VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Um susto no rio - Memória Varzealegrense

UM  DIA  NO  RIO  E  A VIDA QUASE  POR  UM  FIO.


Fomos ao rio buscar água.

No leito seco do rio era cavada uma cacimba para o abastecimento de uma população de pequenos grupos. Cada grupo fazia a sua cacimba nas proximidades de suas casas. Conforme o passar do ano, a seca aumenta e a água fica mais profunda. Porque já não é água do rio, mas do lençol freático. A areia retirada a cada dia um pouco mais, a profundidade aumenta e a cacimba se transforma em quase poço profundo.
Era janeiro e em janeiro costuma chover. Não sabíamos que a Chuva que havia caído na noite nos pregaria uma peça de dia. Fomos ao rio. A água seria para nosso abastecimento diário: cozer, beber e higiene pessoal. É rotina. Ai que saudade! Do rio, não do sufoco.
Isabel, minha irmã, um pouquinho mais velha do que eu, desce  com sua vasilha a pegar água. Está lá dentro do buraco. Um buraco muito fundo e na areia. Qual é a segurança, se a barreira resolve vir abaixo? Nenhuma! Mas a barreira não veio abaixo. O que aconteceu foi muito pior. Não aconteceu uma tragédia porque nessas horas há sempre um anjo.
A Isabel, literalmente, no fundo do poço. Primeira chuva do ano e lá vem o rio descendo com água. Claro que o rio não desce, mas a água sim. Pois lá vinha a água. Encontra fácil o caminho da cacimba e vai rodopiando e enchendo o buraco. Quase a Isabel virava a finada neste dia. Porém, como ninguém morre antes da hora, ela ainda está vivinha da silva para confirmar esta história.
E o anjo? O anjo foi o nosso tio que por ali passava em tão desesperado momento e deu a mão e a vida à Isabel.  

Flor das Bravas

2 comentários:

  1. O anjo chegou no dia certo e na hora certa. Se não fosse a chegada daquele anjo, a nossa Várzea alegre hoje estaria com um grande prejuízo pela falta de Bebé.

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  2. Pois num foi?! Aquele tio era muito querido e salvou a mocinha que hoje é vovó! Uma linda vovó!

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