VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

domingo, 19 de janeiro de 2014

056 - Nossas histórias - Memória Varzealegrense

DEU A CABRA 

Já havia chegada em Várzea-Alegre. Ali, como no restante da pátria amada, o jogo do bicho já era conhecido  e todos podiam jogar, livremente, fazer sua fezinha.

José Pinto, esposo de Dona Adélia  Pimpim, pai de Sérgio, Dulceria e Lili, boas criaturas, era o único banqueiro. Eu tinha 09 anos e ia passando. Andando, fagueiro e despreocupado, como todo menino despreocupado e fagueiro. Seu Zezinho cortava uma tiras de cerca de 30 centímetros de alto por 05 de largura, as dividia em dez pedacinhos, e, com  carimbos de cajazeira fazia os dez bilhetinhos de cada bicho. 

Sentindo-me capaz de realizar tal proeza, perguntei se lhe podia ajudar. Amável e cavalheiresco, aceitou minha cooperação. terminada a coleção de 250 bilhetinhos, dez de cada um dos 25 bichos, ele tirou um deles e me deu dizendo: Se der, venha buscar seu premio. São quatro mil reis.

A corrida era as três da tarde, e, ás quatro passei por lá acidentalmente, ele me chamou, conferiu meu bilhete e, como tinha sido premiado, me deu os quatro mil reis. Era muito dinheiro.

Corri para loja para dar a noticia a papai, que, por certo, exultaria de feliz, pensei. Desfilei minha historia, ganhei quatro mil reis na cabra.

Que cabra seu José? Você tem cabra? Você vende cabra? Procurei explicar, direitinho a coisa toda. Eu ajudei a seu Zezinho, ele me deu um bilhete da cabra, o bilhete foi premiado aí ele me deu  quatro mil reis. Disse mostrando envaidecido a dinheirama.

Papai me fitando enternecidamente,  disse a certa altura. Quer dizer que cabra é numero seis, não é isto? Neste caso, o senhor vai levar seis bolos e distribuir o dinheiro com os pedintes, na rua. Tomou a régua disciplinadora e, em cada mãozinha afortunada me meteu três bolos, perguntando-me, depois de encerrar nosso amigável entendimento: quantas vezes você já viu seu pai jogando? Era festa de São Raimundo e facilmente encontrei com quem  distribuir a fortuna.

Dr. J. Ferreira.
Fonte: Blog do Sanharol
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