Nós
pode ser contador - Flor das Bravas
Em
Várzea Alegre, nos anos 70, não havia oportunidade para estudar além do curso
Normal (Formação de professor ou professora).
Dr.
Iran, Diretor do Colégio São Raimundo Nonato, resolve criar o curso de
Contabilidade. Convida a mim (que trabalha na Casa de Saúde S. Raimundo Nonato
e ele também) e as minhas amigas: Fátima, Graça e Socorro Cosme, para
retornarmos ao Colégio e completarmos a turma que ele formaria. Voltamos aos
estudos.
Um
grupo alegre, extrovertido, muito brincalhão quase entra numa fria por causa da
irreverência e das brincadeiras inocentes, essas quatro adolescentes.
Escrevemos
certo dia, digo, certa noite, pois o curso era à noite, no quadro negro, que já
era verde, mas tudo bem, a frase: “nós pode ser contador, mas nós num sabe de
nada!”
Referíamo-nos
a nós, porém uma coordenadora do Colégio não entendeu assim. Resolveu julgar a
sua maneira que se tratava de uma ofensa ao Professor Aflaudísio. Que saudade!
Professor
Aflaudísio era formado em Contabilidade e trabalhava no Escritório de Seu
Joaquim Diniz. A carência de profissionais era tanta que, qualquer quem tivesse
o segundo grau poderia lecionar. Não julgo o mérito, tampouco a capacidade de
nenhum. A turma gostava do Professor Aflaudísio e não tinha motivos para agredi-lo.
A
produção textual foi nossa e somente nossa e para nós.
Não
sei se minhas amigas pegaram seus canudos.
Eu,
não. Não sou contadora. Só se for de lorota!
Sou
Professora...
Ainda hoje lembro da confusão que isso rendeu e dos telefonemas sem nexo! E nóis ainda hoje num sabe de nada mermo!
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