JUMENTO SEM TETO.
Antônio de Gustavo e Zaqueu Guedes, viviam em questão por causa de um jumento de Zaqueu, que comia solto num corredor e de vez em quando, arrombava um cerca e passava para a roça de Antônio, para comer o legume.
Depois de várias confusões lá no sítio, o Sr. Acelino Leandro que é primo de Antônio e amigo de Zaqueu, mandou chamar os dois lá na Casa das Máquinas para tentar uma conciliação. Era um sábado dia
de feira, quando primeiro chegou Antônio e logo depois chegou Zaqueu. Acelino mandou que os dois subissem para o seu escritório e perguntou o que estava havendo, Antônio estava bastante nervoso ao contrário de Zaqueu que estava muito tranqüilo. Acelino se portando como mediador, começou a falar:
- Bem pessoal! Eu mandei chamar vocês dois aqui para ver se podemos resolver esse problema sem maiores conseqüências. Vocês são pessoas de bem e não faz sentido uma questão por causa de um jumento.
Antônio mais apressado falou:
- Pois é. Acilino eu num posso deixar qui o jegue desse outro jegue aí, acabe cum meu ligume.
Zaqueu muito mais calmo falou:
- Mais Acilino é pruque eu num tem pasto. O jeito qui tem é o jegue cumer no corredor.
Antônio cada vez mais irritado disse:
- Mais o jegue é seu, leve ele pra cumer no inferno.
- É mió você ajeitar sua cerca, pruque o corredor é do gunverno.
- Apois você vai tirar o jegue nem qui seja dibaixo de bala.
- Mais ontõe pur amor de Deus, adonde é qui eu vou butar meu jumentim prumode ele cumer?
- Guarde ele na sua bunda e Deixe ele cumer lá.
Acelino mandou Zaqueu se retirar e ficou acalmando seu primo enquanto Zaqueu descia para o salão.
Quando passava no salão, Vicente Cesário que se balançava numa cadeira falou:
- Zaqueu! Eu escutei a proposta de Antônio de Gustavo, mas não é melhor tu arranjar outro lugar pra botar o teu jumentim não?