro, cor branca, conversa o que ninguém entende. Aparentemente, deixa transparecer não importunar ninguém. Contudo, uma das estripulias mais utilizadas pelo “Suíssa” é sair às ruas sem roupa. Isso mesmo: totalmente pelado. Dizem que ultimamente também tem se tornado um exímio “paquerador” das mulheres e já chegou até mesmo a importuná-las até na igreja, deixando o padre em apuros.

Antonio GONÇALO de Souza
Sítio Sanharol – Várzea Alegre – CE.

Fonte: Blog do Sanharol

domingo, 1 de junho de 2014

Nosso Vale do Machado - Memória Varzealegrense.

VALE  DO  MACHADO - MUNDIM DO VALE

Nosso verso é uma alusão
No mês dos aniversários,
Aos poetas centenários
Que estão noutra dimensão.
Mas aqui faço questão
De olhar pra outro lado
E deixar bem registrado,
Os poetas que estão vivos
Com seus versos criativos
SOBRE  O  VALE  DO  MACHADO.

Vale que faz alegria
Olhando no calendário
O ano do centenário
De poetas de valia.
Bidim que cantou um dia
Um Martelo Galopado,
Falando do agregado
Que vive sem condição,
Sofrendo pelo sertão
DO  SEU  VALE  DO  MACHADO.

Miguel Ildefonso Lima
Poeta conhecedor,
Que descobriu o valor
Dos astros, na sua rima.
Seu verso foi obra prima
De um poeta estudado,
Que deixou o seu recado
Na cultura popular.
Mas foi preciso deixar
O  SEU  VALE  DO  MACHADO.

Mas pra falar do valor
Não precisa fazer cem,
No Vale teve também
Poeta compositor.
Clementino foi autor
De um hino abençoado
E hoje tá lado a lado
De Deus na eternidade.
Mas sei que ele tem saudade
DO  SEU  VALE  DO  MACHADO.

Lembrar nossos glosadores
É renovar a cultura,
Trazendo a literatura
De poeta de valores.
Mas existem outros fatores
Que precisa ser lembrado,
O fardo é muito pesado
Pra quem tá vivo levar.
Mas um dia eu vou deixar
NOSSO  VALE  DO  MACHADO.

O Dr. Sávio Pinheiro
Tem um propósito de vida,
Sua cidade querida
Tá sempre no seu roteiro.
Devoto do padroeiro
Seu Santo mais venerado,
É um poeta arrojado
E tem o prestígio seu,
Padre Otávio lhe benzeu
COM  AS  ÁGUAS  DO  MACHADO.

Do Vale eu estou ausente
Mas tenho muita lembrança,
Do meu tempo de criança
Brincando muito contente.
Lembro bem daquela enchente
Do rio muito agitado
Que eu tenho sempre  guardado
E vivo sempre a cobrar.
Quero deitar e rolar
NAS  AREIAS  DO  MACHADO.

Mundim do Vale.