VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Causos lá de nós - Memória varealegrense

CABA  FÍ  DE  CANCELA  BATIDA - Mundim do vale

Meu conterrâneo e parente João André era compadre do meu pai Pedro Piau e assim sendo havia uma amizade entre as duas famílias. João tinha o apelido de Manga Murcha e ao contrário do que que pensava algumas pessoas, ele gostava de ser tratado pelo apelido, para ter a oportunidade de disparar uma bateria de palavrões contra aqueles que o apelidavam.
Depois de uma certa idade João André adotou um gato que era tratado com o mesmo carinho que ele dispensava aos filhos.
No ano de 1966, eu voltava do sítio Corujas e chegando na Betânia ví João André sentado num banco com a esposa e rodeado por cinco dos seus filhos na calçada. Dos cinco eu me lembro bem de; André, Joaquim e Elizeu.
Quando me aproximei da calçada deu para notar que ele passava a mão do lombo do gato. Eu dei boa tarde, subi a calçada e falei:
- Fala Manga Murcha!
Ele olhou pra mim e respondeu:
- Manga Murcha o que! Caba pequeno fí de quenga!
- Eu logo rebati:
- Deixe pra você ficar zangado depois, porque qualquer dia eu vou carregar esse gato para botar o couro dele na cuíca da Charanga.
Ele reagiu dizendo:
- Eu sei que você não tá com a gota. Vai ser da vez que um Piau vai ficar banido de peia.
- Por falar em peia, eu tou com vontade de lhe açoitar na frente dos seus filhos.
João levantou-se colocou a mão que passava no gato sobre o meu ombro e fechou os dedos com tanta violência, que eu fui arreando até ficar sentado todo mijado. Quando ele me liberou daquele castigo, eu desci os batentes em direção do terreiro e sabendo que não tinha condições dele em alcançar gritei:
- MANGA  MURCHA!
João partiu na minha direção gritando:
- Esbarra aí FI  DE  CANCELA  BATIDA!
Mas quando ele terminou de falar o “ Batida “ Eu já estava subindo a ladeira da Usina Diniz.

Depois daquela aventura eu passei seis anos sem andar na Betânia.
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