VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Versos lá de nós - Memória Varzealegrense

LINGUAJAR CEARENSE - MUNDIM DO VALE

Dedicado a: Flor do Chico e ao primo Morais. 
 
Cearense é exclusivo
Tem seu próprio linguajar,
Se alguém perturba de mais
Ele diz que é impinjar,
Se um amigo come muito
Diz que vai impanzinar.

Na sua linguagem própria
Milho quebrado é xerém,
Um objeto pequeno
Ele chama de terém,
Garganta chama guela
E bunda chama sedém.

Cadeira chama de acento
Guloso de isgalamido,
Casa de taipa é tapera
Conversa besta é moído,
Se um menino é danado
Ele chama de inxirido.

Merenda é quebra jejum
Coisa de segunda, é peba,
Gente gaiata é fiota
Um ferimento é pereba,
Um periquito é guenguém
Venda pequena é bodega.

Alma penada é visagem
Cachaça ruim é fubúia,
Pano de prato é rodilha
Banda de cabaça é cúia,
Urinol chamam pinico
Ruma de fese é túia.

Conterrâneo, é lá de nós
Ir embora é dar no pé,
Gente alta é varapal
Gente baixa é batoré,
Pino de porta é tramela
Faca pequena é quicé.

Moringa chamam quartinha
Rede de lona é tifanga,
Cintura de calça é cós
Serviço pesado é canga,
Chupeta é enganador
E cara feria é munganga.

Gente gorda é lua cheia
Jantar é pegar a bóia,
Não liga, é não faz impém
Plano de quenga é tramóia,
Mão na bunda é sabacu
Sogra ruim é lambiscóia.

Tempero chamam mistura
Valente é chapéu virado,
Se a casa é suja, é mundiça
Homem bom é arretado,
Se é malino é buliçoso
Se tem raiva é enfezado.

Calça cortada é sorongo
Porco novo é bacurim,
O nariz chamam de venta
E gastura é farninzim,
Melancia é tamboroca
Pobre coitado, é tadim.

O zangado é carrancudo
Descuidado é vacilão,
Sendo pouco é um tiquim
Conquistador é ganhão,
Protistuta chamam quenga
Quem falta um trato, é furão.

Cacho de frutas é penca
Bruaca é bolo de caco,
Sem batistério é pagão
Mal pagador é velhaco,
Gente que perturba muito
Dizem que é encher o saco.

Confusão chamam encrenca
Quem fizer bota boneco,
Um ataque é passamento
Que o sujeito dá um treco,
Comida ruim é xué
Seminarista é padeco.

A emboscada é pantim
Criação é miuçada,
Bebê de plástico é calunga
Omelete é malassada. 
Casca de pau é meisinha
E moça virgem é zerada.

Homem rico é estribado
Ganha nome de barão,
Sendo pobre tá pebado
O povo chama pidão,
Moça velha é vitalina
E rapaz velho é capão.

M ostrei o palavreado
U ma coisa exclusiva,
N ada aqui foi inventado
D isso você não duvida,
I ndiquei o leridado
M as não aponto a ferida.

Mundim do vale.
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