Depois de algumas postagens do Cel. Antonio Correia Lima e de outras que estão por vi, dá para se ter uma idéia que a coisa, em Varzea-Alegre, não era brincadeira. A volta era dura. Os adversários comiam fogo enquanto os aliados contavam vantagens e cagavam goma por onde passavam. O mandonismo dos coronéis, quando estavam de cima, não perdoava. Conta-se que no Sitio Araçás, localidade pertencente ao distrito seda do município, existiam dois proprietários que não se entendiam por conta das divergências políticas. Juca Lourenço, partidário dos Correias, sempre no poder e o José Amâncio adversário vivia sob a ameaça permanente e com o rabinho entre as pernas. O fato é que apesar de visinhos de terras não havia o menor dialogo entre os dois, por conta das futricas da política. O Jose Amâncio estava com uma lavoura de arroz no ponto de fazer a colheita e o gado do Juca Lourenço invadiu e fez o maior estrago. Estava perdido o trabalho de um ano de esforços e lutas. Não havia para quem apelar, dar parte ao delegado
nem pensar, corria o serio risco de ser preso. Para extravasar sua revolta resolveu fazer uma carta para o Juca Lourenço. Como não sabia ler nem escrever, foi até a casa do Raimundo Severino para solicitar a esposa deste que a fizesse, porem já afirmando que, só aceitaria se fosse do seu jeito. Dona Albina apanhou uma folha de papel, um lápis de grafite e começou a escrever o que falava Jose Amâncio:
Sitio Araçás, Junho de 1945.
Juca Lourenço!
"Corno veio felá da puta".
Dona Albina diante de tantos impropérios advertiu Jose Amâncio: Eu não vou escrever isto não! Seu Juca é o meu padrinho e sabendo que foi eu que escrevi nunca mais me abençoa! Jose Amâncio se levantou, coçou o cangote e disse: deixe está, no dia que eu encontrar uma rapariga, que não for rapariga dos Correias, ela faz. Saiu pra casa fungando de raiva e a partir daquele dia passou a somar mais um intrigado na sua já grande coleção.