VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Zefilipe - Memória Varzealegrense


José Felipe de Sousa, seu nome completo. Varzealegrense da gema, puro sangue, pela inteligência, alegria de viver, capacidade de trabalho, características de nossa gente. Alvo, de estatura regular, mais para forte do que magro, olhos claros e acesos, de uma loquacidade sem par, prendia a atenção de qualquer um pelo seu jeitão de explanar qualquer assunto.

Hoje, seria um líder sindical, na pior das hipóteses. Com ele não tinha tempo ruim. Se estivesse liso, estaria no seu capital, dizia. Nem dor de dente me tira o gosto de rir. Era outro slogan seu. Analfabeto de pai e mãe, desde nascença – era de uma inteligência primorosa e, nisto, parecia com ferro em fusão que, não irradiando luz, emite o mais forte calor. Prestimoso, bom, honesto e respeitador, com suas brincadeiras e piadas diferia profundamente desta miríade de austeros e circunspectos cidadãos, sob cujas mascaras se oculta a mais vergonhosa falta de vergonha e pudor.

Foi, algum tempo, rapazinho ainda, assistente de Dr. Leandro Correia – acompanhando-o nos chamados, mas era brincalhão demais e o doutor lhe deu as contas. Com as contas algum dinheiro para procurar um novo meio de vida. Viajou, então, para Garanhuns e foi, de imediato, aceito motorista de um médico. Isto, pelas oito da manhã. As onze, já tendo almoçado, eis que surge apresado o patrão, nervoso, o chapéu na cabeça colocado ao contrario – aba caída voltada para trás. Foi entrando, sentando e ordenando: vamos embora, Cearense, que eu estou com pressa. Foi o bastante para o jovem motorista, na maior calma, se virar para o patrão e dizer: Só o senhor dizendo pra onde quer ir. O senhor vai prum lado, e, o chapéu pro outro. A reação foi imediata, o homem não era de gracejos – “Tome seu dinheiro, suma-se de minha vista, vá pro diabo que o carregue". Zefelipe desceu, ele tomou a direção e foi resmungando, seu caminho.

Depois vieram os caminhões e suas historias. Várzea - Alegre se tornou sobejamente conhecida como terra do arroz, de São Raimundo Nonato e de Zéfelipe afamado.



(am)

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