PARA APRENDER A MENTIR.
José Haroldo e Vitorino Fiúza, viajaram um tempo para o Rio de Janeiro afim de estudarem e trabalharem. Depois de algum tempo vieram em passeio para Várzea Alegre. No primeiro domingo, Fatico Fiúza reuniu alguns amigos na calçada da casa do Buenos Aires, para uma prosa com os seus filhos. Na reunião estavam; Fatico e a esposa, os dois filhos recém chegados do Río, Antônio de Sérgio, Chiquito Bilé, Divino Morais, Raimundo de Souzão, Vieira Brito e Pé Véi.
Depois de algumas conversas, Fatico pediu:
- Vitorino conte alguma coisa do Rio para os nossos amigos.
- Vitorino deu início:
- Pois é gente. O Rio é muito diferente do Ceará. O progresso chega primeiro por lá. Para que vocês tenham uma noção, a gente sobe para o décimo segundo andar de um edifício, acionando apenas um botão de um aparelho chamado de elevador.
Veira Brito tomou parte na conversa dizendo:
- Grande merda ! Apois eu subo e desço num pé de coco, sem pricisar de aparei.
Depois do comentário de Vieira, Zé Haroldo deu sequência falando do progresso do Rio:
- Isso aí não é nada. Lá no Rio quando você chega na porta de uma agência bancária, a porta abre sozinha. É um sistema que funciona provocado pelo calor humano.
Naquele momento quem rebateu a história foi Pé Véi:
- Isso daí num é nuvidade não. Lá im casa o povo entra e sai na hora qui quer, pruque lá num tem nem porta.
Depois de muitas risadas, Vitorino e Zé Haroldo saíram para a cidade e os outros ficaram.
Raimundo de Souzão, que até então tinha permanecido calado, resolveu participar também daquela conversa:
- Ou Fatico ! Esses teus meninos estavam no Río, era estudando pra aprender a mentir.