VERSOS DO CARIRI - Por José Hélder França (Dedé França)
PAPAI NOEL DE MENTIRA
MENINO:
- Minha mãe onipotente
Minha mãe, mãe de Jesus
Porque não ganho presente?
Daqueles que o pai conduz.
Eu sei que sou muito fraco,
Mas devia ter no saco
Que ele traz lá do céu,
Um presente pequinino
Para esse pobre menino
Que ama Papai Noel!
NOSSA SENHORA:
- Meu filho não se aborreça
Por você ser esquecido,
Aconteça o que aconteça
Você é filho querido.
Não ande pro lado mal,
Polis a festa de natal
Nesse momento lhe explico:
Do céu não recebe luz,
Não foi feita por Jesus
É brincadeira de rico!
MENINO:
- E quem é papai Noel
Aquele velho barbudo?
Pensei que era do céu
E que de lá vinha tudo!
NOSSA SENHORA:
- É preciso que aprenda
Papai Noel é uma lenda
Que criou a humanidade.
Entre mil sons e lampejos
Para atender os lampejos
Da rica sociedade.
- Mas minha mãe de Deus
Que apaga a dor e a ira,
Porque deixa os filhos seus
Criarem tanta mentira.
Acuda ao pobre menino
Faça badalar o sino
Para a pobreza cruel.
E peça ao pai mesmo assim,
Que tenha pena de mim
Seja meu Papai Noel.
NOSSA SENHORA:
- Agora filhinho escuta
O que vou lhe dizer mais,
Jesus nasceu numa gruta
Há dois mil anos atrás.
A confraternização
Do natal faz alusão
Mas só que bem diferente.
Não foi só na estribaria,
Jesus nasce todo dia
Dentro do peito da gente.
De autoria do meu professor poético José Hélde França (Dedé de Zeba)
Mundim do Vale
Dedicamos a todos aqueles resistentes, que ainda acreditam que o natal é uma festa cristã e não comercial