VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

É O NOVO ! - Por Mundim do Vale.

É  O  NOVO !

Uma amigo me pediu
Pra fazer uma rima antiga
E da cabeça saiu
Constipação e fadiga.
Forcei minha paciência
Me lembrei de saliência,
De apocada e sisuda.
Lembrei de moça falada,
De mulher amancebada
De teúda e manteúda.

Me lembrei da tabuada
Pra ensinar a contar,
Lembrei quando era cobrada
A minha taxa escolar.
Lembrei revista Cruzeiro,
Papel almaço, tinteiro,
De pena e mata-borrão.
Lembrei de aluno pescando
E a professora brigando
Com a palmatória na mão.

Me lembrei de andajá,
De enganador de apito,
Bolo ligado, aluá
E taboa de pirulito.
Puxei mais pela memória
Lembrei de cigarro Astória,
Continetal e Elvira.
Lembrei chiclete de bola,
Quebra queixo, mariola
E de mel de jandaíra.

Lembrei roleto de cana
E papa de carimã,
De prato de porcelana
E pastilha de hortelã.
Lembrei da gripe asiática,
De cola de goma arábica,
Jardineira e marinete.
Falei em réis e tostão,
Cueca samba canção,
Suco de uva e grapete.

Lembrei de fogão Jangada,
De cepo de caminhão,
Isqueiro sete lapada
E da dança de feição.
Lembrei de bingo dançante,
De caixeiro viajante
E e bica jacaré.
Falei em vento caído,
Catapora estalecido,
Pereba e bicho de pé.

Lembrei de blusa banlon,
De rirí e gigolé,
De música de Roni Von,
De frejo e de cabaré.
Sem perguntar a ninguém
Lembrei foguista de trem,
Pastorinha e sacristão.
Lembrei de bola de meia,
Bingo de galinha cheia
E de jogo de gamão.

Outras coisas que lembrei
Foi do sabão de tingui,
Cana Madeira de Lei,
E a velha T.V. Tupi.
Relógio de algibeira
Espingarda socadeira,
Show de Tonico e Tinoco.
Caco de torrar café,
Frasco de guardar rapé
E de rosário de coco.

Não esqueci de lambreta
O transporte do playboy,
Me lembrei de carrapeta,
De corropío e rói-rói.
Lembrei também de peteca,
De relancim e sueca,
De lu e cara-ou-coroa.
Também lembrei minha avó
Que fazia pão-de-ló,
Manzape, sequilho e broa.

Também lembrei Ludugero
Mandando Otrope calar,
A marcha “ Mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar. “
Da revista Luluzinha,
Das músicas de Amelinha
E o livro Capivarol.
Lembrei de disco de cera,
De pinguim na geladeira,
De quartinha e urinol.

Lembrei também de frasqueira,
Bateria de panela,
De bule, de cristaleira,
Colher de pau e sovela.
Perguntei a um beradeiro,
Quem foi que nasceu primeiro
Se foi o pinto ou o ovo.
Quando mostrei esse verso,
Pensando ser um sucesso
Ele me disse: - É O NOVO ! 

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