LEMBRANDO A MINHA “PRIMEIRA ESCOLA”
HOMENAGEANDO A MINHA PRIMEIRA PROFESSORA – “GILZA FERREIRA”
Dentre as “recordações” da nossa infância , uma das maiores, mais marcantes, é o alvorecer da vida estudantil: a primeira Escola, a primeira professora, os primeiros colegas/amiguinhos fora da família. Um momento novo, curioso, cheio de expectativas, de interrogações, de ansiedade, de descobertas.
E foi ela, a estimada e competente dona GILZA FERREIRA, quem me conduziu ao dar os primeiros passos nos caminhos do SABER. Quem, como uma segunda mãe, com toda dedicação e empenho, colocou-me no “mundo encantado” das letras. Assim como, tantas outras crianças daquela época, no nosso sítio. O processo inicial do estudo deu-se através do simples e notável instrumento vigente no momento, a famosa carta de ABC. Abrindo-nos as portas ao valioso mundo da “leitura e da escrita.”
Eis na foto abaixo, a minha primeira e inesquecível professora, GILZA FERREIRA, filha do sr. Vicente Ferreira Lima, ou Vicente Cancão, para a qual, venho expressar meu profundo carinho, imensa admiração, e toda a minha gratidão.
A sede da Escola era a casa de morada dos meus tios, FRANCISCO OLIVEIRA e MARIA DE JESUS, sítio CHICO, Várzea Alegre-CE . E sua sala da frente, ou sala de visitas , o espaço reservado para as aulas.
Não existia birô, nem carteiras, nem lousa, nem quadro negro. Apenas, uma mesa grande da família, por trás da qual, dona GILZA sentava-se e ia organizando e ministrando as lições, os ensinamentos e orientando-nos nas atividades diárias.
Na mesma mesa , os alunos realizavam suas tarefas escritas, os chamados “exercícios” nos seus cadernos.
Como assento, eram utilizadas cadeiras ou bancos um ao lado do outro. Recordo bem, com alegria, emoção e imensas saudades, que me acordava cedinho. E toda feliz, minha mãe me arrumava e me encaminhava à Escola. Lugar também de animação, alegria, amizade, divertimento, por ser um ponto de encontro da meninada.
Diariamente, eu levava uma cadeirinha de madeira fabricada pelo meu saudoso “ pai”, que também foi carpinteiro. Colocava na cabeça de maneira contrária, ou seja, de cima para baixo. E dentro da parte do assento que ficava pra cima, colocava a carta de ABC, o caderno, o lápis , a borracha numa função de bolsa ou mochila; o que não existia naquele tempo.
Às vezes, fico a imaginar como era difícil, complicado, com o simples método decorativo, conseguir que os alunos aprendessem as letras, dominassem o “alfabeto”, ora maiúsculo , ora minúsculo; ora letras de imprensa, ora manuscritas.
E a escrita? No caderno, sobre linhas contínuas, era copiado o alfabeto maiúsculo e minúsculo e a gente, com o grafítico , ia cobrindo letra por letra , diversas vezes até conseguir fazer independente da grafia da professora.
Em seguida, vieram os números, as primeiras lições aritméticas. Logo que dominei as letras, soletrar e formar sílabas , passei para a minha famosa “Cartilha do Povo”...através da qual, aprendi a formar palavras e ler pequenas frases, pequenos textos. Depois primeiro livro.
Uma “grandiosa ” recordação...!!! Quantos ensinamentos..., quanta felicidade, e boas lembranças ...do meu tempo de menina naquela Escola, guardo até hoje..
Minha prestimosa Professora, onde quer que esteja..., nosso DEUS todo poderoso te cubra de infinitas GRAÇAS...!!!
Com um carinho especial,
ISABEL VIEIRA DE OLIVEIRA SILVA
Juazeiro do Norte- CE - 22.01.2014