VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

DE  CHAPÉU  DE  PALHA

De chapéu de palha e chinelo trançado,
Domingo passado,
Ouvi o sermão.
De chapéu de palha, punhal e peixeira,
Corri na ladeira,
Quando vi Lampião.

De chapéu de palha e munido de fé,
Fui a Canindé,
Pagar a promessa.
De chapéu de palha, sou crente fiel,
Mas tiro o chapéu,
Se a missa começa.

De chapéu de palha, sem nem um cruzado,
Eu compro fiado,
Na venda do Zé.
De chapéu de palha, com fita amarela,
Eu vou na capela,
Do Senhor são José.

De chapéu de palha, viajo sem prumo,
Seguindo no rumo,
Que aponta o nariz.
De chapéu de palha, tomando rapé,
Eu rezo com fé,
Na igreja matriz.

De chapéu de palha e lenço bordado,
Eu canto reisado,
Em seis de janeiro.
De chapéu de palha, desci na ribeira,
Com o pau da bandeira,
Do meu padroeiro.

De chapéu de palha e calça engomada,
Assisti a parada,
Do grupo escolar.
De chapéu de palha e sapato bamba,
Toquei muito samba,
Pra charanga passar.

De chapéu de palha e título na mão,
Eu fui pra seção,
Mas entrei pelo cano.
De chapéu de palha, elegi um doutor,
Que agiu sem pudor,
Por baixo do pano.

De chapéu de palha e tênis rainha,
Rezei na lapinha,
Que fiz no natal.
De chapéu de palha e caderno pautado,
Eu fui reprovado,
Quando fiz o Mobral.

De chapéu de palha, um dia noivei,
Depois me casei
E vivo feliz.
De chapéu de palha, com suor no rosto,
Eu pago o imposto,
Que move o país.

Debaixo do meu chapéu
Não temo nenhum feitiço,
Pois tenho as graças do céu
E as bênçãos de Padim Ciço.
Tem gente até que apela,
Diz que eu não chego a cela
Porque nasci pra cangalha.
Podem me chamar romeiro,
Mas só vou no Juazeiro
Com o meu chapéu de palha.

Mundim do Vale
Várzea Alegre - Ceará
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