VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A ópera da vida - Por Dr. Jose Bitu Moreno

Ontem foi o primeiro dia de abril desse ano de 2007. Ficamos em casa, enquanto lá fora brilhou o sol e os pássaros cantaram até altas horas. Dentro de casa também ouvimos música, e dessa feita foi Carmen de Bizet. Bela ópera, belas melodias, como bela é a vida com seus diversos e misteriosos desígnios. As crianças assistiram pesarosos e excitados o desfecho fatal da ópera. Eu me desloquei do enlevo dado pela beleza que a obra inspira, até à beira do desconforto e da tristeza, aquele negro precipício que às vezes se enxerga quando se debruça na própria alma, ou na arte, ou na beleza superlativa.

Carmen e José morrem a todo instante nesse vasto mundo. Carmen foi a mesma Maria, que um dia Bil matou, por puro ciúme e despeito, sob o sol de meio dia no sítio Inharé, na cidade de Várzea-Alegre, quando ela grávida do terceiro filho, levava comida para o pai na roça. José foi o mesmo que de incontrolável e excessivo amor, ou sentimento de posse, ou não sei que ferida d´alma, matou sua esposa num domingo fatídico, em Marília, e depois se matou ...eu os pude ver no pronto socorro, jogados em macas diferentes, mas por acaso virados um para o outro, e como que mirando-se, no vazio de seus olhos e da existência perdida. Impressionantes os meandros da vida, inescrutáveis seus precipícios, a morte sombreando escandalosamente cada manisfestação vital.

Maria se tornou uma lenda e virou santa para as pessoas da região. De longe se pode ver sua capelinha branca encrustada na serra.

- Carmen um dia existiu, pai? – André me pergunta com uma entonação triste.

Carmen, José, o amor, a vida, a paixão desenfreada, o ciúme, o egoísmo, a fatalidade, a loucura, o instinto homicida...

- Sim, André, um dia Carmen existiu, viveu em Sevilha, na Espanha – Eu lhe respondo com convicção, sabendo que vida e arte são ao final um só corpo, mistura de ficção e realidade. Carmens e Josés vivem e morrem a cada instante dentro de cada um de nós.

Dr. Jose Bitu Moreno.

Fonte: Blog do Sanharol
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