Meu
filho Diogo adotou uma cadela da raça York e batizou com o nome de Laila. Essa
simpatia por cachorros o Diogo tem desde criança, quando ele dizia que era um
cachorro e ainda pedia a sua mãe para amarrar um toçal da sua perna para a
perna da mesa, onde Fátima passava roupas. Ali ele passavas horas latindo como
cachorro.
Uma
vez ele cismou de criar un cachorro no apartamento e não teve quem fizesse ele
mudar de ideia. Eu fui com ele na feira de Parangaba e lá nós adquirimos o
cachorro, que ele batizou de Richer. Quando o cachorro cresceu mais, os seus
latidos eram mais alto e os nossos vizinhos começaram a reclamar. Com muito
esforço eu negociei com ele para levar o cachorro e deixar num sítio no Pecém, onde a gente ia quase
todos finais de semanas. E assim foi feito.
Um
certo domingo nós chegamos lá e o Diogo brincou um pouco com o Richer e depois
foi lanchar. Enquanto ele lanchava o cachorro atravessou a pista, foi
atropelado e morreu.
Nós
combinamos com o caseiro, ele foi lá e enterrou o cachorro e ninguém disse
nada ao diogo. Quando ele sentisse a
falta a gente ia dizer que ele tinha fugido. Mas um filho do caseiro contou
tudo. Diogo ficou calado e a gente esperando ele perguntar pelo cachorro. Quando
foi ao meio dia a minha irmã Rita Maria chegou no sítio com o seu filho Magno.
Diogo não deixou nem ele sair do carro:
-
Magno! O Richer morreu atropelado.
Magno
arregalou os olhos e perguntou:
-
E como foi?
-
O bicho inventou de atravessar a pista sem olhar para os dois lados, aí um
carro atropelou o abestado.
-
Não diga isso com o bichim não, marcho!
Três
anos depois nós viajamos de carona com o meu irmão Luis Sérgio para Várzea
Alegre. Quando a gente passava na região Jaguaribana entre as cidades de Jaguaribe
e Icó, correu ma cachorro grande do mato e não teve como Sérgio evitar o
choque. A pancada foi tão violenta que aquele cão passou por cima do carro,
indo cair morto a uns vinte metros da
traseira do carro.
Nós
descemos para olhar o prejuízo, mas foi pequeno, só fez amassar o
para-choque.Mas o drama maior foi convencer o Diogo que o cachorro estava era dormindo, pois Diogo já se preparava para defender o colega.
Depois
do Diogo convencido, nós fomos entrando no carro, quando eu avistei um sujeito
correndo na nossa direção. Naquele momento eu fiquei preocupado e comentei:
-
Aquele cara é capaz de ser o dono do cachorro.
O
cara passou por nós, foi até onde estava o cachorro, deu um chute na cabeça e
disse:
-
EITA CACHORRO CONDENADO
DA MOLESTA! ACABÔ O CARRO
DO DOTÔ.