VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

LULU - POR DR. SAVIO PINHEIRO



Lulu, 62 anos, portador de Síndrome de Down é filho de Várzea Alegre, cidade conhecida como a Terra dos Contrastes pela irreverência de seu povo e pelos fatos pitorescos vividos por aquela gente, e que foi imortalizada pelo grande sanfoneiro Luiz Lua Gonzaga, o rei do baião, com a música “Os Contrastes de Várzea Alegre” do genial compositor José Clementino, que além de ser filho da dita terrinha é primo do nosso personagem central.

Quem teve a infância nessa cidade, nos anos sessenta, conviveu com as peripécias de um jovem com a idade de adulto, mas com uma mente infantil e original. O astuto Lulu aprontou várias na sua terra natal. Certa vez, foi transferido para um sítio na periferia da cidade por pegar no traseiro de um Juiz de Direito, que por acaso era uma mulher. Este fato obrigou o seu pai a lhe dar umas férias no campo para não lhe causar constrangimento.

O seu visual era o retrato da sua irreverência. Calção largo, camiseta de meia (possuía dezenas), uma pilha de revistas em um dos braços e um cassetete na mão livre que só servia para assustar os intrusos que ousassem adentrar no nosso meio de brincadeiras e de peripécias.

Pois bem. Fui informado que, recentemente, a família o levou para um exame médico em Recife, onde mora um irmão seu, o qual teve a curiosidade de consultar um especialista, já que não era tão comum, há tempos atrás, um portador desta síndrome, viver tanto.

O médico, após exame minucioso, constatou ser o Lulu ainda saudável com a maioria de seus sistemas e órgãos em pleno funcionamento apesar do seu aspecto envelhecido, comum em todos os portadores de tal síndrome, e que as malformações tão frequentes nessas pessoas não o tinha afetado, o que lhe fizera aumentar bastante a sua expectativa de vida.

Foi aí que um fato interessante aconteceu. O médico, tentando explicar para a família a relação das idades dos portadores de Síndrome de Down e da população geral, utilizou uma técnica pedagógica simples: Exemplificou, que o fato do Lulu ter chegado a essa idade diante das inúmeras malformações e complicações comuns nessa situação, era como que ele tivesse o dobro de sua idade, ou seja, 124 anos.

O seu pai, que não havia se manifestado uma só vez durante toda a consulta, retrucou: - Alto lá doutor! Que ele já viveu bastante, isso eu já sabia... Agora, dizer que ele é mais velho do que eu, que sou seu pai, isso eu não aceito!

- Nem em Várzea Alegre, que é a terra dos contrastes, eu aguento uma dessa!

Um comentário:

  1. vicente renato de oliveira15 de novembro de 2012 às 20:04

    lulu com certeza era uma pesoa muito espesial nao tem como ser de varzea alegre e nao lenbra de lulu

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