VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O RABO DE ZÉ DE ANA - Por Mundim do Vale.

O  RABO  DE  ZÉ  DE  ANA.
Certa vez o meu tio Vicente Piau, ganhou um galo de presente do seu primo Janjão. Meu tio batizou o galo com o nome de Zé de Ana, que era seu tio e ele gostava muito.
O galo por ser muito bonito, tinha um tratamento diferenciado, enquanto os pintos e as galinhas tinham seus alimentos de insetos, Zé de Ana só comia milho e tinha que ser do amarelo. Um dia meu tio sentiu falta de de Zé de Ana e mandou seu filho cascudo procurar:
- Joaquim. Vá procurar o galo, porque desde que o dia amanheceu, que eu não vejo ele.
Cascudo ficou enrolando e o tempo foi passando. Uma hora lá meu tio zangou-se e falou:
- Joaquim. Se Zé de Ana não aparecer, você vai inaugurar meu cinturão novo no espinhaço. Cascudo saiu agoniado na direção do fim da manga e quando voltou já estava escuro. Ficou tentando ganhar tempo, quando seu pai gritou:
- Joaquim ! Você vai ou não vai buscar Zé de Ana?
- Ôxente pai. E eu num já truxe.
- E cadê zé?
- Tá alí no pé daquela cerca. Os pé, o bico e as penas.
- E o galo?
- Pois é pai. Eu tava procurando ele alí no fim da manga, aí iscutei uma zuada dento das moita do Riacho do Machado, aí fui inté lá. Quando eu cheguei lá tinha dois cachorro de Raimundo Beca rasgando ele.
Meu tio muito sentido falou:
- Coitado de Zé de Ana. Mas o culpado foi você. Se tivesse ido procurar na hora que eu mandei, não tinha acontecido isso. Eu vou fazer com você o mesmo que os cachorros fizeram com Zé.
Cascudo tentando evitar o cinturão, deu uma ideia para o pai:
- Pai. Ramo fazer disso; Nóis pega as pena do rabo de Zé de Ana e faz uma peteca pra nóis brincar, aí pai nunca vai isquecer dele.
O pai não concordou:
- Eu tenho uma ideia melhor; E vou lhe dar umas lapadas com o cinturão, que é pra nós dois nunca mais esquecer de Zé de Ana.
E assim o causo termina com meu primo Cascudo inaugurando o cinturão novo do meu tio Vicente. 

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